Caminhando pelos corredores, hoje está mais agitado que o normal, vou atrás de alguém que possa me informar de algo que eu não esteja por dentro, vejo meu pai na sala do trono, o que não é normal de se acontecer, a maioria das vezes são só em ocasiões importantes.
- Olá papai. - Cumprimento o mesmo.
- Minha filha! - O mesmo sorrir.
- Eu posso saber o motivo dessa movimentação na casa, normalmente isso acontece em ocasiões especiais?
- Não está sabendo? - O rei está entusiasmado, o que me intrigou mais ainda.
- Não, posso saber o motivo? - Cruzo os braços.
- Um casamento virá em breve! - Respiro fundo resando pelos deuses que não seja o que eu estou pensando, não pode ser.
- E quem são os noivos? - Um nó em minha garganta se faz.
- Daemon e Daenerys, Alicent propôs este acordo entre a família, eu não vi problema algum, e Daemon muito menos.
- Como assim? Não reveriam ter convocado o conselho?
- O conselho foi convocado, filha!
- E quanto a mim? Não tenho autonomia na sala do conselho? Qual o motivo de não terem me chamado?
- Tem sim, mas Alicent, achou que você não fosse se interessar quanto a isso!
- Tem que ser Alicent, não é mesmo? - reviro os olhos.
- Não fique assim, seu tio está animado, pelo menos uma coisa boa nisso, não acha?! - Meu pai, tenta me acalmar, coisa que dá certo, pois percebo que não devo demonstrar tanto incômodo.
- Quanto a Daenerys?
- Ela já ceitou, estava animada até. - Como? Como ela pode estar animada com isso?
- Obrigada pai, sabe me dizer onde Daemon está? - Pergunto despretensiosamente.
- Deve estar no jardim, se não dormiu fora do castelo. - Assenti e me retirei indo ao encontro do mesmo, meus pés pisam fundo no chão de pedra, sinto uma misto de adrenalina percorrer meu corpo, e quando vejo Daemon, conversando com algumas plebeias, de longe elas percebem que devem se retirar o mais rápido possível, como sempre, essas conversas só nos convém em alto valiriano.
- Sobrinha, mudou de ideia quanto a mais um filho?
- Pelos sete infernos, qual o seu problema?
- Vários, seja mais específica! - Essa sua ironia me dá nos nervos.
- Casar com Daenerys? Jura? - Falo desacreditada.
- Não sabia que sentia tanto ciúmes assim de mim, relaxa, você tem um lugarzinho especial em meu coração. - Pelos deuses, me seguro de todas as formas para não pular em sua garganta.
- Ela é uma menina, você não pode... casar com ela. - Falo com desdém.
- Saiba que eu não tive nada a ver com isso, Alicet me ofereceu e eu apenas aceitei, Daenerys, é bela demais para ser de qualquer um.
- Exatamente, ela é boa demais para você!! - Estou alterada, sinto um sentimento que nunca havia sentido antes por qualquer outra pessoa.
- Calminha, não precisa ficar brava até parece que... - O homem para por alguns instantes olhando para o nada e logo demais começa uma gargalhada constante. - Pera, você? - O homem rir como se fosse a piada mais incrível do mundo. - Você gosta dela? Pelos deuses Rhaenyra.
- Não fale asneiras!
- Eu apenas estou dizendo a verdade, e eu aqui achando que você estava com ciúmes de mim, mas na verdade está com ciúmes da sua irmãzinha, me diz, a quanto tempo você gosta dela? - Daemon sabe, e ele é esperto, vai usufruir de tudo o que conseguir com essa informação.
- Isso não é da sua conta, eu quero que desmarque esse noivado o quanto antes!
- Nem em sonho que eu vou fazer isso, prefere a mim ou a qualquer um outro velho rabugento com sua amada? - Ele tem razão, preciso pensar com cautela, não posso agir por impulso, isso nunca me aconteceu de sair do controle dessa forma. - Vamos lá, você melhor que ninguém sabe, quero propor um acordo. - E lá vamos nós entrar no jogo dele.
- Diga o que você quer e pensarei no seu caso.
- Se penar muito vai perder ela. - Sua suposição me aperta o peito, não é tristeza, mas, sim a fúria que me toma.
- Diga o que você deseja Daemon!
- Você será a sucessora do trono de ferro, a rainha legítima, deixe-me ser sua mão, e eu não tocarei um dedo se quer em Daenerys, assim você terá ela todas as noites.
- Nem nos seus sonhos. - Desdenhei da sua proposta.
- Então tá, você nunca mais terá acesso a Daenerys. - Droga, Daemon, sabe como jogar, e se eu não for esperta, ele ganha muito mais que uma partida.
- Eu aceito. - Falo firme.
- Certeza? Cuidado com suas escolhas princesa.
- Eu falei que aceito, mas eu juro, juro pelos deuses antigos e novos, que se você encostar em Daenerys, eu cortarei sua garganta. - Falou com toda a certeza do mundo, isso não seria apenas uma ameaça sem fundamento, se ele não cumprisse sua parte do trato.
- Sou um homem de palavras, não se preocupe. Até mais princesa. - O homem me deixa para trás, agora resta conversar com Daenerys.