Destino x Amor • RICHARD RIOS

Cap 39 - A maior dor do mundo

RICHARD RIOS POV'S
1 mês depois...

Acordo com Alane se movimentando na cama, abro os olhos e ainda era madrugada, olho pra ela e vejo ela sentada na cama.

- Amor? - ela me olha - Tá chorando? O que aconteceu? - sento na cama rápido

- Tô com dor Rich - diz chorando - Tá doendo muito - fala segurando a barriga

- Vamos no hospital, rápido - levanto correndo

Vou até o closet, visto a primeira roupa que vejo e pego um vestido qualquer pra Alane. Voltou pra o quarto e ela ainda estava sentada na cama, tirei a camisa que ela vestia e vesti o vestido. Alane gemia de dor e eu estava desesperado.

- Richard, eu não vou aguentar.

- Calma amor.

Peguei a bolsa dela, confirmei se os documentos estavam dentro e a peguei no colo. Coloquei no carro e dirigi o mais rápido que consegui.

No caminho ouvia Alane chorar e se contorcer de dor. Se eu pudesse passava toda essa dor pra mim, só pra não ver ela assim.

Estava focado no trânsito e ouço o choro de Alane aumentar, olho pra ela e vejo ela desesperada com a mão coberta de sangue, olho pra o seu vestido e o mesmo já estava todo sujo. Nessa hora senti o choro vim na minha garganta e não consegui segurar, deixei algumas lágrimas escapar.

- Segura aí filho, já estamos chegando - digo com a mão na sua barriga

- Não faz isso com a gente Ravi. Espera mais um pouco meu amor - Alane conversava com nosso bebê

Chegamos no hospital, e no estacionamento já colocaram Alane em uma cadeira de rodas e correram, eu segui atrás mas não me permitiram entrar na sala de emergência.

Sentei na cadeira e pedi a Deus que cuidasse do meu filho e da minha mulher.

Levantei, sentei de novo, tomei um café, andei pela recepção, perguntei a recepcionista e nada de notícias da minha mulher.

Avisei no grupo do Palmeiras o que tinha acontecido e Murilo e Bruna falaram que viriam pra cá dar uma força.

- Acompanhante de Alane Mourão Vasconcelos? - o médico aparece

- Eu sou! Sou o namorado dela - levanto e vou até ele

- Vem comigo

Ele me guia até uma sala que tinha um vidro

- Olha ela ali - olho pra o vidro e vejo Alane em uma sala de cirurgia - Senhor, infelizmente o seu bebê não resistiu - nesse momento o meu mundo caiu, senti um buraco se abrir ao meu redor e não pude segurar as minhas lágrimas.

- O que aconteceu Doutor? Estávamos fazendo os exames certinhos

- Sua esposa teve uma ruptura prematura da placenta, o que ocasionou o falecimento do bebê. - eu coloco as mãos no rosto me permitindo chorar e tentar diminuir aquela dor que eu estava sentindo.

- E ela doutor? Como ela está?

- Ela está bem. No momento está sedada porque vamos precisar fazer uma cirurgia de evacuação para retirar o bebê.

Olha mais uma vez pra o vidro e sinto meu coração apertar ao ver a mulher da minha vida cheia de aparelhos, ela estava pálida e a sua boca carnuda não tinha cor. Fecho os meus olhos pedindo misericórdia a Deus.

- Agora eu vou pra iniciar a cirurgia e o senhor pode voltar pra recepção, por favor - concordei e voltei pra recepção.

Cheguei na recepção e avisto Murilo e Bruna. Corri até Murilo e o abracei

- Meu filho morreu irmão, eu perdi o maior amor da minha vida - Murilo me abraça com força e vejo Bruna abaixar a cabeça e chorar.

Após desabar em lágrimas, me afasto de Murilo e ele me guia até a cadeira, Bruna pega um copo de água e me dá.

- Como Alane está? - pergunta Bruna preocupada

- Vai começar agora a cirurgia pra tirar Ravi, ela está cedada ainda não sabe que perdeu nosso filho - digo limpando as lágrimas

- Irmão, nem sei o que te dizer. Não imagino a dor que você deve estar sentindo - apoio meu cotovelo na pernas e abaixo a cabeça - Confia em Deus, Richard! Ele sabe o melhor pra as nossas vidas. Vocês são jovens tem muito tempo pra criar uma família linda. - concordo e deixo as lágrimas descerem

- Eu preciso avisar a mãe dela - digo pegando o celular

- Deixa que eu falo - Bruna pega o celular da minha mão - você não está em condições

Ela se afasta e observo ela fazendo a ligação. Fico um tempo parado olhando pra frente, vagando em meus pensamentos e sentindo aquela dor destruir meu coração.

Bruna voltou e me entregou o celular.

- Ela vai pegar o primeiro vôo pra São Paulo. - concordei e sorri em forma de agradecimento.

Ela sentou do meu lado e ficamos os três em silêncio.

(...)

- Senhor Richard? - a recepcionista me chama e eu levanto rápido - Sua esposa já está liberada pra visita. Pode ir até o quarto 305. - sorrio pra ela e vou até o quarto.

Abro a porta devagar e vejo o médico conversando com Alane. Ela ainda tinha o rosto pálido, a boca sem cor mas agora tinha também o semblante triste.

Ela sorri fraco ao me ver e vou até a cama e seguro sua mão.

- Como você está, meu amor?

- Bem, não seria a palavra. Acho que estou viva - sinto tristeza nas suas palavras

- Como foi a cirurgia, Doutor?

- Foi muito bem. Mas vale lembrar que fizemos, praticamente, um parto. Então, ela vai precisar de resguardo de 45 dias. Repouso total. O corpo dela foi sofreu muito com o aborto, então é preciso seguir todas as recomendações pra cicatrizar esse útero e quem sabe, fazer mais um bebezinho pra preencher esse vazio. - sorri fraco

- Ela já pode ir pra casa?

- Não, preciso dela aqui ainda por 2 dias. Quero mais alguns exames dela e depois estará liberada. Vou deixar vocês a sós, licença - sorri pra ele que saiu da sala.

Olho pra Alane e vejo ela de cabeça baixa. Me aproximo dela e a abraço. Sinto suas lágrimas molhar minha camisa mas não me importo, só quero ser o porto seguro dela nesse momento.