CAPÍTULO

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O Spetão Eustace foi quem escreveu o início da nova era que recaiu sobre o reinado do Rei Viserys Targaryen, o pacífico. Ele escreveu linha por linha como houve uma drástica mudança com a última visita da Princesa Herdeira em Porto Real, foi ultrajante como a Princesa Rhaenyra saiu de indesejada para clamada como a Rainha que Deveria Ser, seus apoiadores se estenderem por todo os sete reinos como fogo. Porém, algumas casas ainda mostraram sua insatisfação pelos erros cometidos pela Princesa, o que gerou grande tensão entre o povo.

•••

Aconteceu em uma fração de segundos. Em um momento, Helaena estava bem e no outro, uma dor alucinante recaiu sobre ela. Suas visões escureceram e ela temia que aquilo significasse o fim de sua vida. Sua mãe estava ao seu lado, ela não havia parado de implorar nenhum segundo para que os Sete viessem a seu favor, a Rainha Verde estava desesperada e Helaena se sentia culpada por infligir tamanha agonia em sua destemida mãe.

— A Princesa precisa fazer força — a anciã disse, sua voz estava distante demais para Helaena focar nela.

Alicent estendeu as mãos, alisando gentilmente os cabelos platinados de sua única filha. Ela sabia em seu amargo que aquilo aconteceria, ela avisou repetidamente a seu pai que a cama de parto não foi feita por Helaena, por mais que sua filha fosse uma beta fértil, ela sempre foi uma criança fraca. Não tinha forças para o que esperava, e seu quadril não era largo o suficiente para abrigar uma criança. Quem dirá duas. Mas mesmo assim, ela se manteve otimista, ela ia ao Speto todos os dias e orava por sua criança. Era cruel de sua parte, mas ela clamava para que a gravidez não fosse até o final se isso significasse que sua doce criança estaria ali com ela.

— Oh minha criança — sua voz estava repleta de emoções, ela observava o rosto cansado da filha com fervor. O brilho que havia de alastrado sobre Helaena durante o seu tempo de gravidez havia sumido — Você consegue, eu sei que sim. Só mais um pouco.

A beta suspirou pesadamente, uma nova contração se abatendo em si. Era doloroso e agoniante. Mas ela continuaria, ela não poderia parar agora. Ela se forçou a continuar mesmo não aguentando.

— Vossa Graça — uma jovem beta se aproximou, ela mexia nas mãos inquietas, seu aroma quase inexistente pareceu ter ganhado alguma força por tamanha angústia — O Grande Meistre pediu para vê-la urgentemente.

Alicent acenou rigidamente, suas sobrancelhas unidas em um vínculo e seus lábios contraídos. Ela olhou para Helaena e se inclinou, depositando um beijo singelo na testa suada da filha.

— Eu já volto, espere por mim. Minha doce criança .

•••

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— Não! Absolutamente não! — Alicent desejou ter em mãos uma adaga afiada para atingir o peito daquele homem com toda sua força, a proposta imposta sobre ela era absurda. Ela não faria aquilo com sua criança.

— Esse é o único jeito, Alicent. — Otto declarou, seu rosto estava coberto por uma máscara indecifrável. Era pecado odiar os pais e desejar mal a eles, mas havia momentos - momentos muitos frequentes, ela queria ressaltar - em que a Rainha Verde desejava que quem estivesse morto fosse o seu pai e não sua mãe — Veja a razão, pelos deuses!

Como aquele homem poderia ser tão cruel e abominável ? Era a sua neta que ele queria abrir como um porco no abate, sua doce criança. A menina que alegrou seus momentos mais obscuros, ela o odiava. Odiava tanto que poderia o matar com suas próprias mãos, se não fosse por sua ganância. Então nada disso aconteceria, ela ainda teria Rhaenyra, elas criariam seus filhos juntos e Aemond ainda estaria em seus braços. Pelos sete, ela até faria olhos vendados pelas três crianças de cabelo escuro.

The promised omega - 𝐡𝐨𝐮𝐬𝐞 𝐎𝐟 𝐭𝐡𝐞 𝐝𝐫𝐚𝐠𝐨𝐧𝐬Onde histórias criam vida. Descubra agora