Midnight Rain

Cornelia Street

Olá, boa noite, queridos leitores. E nos embalos da noite de Sábado a noite, eis que a atualização chegou. Desculpe pelo atraso!!!

Gostaria de agradecer e celebrar a Fanfic, que atingiu mais de 5,3k de visualizações, somando a  quase 500 votos ao longo dos capítulos. Essa marca me deixa muito emocionada, tenho absoluto prazer em escrever Midnight Rain e, senão fosse por vocês, a estória não teria chegado até aqui. Quero pedir encarecidamente que comentem ao longo do capítulo, gosto de escutar a opinião de cada um para saber se estou no rumo certo.

Agradecer à @SrtaGabi_ por ter me ajudado no roteiro, especialmente neste capítulo, e ter lidado com vários dos meus surtos. Obrigada, querida!

E por fim agradecer à minha coautora querida Jaqueline, que está comigo desde o começo(@fearntjihyo), que me ajuda a elaborar o roteiro e revisar os capítulos. Por favor, comentem, reclamem, deixem suas sugestões, o feedback de vocês é extremamente importante para mim. A disposição no twitter @Stupid_TB.

Sem mais delongas... Boa leitura!!!

REFÚGIO NOTURNO

POV BECKY

Horas Antes

Retornando ao set, tentei ocultar minhas emoções por trás de uma máscara de profissionalismo. Sentia-me frágil, como se qualquer toque pudesse me despedaçar. Os rostos familiares da equipe técnica e dos colegas de elenco me observavam, mas eu evitava o contato visual. Cada passo parecia pesar uma tonelada, mas precisava manter a compostura.

— Becky, vamos ajustar sua maquiagem — disse a maquiadora tentando gentilmente esconder os sinais do meu choro.

Abracei meus próprios braços buscando um conforto inexistente. Enquanto ela trabalhava, minha mente retornava aos momentos dolorosos da minha infância, quando eu era forçada a me adaptar a novos ambientes, sempre me sentindo uma intrusa. Londres parecia tão distante agora, uma vida deixada para trás em nome do desejo da minha mãe para assumir a empresa que era do meu avô.

Meus pais sempre foram a bússola da minha vida. Meu pai, com sua desaprovação velada e muitas das vezes escancarada, e minha mãe, Rawee, que me acompanhou secretamente para assinar meu contrato. Era uma lembrança agridoce saber que ela estava lá por mim, mesmo quando meu pai não aprovava minhas escolhas.

— Becky, é a sua vez — chamou o assistente de direção, interrompendo meus pensamentos.

Caminhei até o set sentindo o peso da responsabilidade, o diretor me deu um sorriso encorajador, e os demais atores se prepararam para a cena. Sabia que não podia deixar minha dor transparecer. Não agora. O trabalho em equipe era essencial, e todos dependiam da minha performance.

A cena começou e senti a adrenalina voltar, encarei Charlotte, agora em seu papel de vilã, tentando canalizar minhas emoções para a personagem. Fon, minha personagem, era corajosa e determinada, qualidades que precisava encontrar em mim mesma naquele momento. Quando a cena terminou, o diretor aplaudiu satisfeito com o resultado. Sorri, mas por dentro me sentia quebrada. A dor e a solidão eram esmagadoras. Revivi cada despedida dolorosa, cada adaptação difícil, cada vez que me senti solitária em um lugar novo.

Assim que a gravação do dia terminou, busquei um canto tranquilo para respirar. Precisava de um momento para mim, longe dos olhares curiosos. Sentia falta de um abraço, de alguém que realmente entendesse a minha dor. O silêncio do camarim parecia amplificar a solidão que sentia. As gravações se encerraram tarde da noite. Eu estava exausta, tanto física, quanto emocionalmente. Sentindo-me tão mal como há muito tempo não sentia. A vontade de fugir, correr, andar sem rumo me consumia. Sentia-me tão só, uma solidão física e, principalmente, emocional. Não me sentia pronta para abrir meu coração para Irin, minha amiga que se tornara uma irmã desde que me mudei para Bangkok. Também não me sentia à vontade para ligar para Merle devido ao fuso horário, por mais que a amasse muito. Tinha meu irmão Richie, mas sentia tanta vergonha sobre tudo que aconteceu, não me achava no direito de me colocar naquele papel de vítima. Eu o amava mais do que tudo, mas me sentia insuficiente naquele momento, vulnerável e até mesmo incapaz. Eu precisava mais do que um conforto familiar, precisava de alguém que pudesse escutar sem julgamentos, sem amarras. Tinha uma necessidade tremenda de me sentir ouvida.