Operación Milán

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O dia passou rápido, na manhã seguinte Morgan trouxe o meu abuelo. Eu abracei ele, com todo cuidado, mas abracei como se nunca mais fosse soltá-lo.

- Ethan, seu velho aqui já está bem velho, não coloque força. - Ele diz, todos rimos e eu solto ele.

Apesar do médico ter dito para ele relaxar, quando soube que estamos indo para Milão no fim da tarde, ele quis logo ser atualizado de tudo, inclusive de como saímos do Brasil, então eu conto toda a história e apresento a Bia e ao Guto. Depois de termos um almoço em família bem completo, Hector, Martin, Giovanna e eu nos preparamos para irmos à Itália. Eu estou no meu quarto, olhando algumas notícias da Espanha, quando a Luna entra no meu quarto:

- Sozinho?

- Sempre. - Respondo

- Cê tá realmente bem para ir para Milão? - Ela pergunta

Eu solto uma risada fraca e digo:

- Se com "estiver bem", você está perguntando sobre eu e seu irmão, eu não sei.

- Vocês conversaram?

- Desde que voltamos dos Estados Unidos, ele mal olha na minha cara. Ele dorme aqui. - Aponto para um dos lados da cama - Ao meu lado, mas mesmo assim... Nada

- Eu sei que a pergunta que eu vou fazer é forte, mas você ama ele? - Ela questiona

O questionamento dela me faz sentir um buraco maior dentro de mim, então respondo:

- Você não imagina o quanto.

- Então eu vou ter que ser clichê: Luta por ele, Ethan. Vocês dois são adultos, ambos tem boca, se ele não fala, puxe a conversa. Não espere por um movimento dele, porque se vocês manterem isso vão acabar mais machucados. - Ela diz - E qualquer coisa, o Murilo disse que pode te atender online.

- Ele sabe que a gente tá vivo?

- Não adiantava a gente sair da Espanha e ficar sem apoio por lá, né? Com a empresa fechada, o sogro dele acolheu todos os funcionários. - Ela explica - Mas esse não é o ponto. Se precisar fala comigo, tá? A gente sabe que você não tem mais o tumor, mas terapia nunca é demais para ninguém.

- Obrigado. - Digo abraçando-a

Depois da conversa com a Luna, encontro os outros que irão comigo, e vamos para o aeroporto. Quando estamos nos sentando nas poltronas do jatinho, me sento ao lado do Martin e quando o voo começa a sair, me aconchego no ombro dele, ele apenas se coloca numa posição mais confortável e beija o topo da minha cabeça.

O voo é bem rápido, menos de 2 horas, quando descemos em Bergamo, Martin sai de mãos dadas comigo. E do jatinho super chique, subimos em um caminhão meia-boca que vai nos levar para Milão.

- Essa é a primeira missão que eu tenho que viajar escondido em um caminhão.- Falo

- Acho que eu já fiz uma vez. - A Italiana diz

- Sério? Eu já viajei várias vezes. Até porque a maioria das transações que os Hernández faziam eram de caminhão, intermunicipal. - Hec diz

- Lembra daquela vez que você e a Luna foram juntos e foram pegos transando dentro do caminhão? - O Martin diz, rindo

Giovanna e eu também rimos, e o moreno diz:

- Eu não fui o único que aprontei durante as viagens. O Carioca Palace tem muito a dizer sobre vocês dois.

Ele aponta para nós dois, e o Martin para de rir, enquanto eu apenas escondo minha cara no braço dele, sem parar de rir.

- Vocês são muito safados. - Giovanna diz

A viagem no caminhão durou quase 1 hora, até que notamos que o caminhão parou e quando abriram as portas, fomos direto para dentro do hotel. Quando chegamos na recepção, a moça diz:

- Buon pomeriggio, vediamo... 2 camere doppie per questi bellissimi turisti?

- No, no, no... Solo una camera con 4 letti, per favore. - Giovanna diz

Quando chegamos no quarto, decidimos que vamos revezar disfarçados no lobby, depois de quase termos que tirar "dois ou um", Hec se disponibiliza para ficar na primeira rodada.

Enquanto ele fica no lobby, Martin, Giovanna e eu ficamos no quarto:

- Celeste já deve estar aqui. Ela deve sair a qualquer momento. - Giovanna diz

- Se a gente desse uma volta nos outros andares? - Martin diz

- Seria arriscado demais. - Falo

- Melhor do que ficar esperando aqui. - Martin reclama

- Nós sabemos que todo dia, às 3 da tarde ela vem aqui. - Digo - Poderíamos perguntar para algum funcionário, mas ele pode ter pago eles por conta do seu pai, Giovanna.

-Vamos fazer o seguinte... Vamos passar pelos andares, divididos. Mesmo que o outro já tenha passado, nós temos que ver, pois ela pode realmente sair a qualquer momento. E mesmo se ela tiver disfarçada, não é difícil diferenciar a grávida. E escadas. - A italiana diz

- Certo. - Martin e eu dizemos ao mesmo tempo

Eu começo pelo primeiro andar, enquanto Martin pelo último e Giovanna pelos elevadores, esperando que ela entre a qualquer momento.

Mi Nuevo Mundo - Parte 2Onde histórias criam vida. Descubra agora