Garota malvada

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— Bem, você parece muito satisfeito consigo mesmo - disse Jay enquanto Mal se sentava em seu assento na primeira fila e apoiou os pés na mesa ao lado dela.

— Eu estou, sim! - ela disse. — Acabei de ensinar a esse pequeno mirtilo o que significa se sentir excluído.

— Carlos parecia que ia ter uma vaca quando você disse a ele que ele estava organizando sua festa.

— Você quer dizer um cachorro? - Mal riu, mesmo que a piada estivesse ficando velha.

Jay a cotovelou com um piscar de olhos antes derreter para sua mesa no fundo da sala.

Mal estava de bom humor. Esta aula era sua favorita: Esquemas malignos avançados e truques desagradáveis ensinado por Lady Tremaine, também conhecida como a Madrasta Malvada. Mal gostava particularmente de brincadeiras de espírito médio.

— Olá, crianças terríveis", disse Lady Tremaine, entrando na sala com um pouco de suas anáguas e dando um olhar entediado para a classe na frente dela.

— Hoje vamos embarcar em nosso projeto de classe anual: Elaboração do esquema maligno final.

Ela se virou para o quadro-negro e escreveu em letra cursiva: A historia da Cinderella: Era uma vez um sapatinho quebrado.

—Como vocês bem sabe. - disse ela, quando se virou para os alunos.

—minha manipulação da Cinderela foi minha maior ação maligna. Durante anos, eu a mantive no sótão e a tratei como uma serva em tempo integral. Se não fosse por alguns ratos horríveis, uma das minhas filhas seria a rainha do Castelo Encantado agora, em vez daquela garota ingrata. E assim, o objetivo de todos os professores do Dragon Hall é treinar a nova geração de vilões para não cometer os mesmos erros que nós cometemos. Você deve aprender a se adaptar, a ser mais rápido, mais astuto e mais malvado do que nunca. Vocês passaram este ano trabalhando em um esquema maligno de sua escolha. O aluno com o melhor truque desagradável ganhará o prêmio de Mais Mal do Ano do Dragon Hall."

A classe acenou com a cabeça em uníssono, cada um preenchendo com uma variedade de ideias para truques horríveis. Mal coçou o nariz com a ponta de sua caneta-tinteiro roxa, imaginando qual seria seu projeto de um ano. Ela olhou ao redor da sala para seus colegas rabiscando em blocos de notas, as sobrancelhas franzidas, algumas rancando suavemente sob seus hálitos. Sua mente estava correndo com ideias horríveis, cada uma mais horrível do que a última. Bloquear todos os primeiros anos no calabouço? Já estive lá, fiz isso. Encher os corredores com baratas? Jogo de criança. Deixar uma debandada de duendes se soltar no slop hall? Isso seria apenas uma terça-feira normal. ...

Do outro lado da sala, Mal ouviu uma risada suave. Ela olhou por cima do ombro para encontrar aquela nova garota irritante Evie conversando alegremente com Carlos De Vil enquanto eles brincavam com algum tipo de caixa preta em sua mesa. Ugh. Aquela garota não tinha nada para ficar feliz. Por que, ela, Mal, não tinha acabado de dizer a ela que não poderia vir ao uivo do ano? Mal ficou um pouco desconcertada por um momento, até perceber: o esquema maligno do ano estava bem na frente dela.

Um sorriso distorcido se formou em seus lábios, e ela mastigou sua caneta-tinteiro por um momento antes de rabiscar as notas de uma página.

Ela mostraria àquela princesa de cabelos azuis uma coisa ou duas.

Claro, ela já havia dito a Evie que não poderia vir à festa, mas isso não foi suficiente. Foi muito simples, muito contundente. Mal tinha que ser sorrateira, como Lady Tremaine tinha sido, fingindo estar trabalhando no melhor interesse da Cinderella quando ela estava fazendo exatamente o oposto.

Mal percebeu que estava esperando anos por essa chance, quer soubesse ou não conscientemente. A memória do convite "perdido"—se de fato já existiu em primeiro lugar (ainda não estava claro o que realmente havia acontecido)— seus sentimentos ruim estão tão fortemente hoje quanto quando ela tinha seis anos de idade.

Um dia como esse só pode acontecer uma vez em dezesseis anos.

Um dia como esse muda uma pessoa.

Um dia como esse nunca mais aconteceria.

Não se Mal pudesse ajudar.

E para ser honesto, Mal queria fazer mais do que arruinar o dia de Evie, ela queria arruinar seu ano. Pensando bem, talvez manter Evie fora da festa tenha sido o movimento errado. Se Evie não estivesse lá, então Mal não teria a oportunidade de torturá-la para o deleite de seu coração.

Mal terminou de escrever seus planos assim que o sino tocou e alcançou Jay, que estava todo de alegria e charme e quando eles chegaram à porta, seus bolsos estavam cheios de muito mais do que isso.

— Espere. - disse Mal enquanto via Carlos e Evie vindo em direção a eles.

Evie parecia genuinamente temerosa e Carlos cauteloso quando se aproximavam de Mal, que bloqueou a porta.

— Ei, Evie, você sabe aquela festa que estou dando? -Mal perguntou.

Evie acenou com a cabeça. — Hum, sim?

— Eu só estava brincando mais cedo - disse Mal com o sorriso mais doce que ela conseguiu.

— E é Claro que você está convidada.

— Eu estou ? - Evie gritou. — Tem certeza de que me quer lá?

— Eu não quero mais nada no mundo - disse Mal com grande e sinceridade. — Não perca.

— Eu não vou. - prometeu Evie com um sorriso nervoso.

Mal viu ela e Carlos pularem com satisfação. Jay levantou uma sobrancelha.

— Do que se tratava tudo isso? Eu pensei que você não a queria lá. - disse ele, enquanto roubava habilmente uma banana podre de um balde de almoço do primeiro ano.

— Os planos mudam.

— Um esquema maligno, hein? - Jay abanou as duas sobrancelhas.

— Talvez. - Mal disse misteriosamente, não querendo dar nada. Não era como se Jay pudesse ser confiável. "Honra dos ladrões" significava que nenhum deles tinha nenhuma.

— Vamos lá. Sou eu. O único que você pode confiar nesta ilha.

— Não se lisonjeie. - disse ela, apenas meio sorrindo.

— Você não odeia festas? Você não foi à propina de Anthony Tremaine na outra semana, e perdeu o 'Scary Sixteenth' da minha prima Jade. Eles estavam fora do gancho, como diria o pelotão de piratas. - Ele sorriu.

— Aqueles eram diferentes. De qualquer forma, você precisa ir até lá. Carlos não pode dar minha festa sozinho. - Ela agarrou o braço dele. — Precisamos de jarros de cidra picante, sacos de batatas fritas velhas, slop espumante, as obras.

Jay descascou a banana e deu uma mordida. — Correto.

— E certifique-se de que são as coisas boas do cais, dos primeiros barcos. Eu tenho uma reputação a defender.

Ele saudou e jogou a casca de banana no chão, e ambos assistiram alegremente enquanto um colega escorregou e caiu. Coisas assim nunca envelheceram.

Mal sorriu, seus olhos verdes brilhando um pouco mais como os de sua mãe do que o habitual. — Vamos. Eu tenho uma festa para dar. - E alguém para jogar.

A Ilha dos Perdidos - Melissa De La Cruz ( uma história de Descendentes)Onde histórias criam vida. Descubra agora