- Ah! - Anastasia grita enquanto gargalha e corre com a boneca de pano nas mãos e Asther vai atrás dela com os braços esticados e fazendo uma voz engraçada.
É simplesmente a coisa mais fofa que eu já vi.
Minha filha adora o pai, e ela nem sabe que ele é seu pai, depois de três meses convivendo com o homem de olhos iguais aos seus Anastasia parece tão apegada a ele que é assustador. A menina sempre me pede para ligar para ele.
" Mamãe liga Atie, liga, liga"
E como eu posso negar um pedido tão fofo? Não posso, então pego meu celular e vou no número dele, que ele salvou nos meus contatos. Observar eles interagindo é estranho, depois de tanto tempo eu não pensava mais em como ele seria sendo pai e sinceramente eu não tinga ideia se ele ia aceitar minha Ana. Só que Asther está sendo incrível com ela, sempre me mandando mensagens e perguntando como ela está, se a tosse ou febre voltou ou se ela está com dificuldades para respirar.
Não vou negar que me senti incomodada com sua presença constante no primeiro mês que se passou, ainda tenho muitas dúvidas sobre deixar ele tão perto de Ana só que não posso negar a convivência pois ele tem direitos. Então eu engoli meu orgulho e vontade de o afastar e responde de modo curto todas suas perguntas.
Ele conversa com ela como se ela fosse gente grande, contando histórias de quando éramos mais novos e aprontavamos todas, Anastasia ri e concorda como se entendesse tudo e ela ainda se arrisca a dizer algumas palavras, ela está muito mais falante ultimamente, apesar de ainda não saber falar o nome dele ainda, Atie, é o que eu vivo escutando ultimamente. Asther sorri como um bobo sempre que escuta ela falar ou rir, é irritantemente fofo.
Sem falar nos presentes que ele vive trazendo, desde roupas até brinquedos e ela adora. Já falei para ele se acalmar com isso de ficar dando presentes toda hora mas que disse que ele me escuta? Agora ele inventou de ficar comprando um monte de besteiras para a menina comer, não que antes eu não deixasse ela comer umas guloseimas mas ele é extremamente exagerado e nunca me escuta.
Sem falar em Kyle que vive ensinando coisas bestas para a menina, ontem ela ficou fazendo som de peito para todas as pessoas que sentavam ao meu lado no ônibus, ou no cartório. Por falar nisso, agora Ana tem o sobrenome de Asther e não tenho palavras para descrever o quão emocionado ele ficou, as lágrimas brotaram em seus olhos quando pegou a certidão de nascimento dela atualizada com seu nome no lugar do pai.
- Minha filha - ele fungou com o queixo tremendo - Anastasia Caccini Montaire, ele lindo - com lágrimas gordas descendo por seu rosto ele me puxou para um abraço apertado enquanto escondia seu rosto em meu pescoço.
Meu corpo todo se arrepiou com seu agarre e eu fiquei estática sem saber como agir durante o abraço inesperado, fazia tanto tempo que eu desejava se abraço qie só me deixei levar e o abracei de volta fechando meu olhos e inspirando fundo seu perfume gostoso.
- Abaço - Ana gritou erguendo os bravinhos e ele me solta rindo.
- Claro meu amor, todo abraço que você quiser - e então ele pegou ela e não soltou mais até chegarmos em minha casa já que na volta eu aceitei a carona que ele me ofereceu mais cedo naquele dia mas que eu tinha recusado.
Na minha cabeça, quanto mais eu o afastar melhor para mim e meu coração idiota. Já não basta a forma mexida que eu fico ao ver todo carinho que ele tem com nossa filha.
E agora estamos no zoológico, porque ele decidiu que precisávamos de um passeio em família. Olhei para ele em choque quando disse a palavra família, como se nós três realmente fossemos isso.
- Não somos uma família - séria eu agarrei Ana que me abraçou apertado, como se soubesse que eu precisava de algum tipo de apoio, ele me olhou de um jeito que me apertou o peito e eu desviei o olhar de seu rosto para não vacilar.
- Certo, desculpe - coçando a nuca ele morde os lábios e desvia o olhar constrangido enquanto enfia as mãos nos bolsos - Eu só quero pasar um tempo com vocês hoje, só hoje por favor - ele praticamente súplica e eu suspiro incerta.
Eu concordei e cá estamos nós, comigo segurando um algodão doce enquanto Asther agarra Ana que gargalha quando ele a levanta e beija sua barriga.
- Mamãe! - ela grita risonha e sorrio sentindo vontade de chorar, eu desejei tanto isso mas agora parece... tarde.
- Hoje foi divertido - falo quando estacionou em frente a pensão que ela mora, eu sinceramente queria tirar ela daqui.
- É - ela solta o cinto e olha para o banco de trás, para o anjinho dormindo na cadeirinha no banco de trás - Ela se divertiu bastante, com tanta batata frita - ela ri e volta a me olhar - Obrigada.
- Não precisa me agradecer - ela balança a cabeça e olha para a frente suspirando.
- Fazia muito tempo que eu não ia ao zoológico.
- Vocês sempre adorou os animais de lá, lembra que você falava que queria uma arara e um macaco?
- Sim, é eu ia chamar a arara de macaco e o macaco de arara - ela ri voltando a me olha - Eu era tão estranha.
- E eu que queria um porco-espinho para chamar de porco - ela joga a cabeça para trás rindo e sorrio apreciando a vista - Você está linda - ela volta a me olhar, o sorriso diminuindo - Senti sua falta, senti tanta falta da sua voz, do seu cheiro e até da mania de comer queijo com goiabada no pão com ovo.
- Asther.
- Desirée.
Ficamos nos encarando em silêncio e até que ela desvia o olhar arranhando a garganta. Ela não volta a me olha e me sinto em agonia por isso.
- Por favor olhe para mim.
- Eu não posso - ela abre a porta do carro e sai dando a volta e eu saio em seguida segurando seu pulso quando ela vai abrir a porta de trás para pegar Anastasia.
- Me perdoa.
- Para com isso - ela puxa o pulso mas não solto, na verdade eu a puxo para mais perto e espremo seus seios em meu peito, abraçando sua cintura com força.
- Não, vou perdir perdão para você todos os malditos dia da minha vida até que o ar dos meus pulmões se acabe - toco seu rosto com minha mão livre - Desirée, eu te amo.
- Por favor não faça isso - ela nega com a cabeça com o queixo tremendo - Você está aqui por Ana e somente por ela.
- Não é verdade.
- É sim.
- Não é.
- Me solta.
- Desirée.
- Agora - a contra gosto eu tiro minhas mãos dela mas não me afasto, ela se vira abre a porta e pega Ana - Obrigada por hoje, vou entrar preciso descansar pois amanhã vou trabalhar.
E então ela vai embora.
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Depois de tudo... Ainda te amo.
RomanceDesirée e Asther eram namorados no ensino médio, vindo de famílias muito ricas e que cobravam muito deles, os dois gostavam de fugir de todos para que pudessem respirar e se isolar. Eles eram completamente loucos um pelo outro, até a escola acabar...