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S T A S S I E

— Bom dia, senhor Karanikolaou. — o juiz se dirigiu a ele, com a voz firme e impessoal. — Eu irei conduzir o julgamento deste caso. O senhor jura dizer a verdade, somente a verdade, e nada mais que a verdade?

Marc, com uma expressão amarga e um vinco profundo entre as sobrancelhas, assentiu com a cabeça.

— Sim, eu juro.- respondeu, sua voz rouca e carregada de ressentimento.

Em seguida, seus olhos se voltaram para mim novamente, como se quisesse me intimidar com seu olhar gélido. Senti um arrepio percorrer minha espinha, mas me mantive firme, determinada a não me deixar abalar por sua atitude hostil.

— Vamos aos fatos, senhor Karanikolaou.- a voz do juiz ressoou pela sala, cortando o silêncio tenso.

— O senhor está sendo acusado de diversos crimes, tais como tráfico de armas, tráfico humano e tráfico de drogas, além de ter envolvimento em diversos outros crimes, como a morte de Mel Karanikolaou, assalto a bancos e liderança de uma quadrilha.

Marc, ao ouvir as acusações, reagiu com fúria.

— Isso é mentira! — gritou, debatendo-se contra as algemas que o prendiam. Os guardas que o escoltavam se aproximaram, prontos para contê-lo caso fosse necessário.

— Acalme-se, senhor Karanikolaou! — ordenou o juiz, com a voz firme e autoritária. — Esta corte não tolerará desrespeito.

— Eu sou inocente! — Marc insistiu, a voz embargada pela raiva e desespero. — Essas acusações são absurdas! Estão tentando me incriminar!

O juiz ergueu a mão, pedindo silêncio.

— Senhor Karanikolaou, o senhor terá a oportunidade de se defender durante o julgamento. Peço que mantenha a calma e respeite os procedimentos da corte.

Marc, visivelmente frustrado, bufou e cruzou os braços, mas permaneceu em silêncio. Seus olhos, no entanto,continuavam a me lançar olhares de ódio, como se eu fosse a responsável por sua situação.

— Prossigamos. — disse o juiz, consultando os documentos à sua frente. — A acusação apresentará suas provas e testemunhas. Em seguida, a defesa terá a oportunidade de apresentar sua versão dos fatos.

Camila se levantou, elegante e imponente em seu tailleur azul marinho. Caminhou com passos firmes até ficar diante de Marc, que a olhou de cima a baixo com um misto de desdém e curiosidade. Ele esboçou um sorriso torto, como se quisesse mostrar que não se intimidava com a presença da advogada.

— Senhor Karanikolaou... — começou Camila, sua voz clara e firme ecoando pela sala — Nesta foto, que mostra o senhor conversando com um dos criminosos mais procurados do mundo, poderia nos contar o que vocês tinham para conversar?

Camila ergueu uma fotografia ampliada, onde Marc aparecia em um restaurante luxuoso, sentado à mesa com um homem conhecido por suas atividades ilegais. A imagem era nítida, incontestável.

Marc, no entanto, manteve a postura arrogante. — Não me lembro de ter conversado com esse homem. — respondeu, com um encolher de ombros. — Posso ter tirado uma foto com ele, como faço com muitos fãs. Sou um homem de negócios conhecido, sabe?

— Um fã? — Camila arqueou uma sobrancelha, um sorriso irônico brincando em seus lábios. — Interessante. O senhor costuma jantar com seus fãs em restaurantes caros e discutir negócios com eles?

Marc hesitou por um momento, seus olhos se desviando para o juiz e depois para o júri.

— Eu... eu não me lembro dos detalhes da conversa. — balbuciou, visivelmente incomodado. — Já faz muito tempo.

𝐨𝐫𝐠𝐚𝐬𝐦Onde histórias criam vida. Descubra agora