Caminos Entrecruzados

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Eu estou vestindo minha camisa, quando o Martin aparece por trás de mim e me abraça. Quando estou indo para o último botão, ele segura minha mão e fecha o botão para mim:

- Te voy a extrañar

Eu fico de frente a ele, e coloco meus braços ao redor do pescoço dele.

- No voy a tardar... - Digo, dando um selinho longo nele

Já desço com minha mala, tomo um café rápido e em pouco tempo estou chamando um uber e me despedindo de todos, quando meu abuelo me chama de lado,e diz:

- Has crecido mucho, ¿eh Ethan? ¿Quién podría haber imaginado que aquel niño flaco se convertiría en este hombre?

Eu rio, e respondo:

- Gracias, Abuelo.

- Entonces quiero darte algo. Se suponía que era de tu padre, pero te lo voy a dar. - Ele fala, tirando um anel com uma pedra roxa do próprio dedo. - Era de mi padre y también de su padre. Mi padre me lo regaló cuando me casé con tu abuela y lo guardé como recuerdo, pero es hora de transmitirlo. La amatista es una piedra de sabiduría, espero que te ayude a tomar las mejores decisiones.

Eu coloco o anel no meu dedo, e eu vejo os olhos do meu abuelo brilharem, então o abraço:

- Hasta luego, abuelo.

- Hasta... - Ele responde

Quando estou colocando a mala no carro, eu dou um beijo nos meus dois sobrinhos mais fofos do mundo, até que sinto um abraço na minha perna, olho para baixo, e noto que se trata do Gian. Todos que vêem a cena param e ficam vidrados, o pequeno deve ter visto os outros me abraçando e resolveu fazer o mesmo. Eu afasto ele da minha perna, e me agacho, ficando da altura dele. Eu olho nos olhos dele, e o puxo para um abraço, um abraço tão forte, que eu me levanto e continuo com ele abraçado no meu colo. É um abraço... Que eu não sei explicar... Eu me sinto tão leve... Meu olho lacrimeja, então eu sinto a mãozinha dele no meu cabelo, como se tivesse me confortando... Do mesmo jeito que o pai dele fazia...

Eu abro meus olhos, e vejo a minha mãe emocionada, abraçada com o meu pai... Eu afasto o abraço dele devagar:

- El tío tiene que irse, ¿vale?

Ele balança a cabeça dizendo que sim, e dou um beijo na testa dele, que faz ele rir, por conta do barulho. Quando eu entro no carro, antes do motorista poder sair, as portas do carro se abrem, e Hec, Luna e Martin entram no carro.

- É sério isso?

- Sempre, pajero. - Martin diz

Rimos, e o carro dá partida para o aeroporto.

No aeroporto, dou um último abraço nos 3, e um beijo no Martin. Eu posso sentir os olhares dos outros para nos dois, mas eu ignoro, eu amo esse homem e se isso doer em alguém, que se foda. Antes de atravessar o portão, eu olho para trás e dou tchau com as mãos.

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Depois de 12 horas de voo, de um delicioso vôo de primeira classe, o avião pousa na pista do aeroporto no Rio de Janeiro. Eu fico pelo menos 20 minutos esperando para minha mala aparecer na esteira, quando encontro, vou até o lado de fora e começo a ligar para minha avó, quando sinto uma mão no meu ombro e como reflexo eu derrubo o cara e o imobilizo no chão.

- Espera, Ethan... Soy yo, Guto. - O cara diz

- Tá tudo bem por aqui? - Um guarda aparece

Eu balanço a cabeça dizendo que sim, e solto o garoto:

- Como caralhos você sabe meu nome e me dê um bom motivo para eu não te matar.

Ele pega o meu celular que eu deixei cair quando imobilizei ele, e ouço minha vó chamando:

- Ethan? Ethan? Você tá aí?

- Oi vó. - Digo, puxando meu celular da mão dele

- Já está no aeroporto?

- Estou sim, acabei de chegar. - Respondo

- Ótimo, o Guto disse que já chegou também, você encontrou ele?

Olho na direção do garoto, e pergunto:

- É um alto, moreno, olhos claros, com uma aparente personalidade de idiota?

O Guto ri do que eu falo, e minha vó diz:

- Mal chegou e já tá reclamando, Ethan? Eu deveria dar uma surra bem dada.

- Já sou bem crescidinho, vó.

- É, nem parece. Agora cuidem em chegar, que tem um lanche bem gostoso para você. - Ela diz, desligando o celular

- Viu, priminho? Sou apenas um jovem inocente. - O garoto fala

Levanto uma das minhas sobrancelhas e afirmo:

- Não somos primos.

- Não deixe vovó e vovô escutarem isso. - Ele diz, atravessando a rua, na direção de um...

- Um Bugatti? Um Bugatti original? - Pergunto, indo na direção dele

Ele ri, provavelmente da minha cara, e fala:

- Bugatti Divo, 0 até 100 km/h em 2,4 segundos.

Eu entro no banco da frente, e vejo uns botões diferentes, além de um computador acoplado no painel. Eu aponto para os botões e pergunto:

- Para que servem esses botões?

- Bem... Digamos que eu achei 2,4 segundos muito longo. - Ele diz, ligando o carro - Se eu fosse você colocaria o cinto, a vovó deve querer você inteiro.

Faço o que ele diz, e ele liga o carro, pisando fundo no acelerador, que faz um som magnífico, então ele solta o carro, que avança de uma vez. Quando nos afastamos totalmente da parte urbana do estado, ele diz:

- Hora da diversão.

Ele abre um dos botões e aperta, o que faz com que o carro que marcava 200 pulasse diretamente para 350 km/h.

- Você é maluco. - É a única coisa que eu ouso dizer.

Mi Nuevo Mundo - Parte 2Onde histórias criam vida. Descubra agora