Daenerys Targaryen
A luz solar atinge minha vista me obrigando a fechar os olhos com mais força, a vontade de passar o dia inteiro na cama é maior que minha coragem.
— Daenerys, levante agora, já viu o horário? — A voz de Alicent adentra meus ouvidos como sinos me obrigando a olhá-la.
— Tanto faz Alicent, minha rotina é sempre a mesma de qualquer forma! — Me sento na cama.
— Você tem o dever de dar bons exemplos para as pessoas, tem que se comporta, como vai casar dessa forma?
— E quem disse que quero me casar? — falei forme, Alicent vem em minha direção segurando minha mandíbula.
— Da próxima vez que eu ouvir isso saindo de sua boca eu arrancarei seus dentes, este é o seu dever, casar-se com um homem da nobreza, você é uma targaryen! — Minha respiração acelera, sinto uma raiva descomunal, as vezes sinto que Alicent, não nasceu para ser mãe. Ela deve ter medo de que aconteça o mesmo que aconteceu com Rhaenyra targaryen, todos sussurram que seu filho Lucerys, é um bastardo, mas a opinião de nem um deles importa quando ele é reconhecido pelos avós como neto legítimo. Alicent me solta e se afasta se recompondo.
— Exatamente, eu sou uma targuerya, e eu não quero acabar como você, cheia de filhos e amargurada! — A mulher a minha frente fica sem palavras, não consegue manter o assunto.
— Levante-se, procure o seu melhor vestido, hoje haverá uma festa.
— Em comemoração ao quê?
— O rei não precisa de muito para festejar?... Daemon retornou, mais uma vez.
Levantei-me rapidamente, se tio Daemon estava aqui, eu queria cumprimentá-lo, meu pai nunca teve uma relação muito bom com o irmão dele, então sempre que ele vem para o reino, meu pai festeja, faz anos que ninguém o ver. Passei o dia escolhendo um vestido, não por meu querer, mas sim pelo querer de Alicent, de qualquer forma eu queria estar belíssima para que Rhaenyra me notasse, não consigo definir bem em palavras, mas meu interior sente a necessidade da aprovação de minha irmã.
Ao fim do dia, meu vestido foi escolhido e eu estava satisfeita, um vestido azul celeste, colado na cintura e soltinho do quadril para baixo, nele mostrava um pequeno decote em meus seios. Com os cabelos meio preso e com tranças imbutidas, estou pronta, escuto um bater na porta e é Alicent, está com suas vestes verdes e os cachos presos. Andamos pelos corredores até o local da festa, a música alta e ainda assim dava para escutar as vozes das pessoas. Sinto um nervosismo, não era todos os dias em que me via perto de tantas pessoas diferentes assim.
Meus olhos percorrem todo o salão e enfim vejo Rhaenyra, sentada ao lado direito de nosso pai. Rhaenyra estava com um vestido preto que realçava bem seus seios fartos, não sei se é o fato de ser mais velha ou de ser viúva, que trás um ar misterioso, porém quando suas palavras saem de sua boca são como canções de anjos.
Me aproximo e meu assento é ao seu lado, me acomodo em meu lugar, e se eu puxasse assunto, talvez não fosse uma má ideia.
— Como está sua testa? — Perguntei, me lembro de ter ficado bem vermelho e que não perguntei na noite passada, porém preciso de algum assunto, Rhaenyra que estava com os olhos atentos nas danças, me encara com a cara de quem pode te ceifar com um olhar.
— Sentiu saudade princesa? — Um sorriso latino aparece em seu rosto. Suspiro forte sentindo meu corpo se desconcerta por completo.
— Eu? Não, eu só queria saber se estava bem, já que sou tão desatenta, como você mesma falou. — Vejo a mulher balançar a cabeça negativamente.
A festa rolava, e eu não sabia o que dizer, ou como dizer. Até que rhaenyra, chama minha atenção.
— Sobrinhas queridas, que bom revê-las novamente! — Isso me soaria verdadeiro, mas como sempre suas palavras contem sarcasmos. Sorri simpática para Daemon, que como sempre tem o seu charme único e devolve com um sorriso a altura. Rhaenyra, revira os olhos com nossa interação.
— É bom também revê-lo, tio. — O tom de voz de Rhaenyra é completamente diferente, mais firme e rude, porém devolve na mesma moeda com seu sarcasmo.
— E seus filhos Rhaenyra? Fiquei sabendo que estão crescendo rápido, principalmente a Visenya. — Vejo a expressão de Rhaenyra, mudando, a mulher agora carrega um olhar que por pouco não saem brasas.
— Meus filhos estão ótimos, obrigado pela preocupação. — Rhaenyra, responde com desdém. Vejo que não fica confortável quando o assunto se trata de seus filhos. Um homem se aproxima de Daemon, e faz reverência para todos nós, e logo Daemon, se retirar. O clima pesou, sinto a tensão no ar.
— Ele custa vim, mas quando vem tenta afetar a todos, não é mesmo? — A mulher ao meu lado que até então estava olhando para frente, vira seu rosto e me olha.
— Daemon é um homem temido pelos homens... Mas eu não sou um homem. — Rhaenyra, pisca para mim e levanta. — Vamos dançar irmã! — A mesma me convida, e assim fiz.
— Olha, eu não sei dançar muito bem. — sorri.
— A prática leva a perfeição. — Ela estende sua mão e logo estamos no salão, todos dançam entre si, sem generalização.
Um sorriso, satisfeito surge em seus lábios assim que começamos a dançar, nunca tinha visto Rhaenyra, dançando, e ela sabia muito bem. A mesma me rodeia novamente como se estivesse a prestes a me atacar, seus olhos violetas brilham como bioluminescência. Ela se aproxima de mim e seu corpo é maior que o meu, não que isso seja um defeito, muito pelo contrário.
— O que a princesa acha de vir comigo? — Seu pedido foi tão próximo ao meu corpo que consigo sentir sua respiração colidir com a pele de meus ombros. Isso é tão bom, a cada segundo uma coisa nova, o que tenho a perder ao ir com ela, não é mesmo?.
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