# 20 𐀔

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Não era possível

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Não era possível. Esse tempo todo, o Kazuha esteve detido. Só queria cair no chão e chorar, pensando que nunca mais o iria ver. Mais tarde ou mais cedo, isso iria acontecer, o piso de baixo era secreto, mas não deixava de ser ilegal. Alguém o denunciou.
Como é que eu só soube agora? Depois de duas semanas e meia?
Eu não me importava que ele tivesse um bordel no piso debaixo do club, afinal, era só pelo dinheiro, mas nunca me lembrei do risco de ser pego, se eu soubesse tentaria impedir Kazuha de continuar isso.

— Meu Deus... — Ganyu murmura. — E a gente pensando que ele tinha se afastado apenas por ser um babaca...

— Espera aí. — tento voltar a pensar direito, depois do choque. — Já lhe foi atribuída a sentença?

— Hm... Aqui não diz mais nada. — ela tenta descolar o papel da porta, verificando se tinha mais alguma informação atrás do mesmo.

— Quanto tempo é a prisão preventiva? Você sabe?

— Não faço ideia, mas acho que tem a ver com a dimensão do crime.

— Hm. — forço o meu cérebro a pensar mais.

— [Nome], não me diga que você está pensando em pagar a fiança dele! — supõe a garota.

Não lhe respondo, apenas olho para ela com uma expressão desolada.

— Não sei amiga, eu acho que você não deveria se meter nisso, é um problema dele, um crime que ele cometeu, agora ele vai ter de arcar com as consequências. — Ganyu tenta me reconfortar.

Eu sei, mas... — foi a única coisa que consegui dizer, meus olhos se enchiam de lágrimas, mas não me permitia chorar, minha voz estava trémula.

Pensando bem, eu realmente poderia pagar a fiança dele com o dinheiro das fotos. Vou investigar tudo sobre a mesma quando chegar em casa.

— 𐀔 —

Quando chego em casa, depois de Scaramouche me entregar e o resto do grupo, vou direto para o computador pesquisar tudo sobre a detenção de Kazuha. Em que dia é que foi exatamente, hora, em que prisão preventiva está, para qual vai, quantia da fiança, se já fora atribuída a sentença ou se ainda estava em espera, quando é que se poderia visitar...

Ainda não havia quase informações nenhumas sobre o caso, apenas que a detenção ocorrera no dia 21, quinta-feira, ás 02h12 da madrugada. A data do julgamento ainda estava por definir.

Eu ia quase ia enlouquecer. Lembro das coisas que Ganyu disse e reconsiderei colocar em prática. Simplesmente esquecer. Deixar para lá, o assunto não era comigo e não havia nada a fazer, ele próprio havia se colocado nessa situação e sabia das consequências. Talvez o dinheiro das fotos nem chegaria para pagar a fiança dele.
Doía ter que tomar essa decisão. Doía mais saber que não poderia ver o Kazuha durante não sei quanto tempo. Não poderia ver a pessoa que eu amo.
Obviamente, poderia visitá-lo mas vê-lo com roupa de recluso e no seu pior estado é algo que ninguém deseja ver e era mais uma tortura para
mim, já que provavelmente quereria visitá-lo a toda a hora. Por mais que doesse, eu tinha de seguir com a minha vida. Acabar os estudos, arranjar um trabalho na minha área e ser independente. Não podia me prender a uma pessoa e a memórias. Apesar de o ter amado com todo o meu ser e de não ter tempo para o demonstrar por completo, nem sequer tive tempo para me despedir nem para aproveitar o meu último minuto com ele, fui forçada a seguir em frente.
"Não há dor maior do que ter que dizer adeus a quem amamos.", alguém disse, mas eu nem tive oportunidade sequer de me despedir.

E assim se passaram três anos.

Fiz exatamente o que prometera.
Concluíra os estudos e começara a trabalhar. Ía para um escritório todos os dias para ter reuniões sobre como a nossa empresa iria promover tal produto e o que era necessário para ser vendido. Ou seja, marketing.
O grupo ainda se falava, mas como todos haviam começado a trabalhar as saídas eram raras. A conexão era a mesma.

Nesses três anos, não o havia visitado na prisão nenhuma vez. Haviam comunicado, nos noticiários, que ele estava em uma prisão a uma hora da nossa cidade. Por mais funda que a facada perfurasse o meu coração e, quem sabe, o dele, não o fui visitar.
Nos noticiários, também haviam comunicado que ele ficaria lá durante quatro anos, por isso, próximo ano ele sairá em liberdade e voltar com a sua obsessão do club e de fazer dinheiro. Mas apenas com um piso.

Durante esse tempo, tentei sair com alguns garotos, para tirar o platinado da mente de vez, mas nunca passava do primeiro encontro. Simplesmente não tinham o que eu queria, não eram interessantes, ou não sabiam como falar com uma mulher, como tratar uma mulher, não tinham aquela chama
que me atraía e muito menos aquele olhar que eu procurava em todos. Nunca passaram do primeiro encontro porque eu procurava em cada garoto o Kazuha.

Mas eu ignorava tudo isso e continuava a viver a minha vida normalmente. Tirando a vida amorosa, tudo ia maravilhosamente.

— 𐀔 —

— Cansada! — digo suspirando e afundando no sofá.

Era sexta-feira, Ganyu e Yoimiya estavam em minha casa já que havíamos combinado jantar todas juntas. Depois de uma longa semana de trabalho, a gente só queria descansar a mente um pouco, e comer massa chinesa.

— Chegou o verão, a gente devia era estar na praia! Não trabalhando. — reclama Yoimiya.

— Completamente! Porque é que a gente tem que crescer? — concorda Ganyu, com massa na boca.

— Dava de tudo por umas férias. — acrescento.

— Há quanto tempo a gente não sai á noite? — pergunta a loira.

— Não muito tempo, talvez um mês? — tento adivinhar.

— Sim, mas essas saídas são tão de longe a longe que parece uma década. — Ganyu retorquiu.

— E se a gente combinar alguma coisa para amanhã? O grupo todo? — pergunto eu.

— E se a gente combinar alguma coisa para amanhã? O grupo todo? — pergunto eu

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𝐅Ú𝐑𝐈𝐀 𝐃𝐀 𝐍𝐎𝐈𝐓𝐄 ─ 𝗞𝗮𝗲𝗱𝗲𝗵𝗮𝗿𝗮 𝗞𝗮𝘇𝘂𝗵𝗮Onde histórias criam vida. Descubra agora