A Garota com a Tatuagem de Dragão Duplo

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Você está acordada! Mas você deveria estar dormindo por mil anos!,  Chorou Evie. "Como?"

Mal esfregou os olhos dela. Era verdade—ela estava acordada. Ela não foi amaldiçoada. Por que  isso aconteceu ? Então ela percebeu.

Prove que você é minha filha, prove que você é minha, a mãe dela a ordenou. Prove para mim que você é o sangue do dragão. Prove que você é digno dessa marca na sua pele.

A marca do dragão duplo gravada em seu antebraço. Tinha que ser isso. Ela segurou, mostrando aos outros.

"Não poderia me machucar," disse Mal. "Meu verdadeiro nome é Malévola. Como minha mãe, eu sou parte dragão, e por isso estou imune à maldição do Dragão."

"você tem sorte", disse Jay, de olho na tatuagem impressionante.

Mal sorriu orgulhosamente para a marcação que ela carregou.

Se ela tivesse sido a filha de seu pai, fraca, humana, ela já estaria dormindo. Por mil anos. Mas ela não estava. Ela era forte e estava acordada, e provou a todos que era filha de sua mãe.

Não tinha?

E quando ela trouxesse para sua mãe o Olho do Dragão—

"Mas espere—onde está?" Mal disse, olhando em volta acusando o trio. "Eu tinha isso na minha mão!"

"Boa pergunta", disse Jay, soando um pouco ferido.

"Se foi. Quando você o pegou, houve um flash de luz que nos cegou por um segundo, e quando pudemos ver novamente, ele se foi", disse Carlos. Ele encolheu os ombros. "Fácil de vir, fácil de ir."

Os outros três olharam para ele.

"Fácil?" Evie levantou uma sobrancelha, parecendo o mais dura possível.

Mal estreitou os olhos. "Jay, vamos lá, entregue."

"Eu juro, eu não tenho!" Disse Jay, esvaziando os bolsos para mostrar a ela. "Eu planejei levá-lo. Eu queria levá-lo. Eu até ia tirá-lo da sua própria mão, enquanto você estivesse dormindo."

"E?"

Ele encolheu os ombros. "Só não consegui, eu acho."

"Nenhum de nós tem," disse Evie. Ela cruzou os braços, parecendo irritada. "E, a propósito, você sabia que a maldição estava naquela olho e que todos nós viemos com você de qualquer maneira? O que houve com isso?"

Mal chutou uma pedra com o dedo do pé. "Sim. Eu realmente não elaborei muito bem o plano."

"Então, por que você não me deixou tocá-lo, então? Não foi esse o seu esquema maligno o tempo todo?"

Mal deu de ombros. "Do que você está falando? Eu só não queria que você fizesse isso. Não era seu para tocar."

"Seja honesto. Você ia me amaldiçoar, não ia? Você ia me deixar tocar naquela coisa e acabar tirando o cochilo de mil anos?" Evie suspirou.

Jay olhou para cima. Carlos recuou instintivamente. Mal sabia que nenhum deles queria chegar perto dessa conversa. Ela sabia disso porque se sentia da mesma maneira.

"Acho que esse era o plano." Mal deu de ombros. Você não precisa se explicar. Não para ela. Mas ela descobriu, estranhamente, que queria.

"Isso ainda é sobre o—você sabe?" Evie olhou para ela. "Vamos."

Mal estava envergonhado. "Eu não tenho ideia do que você está falando."

"Claro que não," murmurou Jay. Até Carlos riu. Mal olhou para os dois.

Evie revirou os olhos. "A festa. Minha festa. Quando éramos crianças."

"Quem consegue se lembrar de algo tão distante?" Mal disse, cruzando os braços de maneira  teimosa.

Evie parecia cansada. "Eu implorei à minha mãe para convidá-la, você sabe. Mas ela se recusou; ela ainda estava muito brava com sua mãe. Elas competiram por tudo desde que se conheceram."

Mal acenou com a cabeça novamente. "Eu sei. Por causa daquela eleição estúpida sobre quem lideraria esta ilha, certo?"

Evie deu de ombros. "Você sabe o que eles dizem. Espelho Mágico na parede, quem tem o maior ego dentre  todos eles?"

Mal sorriu, apesar da natureza totalmente estranha da conversa.

Evie a olhou diretamente nos olhos. "Olha, minha mãe estragou tudo. Mas a festa não foi tão boa assim, na verdade. Você não perdeu muito."

"Não foi um uivador?"

"Nada parecido com o do Carlos." Evie sorriu.

"Isso mesmo. Eu sou lendário", disse Carlos.

Mal olhou para ele. "Como se eu não tivesse que quase bater em você para fazer aquela festa"

Ela olhou para Evie. "Olha, eu não queria te prender no horrível armário de Cruella." Mal olhou para Carlos, acrescentando: "Aquele que ela ama mais do que seu próprio filho."

"Ha-ha," Carlos disse, não rindo de jeito nenhum. Bem, meio que não estou rindo. Na verdade, ele estava meio que rindo. Até Jay estava tendo dificuldade em manter um rosto reto.

Evie também riu. "Sim, você queria."

"Ok, eu quis." Mal sorriu.

"Está tudo bem." Evie sorriu de volta. "Eu não fui pego em nenhuma das armadilhas."

"Legal", disse Mal, mesmo quando ela estava envergonhada com sua suavidade.

Carlos suspirou.

Jay deu um soco no intestino com um sorriso. "Vamos lá. Pelo menos sua mãe não usa apenas roupas de moletom e pijamas."

"Não vamos falar sobre isso", disseram Evie e Mal, quase em uníssono.

"Sim. Chega com os violinos. Temos uma longa caminhada para casa", disse Jay. "E não tenho certeza de que este lugar tem uma porta dos fundos."

No entanto, Mal teve dificuldade em manter sua mente em encontrar o caminho para sair da fortaleza.

Ela estava tranquila e preocupada ao mesmo tempo.

Ela tinha acabado de salvar a vida de alguém, praticamente. Não tinha?

Que tipo de vilão de segunda geração que se preze fez algo assim?

O que aconteceu com o grande esquema maligno dela?

Por que ela não deixou Evie ser amaldiçoada pelo cetro de Malévola? As princesas não deveriam dormir por anos e anos de qualquer maneira? Isso basicamente não veio com a descrição do trabalho?

E se minha mãe estiver certa?

E se Mal realmente fosse fraca como seu pai—e pior, tivesse uma propensão para o bem em algum lugar em seu pequeno coração negro?

Mal estremeceu enquanto caminhava atrás dos outros.

Não. Se alguma coisa, ser imune à maldição acabou de provar que ela definitivamente não era a filha de seu pai. Um dia ela também seria Malévola.

Ela tinha que ser.

Mas se ela era filha de Malévola ou não, ela havia falhado.

Ela estava voltando para casa de mãos vazias.

Rapaz, ela não queria estar por perto quando a mãe dela descobrisse.

A Ilha dos Perdidos - Melissa De La Cruz ( uma história de Descendentes)Onde histórias criam vida. Descubra agora