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Hoje, mais do que nunca, Juan estava falante, e não era pouco não, parece que dessa vez a enfermeira que ele tem um crush enorme, foi amigável de um jeito diferente com ele – e isso me preocupava. A ideia de que talvez Juan esteja piorando era assustadora, até porque não tem motivo para a enfermeira o tratar amigavelmente diferente, se ele estiver piorado, ou então o dia dela foi muito, e eu queria pensar e acreditar nessa segunda opção, mas não consegui. Juan está em tratamento a dois anos, e não acho que a melhora dele vai aparecer agora, assim do nada. Só pode ser coisa ruim, eu já estava convencida disso.

— Bárbara você não tá entendendo – ele dizia sorrindo eufórico. Eu ainda não tinha perdido meu irmão, não 100%. É muito normal pacientes mudarem sua personalidade, durante o tratamento, mas Juan continua o mesmo. O mesmo tagarela do sorriso e olhos brilhantes. — Ela piscou pra mim, enquanto me chamava de forte – ele suspirou bobo. Acho que Juan tem certeza que Emily é mais velha, mas eu não quero ser a estraga prazer.

— Uau, ela tá tão na sua – eu ri. Juan deu de ombros, se achando.

— Como ela não ia se apaixonar? – ele sorriu de lado. — Olha toda essa gostosura – ele passou a mão por todo o corpo. Exibicionista. E mais uma vez minha mente foi para um lugar sombrio, e se eu nunca descobrir como o Juan vai ser daqui a um ano,

ou até mesmo, daqui a um mês. Será que ele vai ter o primeiro porre? O primeiro amor? A primeira namorada? O primeiro beijo? A primeira vez? O primeiro dia na faculdade? Era tão injusto a vida dele ser tão incerta, e é por isso que eu odeio incertezas. — O que foi dessa vez? – a voz calma do meu irmão me tirou dos meus pensamentos nada positivos. Enxuguei as lágrimas que do canto do meu olho, droga, espero que ele não tenha me visto chorar.

— Eu tava pensando no casamento de vocês, os filhos também – menti, não posso preocupar meu irmão com meus pensamentos negativos, quando claramente ele não tem pensado nisso. — E você sabe como eu fico emotiva com casamentos e bebês – sorri. Não era mentira, quando o assunto é casamento e bebês, eu sou uma chorona completa, e também pessoas velhinhas, especialmente quando eles seguem os sonhos deles. Tantas coisas me fazem chorar, que é até um pouco mais fácil listar coisas que não me fazem chorar. Outra coisa ótima de morar com Lavínia e Lucas: nós três éramos chorões e sempre que assistimos um filme de drama, e olhamos um para o outro, é sempre certeza que os três estão chorando, Lavínia e Lucas são mais chorões em filmes, eu aguento muito até.

— Sabe o que te faz chorar assim? – neguei. — Convivendo com Lucas e Lavínia – nós dois rimos. — Aqueles dois são muito molengas pra minha irmã – eu ri, meu irmão exalava uma confiança que naquele eu não tinha, e nunca tive quando se tratava do câncer dele. Medrosa demais era como meus pais tinham me descrito, dizem até hoje que eu não ia aguentar a barra, e eu aparentemente estou aguentando, mas tem dias que eu só preciso chegar em casa e chorar nos braços de Lucas e Lavínia, ou então correr para a casa de Victor e pedir para ele me abraçar. Super forte, não sou? — Já tá chorando de novo Bárbara? – ele perguntou, dessa vez parecia mais mal humorado.

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