Seus olhos ardiam, e Alicent os esfregava com força. Ela não queria desviar sua atenção da antiga pila de fogo, a fumaça estava se dissipando, fazendo os poucos escravos e Dothraki que ali restavam tossir violentamente. Mas Alicent não, ela inspirou aquela fumaça com paixão. Algo naquela nuvem negra a deixava com a sensação de liberdade.
O início de uma nova era.
As palavras foram um mantra em sua mente, a firmeza na voz delicada de sua Khaleesi ainda fazia sua pele arrepiar. A Alpha olhou para Sor Jorah, que assim como ela nunca havia desfiado sua atenção, ele mais do que qualquer um ali estava ansioso pelo que estava por vir. Uma vez, ela ouviu Jory sussurrar para uma das escravas que o Cavaleiro desertado nutria uma atração pelo Omega. Mas Alicent sentia que havia mais nisso do que apenas uma paixão.
Ela gostava de pensar que era uma garota astuta, apesar de seus sete verões. Por isso, ela sempre ficava observando o Cavaleiro. Os olhares e sorrisos que ele dirigia a sua Khaleesi eram diferentes, de fato, mas havia uma luz obscura que escurecia a face de Jorah toda vez que ele achava que ninguém estava olhando.
— Olhem ! — o grito de Irri tirou Alicent de seu entorpecimento, ela se levantou depressa, observando o corpo esguio se ergue por entre a fumaça.
Uma vez, uma das escravas que cuidou de Alicent lhe disse que havia uma deusa que vinha do fogo, ela era mãe dos ômegas e dava vitalidade para os Alpha. Sua aparência era destacada como longos cabelos de braça, olhos flamejantes e corpo escurecido pelas cinzas de seus filhos perdidos, Alicent havia zombado das palavras sábias da escrava, mas naquele momento, enquanto ela olhava para Aemond. Tudo o que se passava em sua cabeça era o nome da deusa e a imagem nítida dela.
Mhysa
•••
Alicent estava irritada, desapontada no mínimo. Eles estavam caminhando por sete dias sem parar, Khaleesi estava firme em chegar até o lar dos Dothraki até a lua virar, o que não seria difícil se não houvesse crianças de colo e anciões os seguindo.
— Deveríamos parar por enquanto, Khaleesi. — Drogo, um dos fiéis companheiros de Khal, havia seguido Aemond sem pensar duas vezes. Ele era um jovem destemido e estava se esgueirando para Irri desde o último florescimento da omega. — Os anciões estão fracos, não aguentaram andar mais do que alguns passos antes de sucumbirem a perdição.
A Alpha podia ver a chateação nos olhos de Aemond, a garota sabia que o omega não queria causar agonia para seu povo, a Khaleesi apertou o corpo escamoso do dragão negro em seus braços e Alicent se maravilhou com o guincho que escapou da criatura. Quando a menina viu aquelas três coisinhas ganhando vida nos braços de sua Mhysa seu primeiro instinto foi rosnar e se esconder atrás de Jorah para sua própria proteção, mas com o passar dos dias, uma parte sua floresceu para eles. Algo neles a fascinava de uma forma espetacular, ela queria poder segura-lós em seus braços assim como fazia quando eles eram simples ovos petrificados, mas os dragões se mostraram hostis para qualquer pessoa que não fosse sua criadora.
— Vamos parar por aqui hoje, peça aos homens fortes para montar um pequeno acampamento, faça as mães ômegas e suas crianças ficarem juntos com os anciões enquanto os mais fortes cuidem de sua segurança. — Khaleesi disse, não havia lugar para argumentações em sua ordem. Era fascinante como o Omega mudou depois daquela noite. Jorah parecia não o reconhecer, mas havia admiração em seus olhos. — Alicent, venha caminhar comigo.
•••
Aemond havia florescido, havia uma chama que serpenteava ao seu redor e fazia qualquer um querer se aproximar e se aconchegar em seus braços, e quando a oportunidade apareceu, Alicent fez exatamente isso com certa satisfação e orgulho.
— O que faremos agora ? — a Alpha perguntou, com a cabeça inclinada no colo do omega, enquanto observava os dragões rugirem um para o outro. Era engraçado como aquelas pequenas criaturas tentavam mostrar intimidação uma para a outra.
Aemond cantarolou, terminando de fazer a trança lateral de Alicent e soltando uma pequena risada quando o filhote preto tentou soltar uma chama.
— Eu tive algumas visões quando estava no fogo — ele disse, sua voz suave e seu toque gentil — Uma mulher me guiava em direção a Dorne, há algo nos esperando lá.
Alicent franziu a testa e enrugou os lábios, Dorne era conhecida por sua hostilidade em relação ao sangue Targaryen. A Alpha não permitiria que o sangue dornes atacasse sua Mhysa. Ela preferia a morte do que ver Aemond cair.
— Eles não nos receberam bem, Mhysa. — ela disse
— Eles vão — não havia fraqueza em sua voz, apenas pura determinação e uma promessa feita — eles se curvaram ao escolhido dos deuses e Rei dos Sete Reinos.
Acho que esse foi o menor capítulo que eu já fiz 😮💨
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The promised omega - 𝐡𝐨𝐮𝐬𝐞 𝐎𝐟 𝐭𝐡𝐞 𝐝𝐫𝐚𝐠𝐨𝐧𝐬
Romance|A| 𝙝𝙤𝙪𝙨𝙚 𝙊𝙛 𝙩𝙝𝙚 𝙙𝙧𝙖𝙜𝙤𝙣𝙨 𝙛𝙖𝙣𝙛𝙞𝙘𝙩𝙞𝙤𝙣 ⤻ 𝐀𝐄𝐌𝐎𝐍𝐃 𝐓𝐀𝐑𝐆𝐀𝐑𝐘𝐄𝐍 era o primeiro ômega nascido em uma família repleta de alphas e betas, o filho favorito de sua mãe e de seu pai. O mais belo de todo o mundo, assim como...