Entre Sombras y Verdades

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Minha cabeça lateja um pouco, e começo a piscar:

- Vai com calma, o médico disse que pode ser um pouco desconfortável para abrir os olhos. - Ouço a voz do meu pai - Que bom que você acordou.

- Que aconteceu? - Pergunto

Meu pai ri um pouco, e eu reclamo do volume da risada e ele responde:

- Desculpa, mas o médico falou que você poderia perder um pouco os sentidos, você retirou um tumor, lembra?

Quando ele diz, eu me lembro um pouco das últimas horas, e balanço a cabeça positivamente.

- Vou ligar para a Luna, para avisar que você acordou.

- Quem é Luna? Liga pro Diego. - Digo, fazendo meu pai ficar surpreso.

Todos os médicos estão fazendo avaliação comigo repetidas vezes, até que cansado, digo:

- Eu sei quem você é. - Aponto para a Luna - E sei quem você é. - Aponto para o Martin - E também sei que o Diego está morto, eu só tava fora do ar por um tempo.

- Your tests are all normal, Mr. Schneider... It is common that after 3 days of sleeping, you have become a little confused. (Seus exames estão todos normais, Sr. Schneider... É comum que após 3 dias dormindo, você fique um pouco confuso.) - O Neuro diz, saindo com os outros

- Viram? - Falo

Então minha mãe vem até mim e me abraça:

- Que bom que tudo isso passou, meu filho.

Depois de um longo abraço, o Damien diz:

- Licença, tia... Posso dá um abraço no meu little hot?

Todos rimos, e então minha mãe me solta e sai, secando as lágrimas com os dedos, enquanto o Damien literalmente pula nos meus braços, então eu beijo a bochecha dele, que diz:

- Cuidado, que assim eu me apaixono...

Todos rimos mais uma vez, então olho na direção do Martin... A gente fica apenas se olhando, então ouço meu abuelo diz:

- Creo que... Ethan necesita descansar.

Todos concordam, e saem, me deixando sozinho por um tempo.

Pouco tempo depois, meu pai volta e diz:

- O médico vem daqui a pouco trazer o resultado da biópsia.

- Certo. - Respondo

Ele se senta na poltrona, então fico olhando para ele, que pergunta:

- Que foi? Tá me vendo mais bonito?

- Não, pai... - Respondo, rindo - Mas... O que realmente aconteceu entre você e o Benedetti?

Eu noto que ele ficou nervoso com a pergunta, por que começou a se mexer na poltrona. Ele olha para mim, e nota que estou esperando uma resposta:

- Você já sabe... Trabalhamos juntos durante um tempo.

- E só por conta do trabalho, ele fez questão de ir até a empresa e dar um tiro em você? - Falo

Ele se levanta da poltrona.

- Como você sabe disso?

- Durante a cirurgia, eu tive uma memória... Pensei ter sido só um sonho, mas acho que você acabou de confirmar que foi uma lembrança. - Digo - Então... Cê vai me contar? Ou vou ter que descobrir sozinho?

Ele se senta na poltrona e respira fundo:

- Eu tinha acabado de completar 18 anos, meu pai me mandou para um serviço, evitar o roubo de uma entrega importante, que deveria chegar nas mãos de um chefe nos Estados Unidos. Primeira missão, eu estava todo animado, até que o nosso navio foi invadido por italianos. - Meu pai solta uma risada triste - Entre aqueles invasores, estava o jovem Benedetti, diferente de mim, ele já era experiente, apesar de termos a mesma idade. Ele claramente me derrubou, e apontou uma arma na minha cabeça. Porém, ficamos 1 minuto nos encarando, até que ele abaixou a arma.

- Ele abaixou a arma? - Pergunto

- É... Ele disse depois que viu inocência nos meus olhos. Mas, continuando, ele roubou a entrega e seu avô ficou uma fera comigo. - Ele ri - Tempos depois, uma nova atividade, e lá estava ele. Dessa vez eu estava mais preparado, então ele quem acabou com a arma na cabeça, quando ele viu a posição que estava, ele riu e disse "Parece que alguém andou treinando". Nós dois rimos, e a partir daquele dia nos tornamos grandes amigos... Grandes amigos... - Os olhos dele lacrimejam - Quando seu avô me entregou a máfia, nós dois saímos para comemorar, claramente enchemos a cara e aquela noite terminou com nós dois numa cama de um hostel.

- Você... E o Benedetti? Transaram? - Pergunto, obviamente em choque.

Ele apenas balança a cabeça, dizendo que sim. Eu me levanto da cama, e vou na direção do frigobar, onde tomo um copo de água.

- Vocês?

- É, Ethan, eu também já tive 20 anos, garoto. - Ele diz, rindo da minha cara. - Nós dois não só transamos, começamos a ter um caso desde aquele dia, mas aí eu conheci sua mãe... Namoramos, então noivamos, e eu terminei tudo com o Matteo, que revelou que estava apaixonado por mim e ele ficou magoado quando eu não retribui o sentimento.

- Você usou ele como brinquedo sexual, e quando não precisava dele, descartou? Como se ele não fosse nada? - Pergunto, com raiva

Ele olha para mim, indignado com o meu tom e questiona:

- Tá com pena dele agora?

- Não... Mas você foi um babaca total, pai... Ele se apaixonou...

- Ele sabia que não poderia acontecer, não era algo do nosso tempo.

- Então por que não parou antes?

- Sei lá... Eu gostava... - Ele responde e eu me sento novamente na cama - Não me olha assim, no dia que noivei com sua mãe, decidimos voltar a sermos apenas amigos... Então ele se meteu com tráfico de pessoas. Eu posso até ter torturado umas pessoas e matado outras, mas todos mereciam, traficar humanos é algo podre, e ele sabia que eu não apoiava e mesmo assim se envolveu. Quando eu descobri, ignorei todas as formas de contato dele, apenas deixando avisos de que tudo que queria dele era distância. Naquele dia, ele apareceu na empresa e pediu para ouvir da minha boca que nós não éramos mais parceiros na vida e no trabalho, então ele atirou, e...

Meu pai está totalmente em lágrimas...

- Eu caí, sangrando em frente a você, que chorava sem entender o que estava acontecendo, até que eu apaguei. Quando eu acordei, estava no hospital, tinha passado por uma cirurgia... Sua mãe me contou que você não parava de perguntar por mim, e se eu tinha morrido. Você acordava chorando todas as noites e só parava quando o Diego deitava com você e te acalmava, dizendo que estava tudo bem...

Eu não pude evitar de deixar minhas lágrimas de saírem, e falo:

- Eu tenho umas lembranças dele dormindo comigo, mas pensei que eram apenas coisas de irmãos...

- Mas era, nem sua mãe conseguia te acalmar, só o Diego... E depois que eu voltei para casa, o Diego, que só tinha 11/12 anos, me fez um pedido em sua intenção... De que eu nunca permitisse você de entrar no nosso mundo... Eu busquei cumprir ao máximo esse pedido, e Diego sabe, independente de onde ele estiver, ele sabe que eu tentei te proteger do nosso mundo.

O rosto do meu pai já está todo molhado, com as lágrimas que desciam vagarosamente, então nos abraçamos.

- Desculpa por não ter sido o melhor pai para você.

- Você foi sim... Pai... Eu te amo... - Eu digo

- Eu também te amo, filho. - Ele diz

Mi Nuevo Mundo - Parte 2Onde histórias criam vida. Descubra agora