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S T A S S I E

Com um sorriso radiante, caminhávamos de mãos dadas em direção ao carro no subsolo do prédio. Kylie irradiava serenidade, e eu me sentia incrivelmente leve e eufórica após os acontecimentos recentes. A condenação de Marc e a notícia de que Elijah também passaria o resto de seus dias na prisão trouxeram um alívio imenso.

De repente, uma voz estridente cortou o ar, dissipando minha alegria e substituindo-a por uma onda de preocupação. Virei-me para encarar a mulher que se aproximava, visivelmente transtornada. Seu semblante revelava um descontrole alarmante.

— Amélia? — Minha voz saiu trêmula enquanto me colocava instintivamente à frente de Kylie, protegendo-a.

— Sua ordinária! Você tirou tudo que eu tinha, destruiu minha família! — Sua voz ecoava no estacionamento, carregada de raiva e desespero.

Engoli em seco, negando com a cabeça, incrédula diante da acusação infundada.

— Como se sente no direito de ser feliz quando eu estou destruída?

Enquanto ela despejava sua fúria, meus olhos percorreram o ambiente, notando que os seguranças já estavam em alerta,prontos para intervir a qualquer momento. Kylie, com um gesto protetor, tentou se colocar à minha frente, mas fui mais rápida, mantendo-a em segurança atrás de mim.

— Amélia, você não está em si... — Minha voz saiu calma, tentando acalmar a situação, mas por dentro, meu coração batia acelerado.— Eu entendo sua dor, mas você está equivocada. Eu não tive nada a ver com o que aconteceu.

Meus olhos se encontraram com os dela, buscando algum resquício de razão em meio ao caos que a consumia.

— Por favor, Amélia, vamos conversar com calma. Não precisa ser assim. — Tentei estender a mão em um gesto conciliador, mas ela recuou, como se eu fosse uma ameaça.

— Conversar? — Ela riu com amargor. — Você acha que conversa vai resolver alguma coisa? Você destruiu minha vida!

A situação se tornava cada vez mais tensa. Os seguranças se aproximavam lentamente, prontos para agir caso fosse necessário. Senti o aperto da mão de Kylie na minha, transmitindo sua preocupação e apoio.

— Amélia, por favor... — Implorei, sentindo um nó se formar em minha garganta. — Não faça nada que você possa se arrepender depois.

— Samuel está morto, Anastásia! — Seu grito ecoou pelo estacionamento, perfurando meu coração como uma adaga. — Meu filho está morto, por sua causa!

Recuei um passo, atordoada pela injustiça de suas palavras. Neguei com a cabeça, tentando manter a calma e não levar a acusação para o lado pessoal.

— Minha culpa, Amélia? — Minha voz saiu mais alta do que eu pretendia, carregada de indignação. — Você estava lá, você viu tudo o que ele fez comigo e mesmo assim tem a coragem de dizer que foi minha culpa? — Dei um passo em sua direção, meus olhos fixos nos dela. — Seu filho mereceu o que aconteceu com ele. Ele era um monstro!

— Como ousa? — Sua voz falhou, engasgada pela raiva e pela dor. Seus olhos se encheram de lágrimas, mas ela não se permitiu chorar.

— Como você pôde defendê-lo ? — solucei, enxugando as lágrimas. — Aquele discurso... tudo mentira! Fui tão ingênua em acreditar que você estava do meu lado, Amélia. Você é tão cruel quanto eles.

— Mimada! — vociferou Amélia. — Você deveria ter morrido no lugar dele! Se não fosse a maldita obsessão, ele ainda estaria vivo. Você é a ruína de tudo, Anastasia. Um furacão de destruição!

𝐨𝐫𝐠𝐚𝐬𝐦Onde histórias criam vida. Descubra agora