CAPÍTULO

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Porto Real cheira a mijo, Alys pensou, sua cabeça inclinada no batente da porta de madeira. A taberna estava barulhenta essa noite, parecia que os ratos tinham saído para se divertir. Um riso de escárnio saiu involuntariamente dela, Que coisa avassaladora.

Alys! Faça alguma coisa, garota! Sirva mais vinho ! — o taberneiro guinchou como um porco enquanto jogava um pano sujo na garota de cabelos escuros — esses bastardos não servem para nada — ele murmurava enquanto limpava o balcão, suas calças meio caídas da cintura.

Porco imundo, Alys pensou enquanto pegava uma garrafa cheia de vinho e ia em direção a uma mesa cercada por homens robustos e de aparência decaída. Suas risadas eram altas e suas palavras cheias de malícia.

— Vinho, meus Senhores. — ela murmurou, sendo ignorada pelo grupo de homens.

Ela até preferia assim, quando eles não a ignoravam, eles tentavam levar ela para suas camas. O que era repugnante, ela não desejava imacular seu corpo pelas mãos cheias de sujeira daqueles homens. Soldados descartados da coroa, que não tinha onde cair mortos. Caçadores de ratos e bastardos de lordes. Era até hipocrisia dela pela última parte, mas pelos deuses, ela tinha algum respeito por si mesma. Se deitar com um deles era como declarar que ela tinha se tornado uma prostituta.

— Vocês ouviram as notícias? Parece que haverá um torneio em memória do príncipe perdido — um dos bêbados comentou, ele fedia como um estorco de cavalo e Alys apostaria que aquela sujeira em sua careca seria o próprio estorco. Ela fechou a cara em nojo — Que os deuses cuidem do coração da nossa Rainha Verde.

— Uma lástima — outro bêbado disse, sua barba suja com migalhas de frango e pão — Que os deuses cuidem do coração da nossa Rainha — ele repetiu o mantra, erguendo o copo de vinho e dando um grande gole.

Alys quase desejou que ele se engasgauesse com aquele vinho, quase. Ela não era tão ruim assim.

—  Talvez se procurassem um pouco mais — o terceiro disse, ele era mais jovem, tinha uma aparecia menos decadente e mais saudável do que os outros. — Tem alguns rumores através do mar estreito.

Alys aguçou os ouvidos para ouvir o que ele estava dizendo, servindo um pouco mais lentamente o vinho. Os boatos eram frequentes na taberna, principalmente se moviam ao redor da família Real. Muitos dos pebleus tinham sua própria opinião sobre o acontecido daquela noite, e muitos reputiavam a princesa herdeira.

— Apenas rumores garoto — um homem esguicho disse, seus olhos desfocados e seu rosto enfiado no prato de comida — Se não rumores, então um bastardo.

— Mas — ele continuou — São bem verídicos, dizem que o garoto tem o sangue do dragão forte correndo dentro dele

— Acho difícil, dizem que o príncipe Daemon matou o garoto como cortejo para a puta dos bastardos. — o bêbado porco murmurou, era engraçado como o ódio pingava de suas palavras. Principalmente relacionado a princesa Rhaenyra. — todos sabem que eles são capazes, como podem, se acham deuses. Nossa pobre rainha verde sofre até hoje pela perda de seu amado filho.

— Seja a verdade ou apenas rumores, melhor deixar isso para lá. Não queremos perder a cabeça como aqueles homens.

Alys concordou, mesmo não sendo avistada pelos porcos. Sua mente estava traçando caminhos para o que foi dito, se de fato aquele rumor for verdadeiro, então ela precisaria agir rapidamente. Antes que fosse tarde demais.

•••

O tempo nublado que pairava sobre Porto Real era como um mal presságio para o povo, e o rugido animalesco de um dragão apenas confirmou as suspeitas de Alicent. Sor Criston balançou inquieto atrás dela, o som de sua armadura fazia a dor de cabeça da Rainha ficar mais forte.

The promised omega - 𝐡𝐨𝐮𝐬𝐞 𝐎𝐟 𝐭𝐡𝐞 𝐝𝐫𝐚𝐠𝐨𝐧𝐬Onde histórias criam vida. Descubra agora