Desirée e Asther eram namorados no ensino médio, vindo de famílias muito ricas e que cobravam muito deles, os dois gostavam de fugir de todos para que pudessem respirar e se isolar. Eles eram completamente loucos um pelo outro, até a escola acabar...
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O sofá de Desirée é horrível.
Minhas costas estão doendo horrores, eu tive uma péssima noite de sono e a culpa não foi só do sofá duro mas também dos meus pensamentos. O dia de ontem fica se repetindo na minha cabeça sem parar.
Quando eu passei pelo corredor do hospital e ouvi um bebê chorar desesperado não me contive e fui ver o que acontecia, a porta entreaberta me mostrou uma enfermeira lutando para acalmar uma garotinha agitada, não pensei muito quando me ofereci para ajudar e a enfermeira já nervosa concordou, foi meio irresponsável mas no momento não julguei, peguei a bebê no colo e não demorou muito para ela se acalmar, sempre levei jeito com crianças, a enfermeira saiu para pegar água para o bebê agora risonho e eu fiquei no quarto fazendo graça para ela sorri.
Linda.
Olhos lindos, bochechas fofas e cílios grandes. Os cachos em um penteado fofo me fizeram lembrar de Desirée e qual foi a minha surpresa quando a própria entrou no quarto e a garotinha no meu colo gritou uma mamãe bem animado.
Céus.
Senti como se tivessem roubado o ar.
Depois disso tudo foi muito tenso e complicado, ir tirar satisfação com minha mãe só me fez ter certeza que ter me afastado dela e de papai foi minha melhor decisão, ela é uma mulher horrível. Minha conversa com Desirée foi dolorosa.
Amor não é nada sem confiança.
Essa frase foi como uma facada no meu peito. Ela me odeia, e eu nem posso julgá-la pois a culpa é minha. Eu á tirei da minha vida, não fui muito diferente dos pais dela e isso me destrói por dentro. A única garota por quem já me apaixonei, a dona de todas as minhas primeiras vezes.
Eu sou idiota.
Fungo limpando as lágrimas que me escaparam e levo um susto quando me sento e encontro Desirée parada no corredor me olhando, sem dizer nada ela caminha para o banheiro com Anastasia agarrada em sua perna, a garotinha gargalha quando a mãe anda sem se importar com a menina sentada em seu pé.
A risada mais linda que eu já tive o prazer de ouvir, minha filha tem a melhor risada. Minha filha, ainda estou em choque com essa descoberta, eu tenho uma linda menininha e não vou me afastar nunca dele assim como não vou permitir que ninguém me afaste dela, ninguém.
Quando as duas voltam do banheiro eu ainda estou parado do mesmo jeito, encarando a porta por onde elas sumiram.
- Bom dia - Desirée fala sem nem olhar para mim e caminha até a cozinha.
- Budiiii - minha linda garotinha fala com um sorriso fofo, mostrando os dentinhos pequenos e um enorme sorriso brota em meus lábios.
- Bom dia - caminho para ela e a pego no colo, abraçando apertado e Ana ri animada, beijo sua bochecha gordinha sentindo ela apoiar a mãos pequenas em meus ombros para me olhar - Dormiu bem anjo?
