Enquanto o bando de quatro crianças malvadas estava causando estragos nas ruas da Ilha dos Perdidos, o Príncipe Ben estava olhando pela janela de seu alto ponto de vista no Castelo da Fera, perdido em alguns pensamentos próprios.
Era verdade que Grumpy, o Anão, havia dito a ele que seria um bom rei, mas, em particular, Ben se perguntou se ele estava certo. Mais direto ao ponto, ele se perguntou se se tornar um bom rei era algo com o qual ele se importava. Isso importava? Com o que ele se importava? O que ele queria? Preso, pensou Ben, olhando para a vasta extensão do reino. Isso é o que eu sou.
Ele olhou para o céu, como se tivesse as respostas. A lavagem azul era brilhante e clara como de costume, e ele podia ver todo o caminho até o horizonte distante, onde o próprio Auradon se dissolveu em nada além de costa enevoada e água azul.
Não.
Nada.
Ben pensou em seu sonho com a ilha.
A Ilha dos Perdidos. É assim que todos chamavam, até mesmo o pai dele.
Ele considerou novamente como seria viver como eles, preso debaixo da doma mágica, assim como ele estava em sua vida real.
Eles eram prisioneiros, não eram? Seu pai tentou fingir que eles não eram, mas até Ben sabia o contrário. Eles foram exilados para a ilha por ordem do rei.
Assim como Ben conseguiu viver no castelo porque era filho do rei. E porque meu pai me ama, Ben pensou. E porque eu nasci para isso.
Era impossível parar de pensar nisso.
Ele vacilou.
"Ai", disse Ben, enquanto uma agulha o cutucou novamente na axila.
"Desculpe, senhor; perdoe-me senhor." Lumiere, que o estava medindo para seu traje de coroação, ficou enjoado.
"Muito bem", disse Ben, que parecia real, pelo menos de acordo com Lumiere, no terno de veludo azul royal com tubulação amarela. Pertenceu ao Rei Besta, que o usou em sua própria coroação. "A culpa foi minha—eu me mudei."
"Sua mente está em outro lugar, senhor", disse Lumiere sabiamente. "Como é apropriado para um futuro rei de Auradon."
"Talvez," disse Ben.
Para um futuro rei, ele ficou surpreso com o pouco que sabia sobre a Ilha dos Perdidos. Como os vilões se saíram, debaixo da doma? Como eles viveram, comeram, cuidaram de si mesmos? Como estavam as famílias deles? Quais eram as esperanças e sonhos deles? O que eles viram quando olharam pelas janelas de seu próprio castelo, casa de campo ou caverna?
Ben lembrou que tinha ouvido falar que alguns deles tinham filhos. Alguns teriam que ter a idade dele agora, não teriam? Ele se perguntou como eles lidavam com a vida à sombra de seus pais infames.
Imagino que, para eles, é muito parecido com isso, ele pensou, olhando para seu anel de cabeça de besta real, aquele como o de seu pai. Vestindo o terno de seu pai, equipado pelo alfaiate de seu pai. De pé na janela do castelo de seu pai.
Estamos todos presos. Estou tão preso quanto eles.
Quanto mais Ben pensava sobre isso, mais ele sabia que era verdade. Ele não tinha escolhido nascer príncipe e se tornar rei, assim como eles não haviam escolhido quem eram seus pais. Eles eram prisioneiros por um crime que eles mesmos não haviam cometido.
Esse foi o maior crime, não foi?
Não é justo. Não é culpa nossa. Não temos voz em nossas próprias vidas. Estamos vivendo em um conto de fadas que outra pessoa escreveu.
Naquele momento, Ben de repente entendeu por que os ajudantes queriam mais para suas vidas: porque descobriu que queria ainda mais do que isso.
Ele queria que as coisas mudassem, ao longo de Auradon.
Tudo, ele pensou. Para todos.
Isso foi possível? Por outro lado, como poderia não ser? Como ele poderia continuar do jeito que as coisas estavam agora?
Ben pensou nisso.
Se ele fosse ser rei, ele teria que ser ele mesmo, disse sua mãe. E ele era diferente de seu pai. Isso ficou claro para todos, até mesmo para Lumiere. Ben governaria, mas ele governaria de forma diferente.
Ele faria regras e proclamações diferentes.
Sua mente vagava novamente para a imagem da garota de cabelos roxos com os olhos verdes brilhantes. A garota do sonho dele. Quem era ela? Ele alguma vez a conheceria? Ela era uma delas? Uma das almas perdidas naquela ilha amaldiçoada? Ele tinha a sensação de que ela estava.
E naquele momento, ele teve um flash de inspiração.
Um que mudaria o destino de Auradon e da Ilha dos Perdidos para sempre.
Por que não?
Já estava na hora.
Sua mente foi feita.
"Sire! Aonde você está indo?" Lumiere gritou quando Ben de repente saltou para longe da agulha e do fio, uma enxurrada de pinos retos e giz sob medida e fita métrica voando para o ar ao seu redor.
"Para encontrar meus pais! Eu tenho algo para dizer a eles, e mal posso esperar!" Disse Ben. "Eu tenho a ideia mais brilhante!"
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NOTAS:
Olá pessoal, tudo bem com vocês? bom este foi o fim de uma longa historia e o inicio de uma nova, após a leitura desse livro recomendo assistirem o Filme descendentes 1.
Em breve irei trazer o próximo livro " de volta a ilha dos perdidos" uma continuação da história de descendentes após o primeiro filme, no mais muito obrigada por acompanharem até aqui.
E se vocês conhecem uma amiga(o) que e fã desse quarteto do terror ksks, fiquem a vontade para compartilhar, mas lembrem-se essa historia foi escrita por melissa de la cruz.
Vejo vocês em breve! 💅✨
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A Ilha dos Perdidos - Melissa De La Cruz ( uma história de Descendentes)
FantasyVinte anos atrás, todos os vilões foram banidos do reino de Auradon para a Ilha dos Perdidos - um lugar triste e sombrio cercado por uma barreira mágica que torna qualquer fuga impossível. Desprovidos de seus poderes, os vilões vivem em total isolam...