The promised omega - 𝐡𝐨𝐮𝐬𝐞 𝐎𝐟 𝐭𝐡𝐞 𝐝𝐫𝐚𝐠𝐨𝐧𝐬

𝖤𝖯𝖨𝖦𝖱𝖠𝖥𝖤 - PRÓLOGO

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" O trono escolhe seus herdeiros"
Baelon Targaryen
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Viserys Targaryen ajeitou suas roupas de montaria meticulosamente e debateu se deveria ou não anunciar sua presença e perturbar a paz do príncipe herdeiro. Os guardas de prontidão pareciam achar graça em seu sofrimento, pois continham risadinhas leves, fazendo seu rosto ganhar uma coloração avermelhada. Ele soltou um longo suspiro antes de ergue um dos punhos para bater na porta, parando e estremecendo antes de abaixar a mão novamente. Seria melhor ele voltar outra hora, o pai provavelmente não gostaria de ser perturbado.

Mas foi ele que te chamou, sua mente o traiu, fazendo ele solta um pequeno resmungo enquanto trocava o peso da perna. Um frio em sua barriga estava causando náuseas nele, ele odiava aquilo, ele sabia que provavelmente seu pai não o chamaria ali se não fosse por algo muito importante. Mas o anceio ainda estava presente, Baelon Targaryen não parecia muito ele nos últimos tempos. Mas quem poderia o culpa ? Havia acabado de perder o irmão e não fazia muito tempo que tinha perdido sua esposa- irmã. O próprio Viserys ainda estava se recuperando da perda repentina da mãe e de seu irmão, Aegon.

— Você vai entrar ? — uma voz feminina se juntou a ele, fazendo seu corpo relaxar quase de imediato enquanto ele se virava para encontrar sua prima Rhaenys parada do seu lado — ou você criou raízes aí ? — uma de suas sobrancelhas prateadas estavam erguidas e seus lábios contraídos, Viserys estremeceu ao ouvir uma risada de um dos guardas.

— Estava apenas admirando a porta — estupido, ele pensou, seuas bochechas queimando. Rhaenys parecia pensar o mesmo que ele, já que o olhou com um olhar de desdém — belo vestido prima, seu noivo está se superando. — ele comentou, vendo o vestido de ceda azul acentua o corpo da princesa.

— É de Dorne, Corlys acabou de voltar de uma expedição junto de seu pai e irmão. — ela murmurou, passando as mãos pequenas pelo vestido azul cristalino — Então, vai entrar ou não ?

— Claro, o pai a chamou também? — ele perguntou enquanto erguia novamente um dos punhos e batia de leve na porta, Rhaenys resmungou em confirmação — Espero que Daemon não tenha feito nada e colocado a culpa em nós novamente.

— Acho difícil, ele estava se esgueirando pela cozinha com sua noiva. Uma noiva muito bela devo dizer. Aemma, certo ? — Rhaenys perguntou como uma provocação, Viserys sentiu sua respiração falhar ao pensar na garota de cabelos loiros. Antes que ele pudesse dizer algo, foi salvo pelo abafado "Entre" de trás da porta.

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Os aposentados do príncipe herdeiro estava escuro, com apenas poucas velas acesas e a lareira. Viserys e Rhaenys se entreolharam antes de seguir em direção do homem parado enfrente a lareira. Baelon Targaryen estava decadente, ele parecia não dormir a dias, estava todo desgrenhado e cheirando a vinho barato. Viserys sentiu vontade de chorar ao vê seu pai naquela situação, ele parecia apenas uma casca sem vida.

— Sente-se — a palavra em sua língua materna apenas deixava tudo mórbido. Desde que sua mãe havia morrido, seu pai havia decidido não falar nada e quando falava, eram palavras em sua língua nativa. Frases curtas e sem sentido. Rhaenys se esgueirou, obedecendo a ordem de seu tio Baelon, enquanto Viserys permaneceu de pé atrás da poltrona que sua prima estava sentada — imagino que estejam se perguntando o porquê os chamei aqui.

— Se me permitir, tio. — Rhaenys começou, sempre tão confiante de si mesma — Não é muito comum o Senhor nos chama para conversar, a não ser que seja para dar broncas por pegadinhas feitas por Daemon.

Suas palavras pareceram acender algo em Baelon, que sorriu levemente antes de inclinar a cabeça — De fato, mas fique tranquila sobrinha. Não será reclamações dessa vez — Viserys observou atentamente enquanto seu pai se abaixava e se inclinava em direção ao fogo da lareira, suas mãos se inclinando e pegando algo ali. — quando seu avô me declarou como seu herdeiro, ele me chamou em seus aposentados e recitou uma história para mim. Uma história que passa de herdeiro para herdeiro.

Com o índice sobre a sucessão do trono, Rhaenys ergueu os ombros e ficou ainda mais  ereta, aguçando sua atenção para as palavras de Baelon. Já Viserys, ergueu uma de suas sobrancelhas, mostrando interesse pela conversa. Sua mente mapeando se aquela seria mais um desvaneio das histórias de sua família.

— Diga–me, vocês sabem o que nos fizeram Reis e Rainhas ? — Baelon perguntou calmamente, suas mãos lapidando o objeto retirado do fogo. Uma adaga

— Os dragões. — Rhaenys declarou sem exitar, sua voz derramando de adoração. Viserys apostaria Porto Real se sua prima não estivesse pensando em sua dragão naquele momento.  Baelon soltou uma leve risada e balançou a cabeça

— Não criança, os sonhos o fizeram. — ele disse, chegando perto. Viserys temia que aquele brilho nos olhos de seu pai fosse algum tipo de loucura — Os dragões são apenas bônus.

— De fato pai, mas se não fosse por eles, não estaríamos onde estamos. — Viserys disse calmamente, suas mãos se contraindo atrás das costas

— Isso não podemos negar — Baelon disse após uns minutos em silêncio, ele nivelou a adaga para Viserys e Rhaenys verem — Leia

Rhaenys se inclinou, admirando o brilho alaranjado nas letras de sua língua materna.  Suas mãos pareciam está se contraindo para tocar na adaga, mas foi Viserys que recitou as palavras com louvor e admiração.

— Do meu sangue vem o príncipe que foi prometido, e sua vontade será a Canção do gelo e fogo. — um pequeno tremor se vez presente na alma de Viserys, ele não sabia se era a admiração ou medo do que aquelas palavras poderiam significar. Rhaenys parecia está em um estado de entorpecimento, ela encarava a adaga como se fosse os próprios deuses.

— Aegon, o conquistador sonhou com um longo inverno. Um inverno que devastaria os sete reinos e traria dor e sofrimento para todos. Sejam lordes ou não — Baelon disse, seus olhos desfocados e suas palavras cantadas com leveza — Ele acreditava que apenas um Targaryen poderia nos salvar de um destino tão lamentável. Eu acredito que é por isso que estamos aqui, para salvarmos o povo.

— Por que está compartilhando isso com nós dois ? — Rhaenys perguntou, suas palavras se tornado adagas — você mesmo disse que essa é uma cantiga passada de herdeiro para herdeiro. O que nós dois estamos fazendo aqui ? — A pergunta inevitável estava presente, e Viserys temeu a resposta de seu pai.

— Por que vocês dois precisam estar prontos para o que está por vim. Não importa agora quem herdará o que, o que importa é ficarmos unidos. Precisamos estar prontos para o inimigo comum, seja que ele esteja perto ou longe de nós.

•••

Luas depois, Viserys foi recebido com a notícia da morte de seu pai e sua futura sucessão ao trono.