Quietinho

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--- JEFF---

- Me olhando enquanto durmo assim, parece um espreitador esquisito. – Digo sem abrir os olhos, ouço a risada do Alan e ele me puxa pra um abraço e beija minha cabeça.

- Bom dia, baby. – Ele suspira.

- Bom dia... – Eu devolvo ainda sonolento, mas abro os olhos.

- Tudo bem? – Eu dou de ombros, fico na cama com ele mais algum tempo de olhos fechados e Alan me pega no colo.

- Você tem algum problema quanto a mim andando? – Falo gemendo frustrado e ele ri.

- Na verdade, tenho sim... – Ele beija minha bochecha e me carrega até a bancada da pia. – Pode fingir o quanto quiser, que eu sei que ama ser o meu baby. – Eu reviro os olhos pra ele e permaneço calado.

Alan acaricia levemente meu cabelo e me entrega a escova e nós escovamos os dentes. – O que houve? Por que está tão calado?

- Está tudo muito confuso na minha cabeça... Eu sempre fui muito controlado, e agora... – Eu suspiro.

- Você sabe que não teve uma infância ou uma adolescência normal né? Abriu mão delas, é normal que esses sentimentos e comportamentos venham à tona em outros momentos da vida. – Ele me abraça pela cintura e beija minha cabeça. – Basta que dê vazão a eles, mesmo que seja na forma de uma relação como a nossa.

- Mas, eu sempre fui... – Balanço a cabeça tentando entender o que ele diz.

- Não tinha encontrado ninguém que se sentisse seguro o bastante pra demonstrar esse lado mais vulnerável, que gosta de ser cuidado. – Ele acaricia o meu rosto me fazendo olhar pra ele. – Aos poucos nós aprofundamos isso e identificamos o que gostamos, o fato de você saber como funciona uma dinâmica ageplay e responder a isso nos primeiros dias, não é uma indicação de que tinha vontade? – Me parece uma pergunta sincera, não uma indução, e eu paro e penso um pouco.

- Eu já tinha pensado sobre isso, tinha vontade, só não sabia que me sentiria assim, tão... Carente, e... Eu gosto de te irritar, fico chateado quando tem que trabalhar... – Eu olho ao redor tentando entender meus sentimentos e ele ri. – Eu gosto quando faz as coisas pra mim.

- Eu sei... – Ele beija minha bochecha. – Eu provoco isso em você, mesmo com Charlie você se controlava, sabia que ele tinha passado por coisas quase tão ruins quanto você e não queria preocupá-lo. – Eu assinto, Charlie teve pessoas em sua vida que eram assustadoras, eu me encolho só de lembrar, Alan esfrega sua mão em meus braços. – Esqueça, é passado. – Eu assinto. – Ele está bem hoje, e com Babe. – Eu sorrio.

- A panqueca dele é muitooo boa. – Eu falo animado. – Não conta pra Dulce. – Alan sorri e beija minha cabeça.

- Certo. – Ele me observa. – Eu realmente me afastei o bastante pra que tivesse uma vida, pensei que estaria bem, queria que estivesse, não sabia das crises. – Ele suspira, seu semblante é triste. – Acho que me enganei, me sentia culpado demais, ainda me sinto por não ter te tirado de lá. – Ele suspira e eu pego em sua mão e o puxo.

- Ah Daddy. Tudo bem, Vegas fez isso. – Eu sorrio.

- Ele me ligou sabe? Pra cuidar bem de você e tudo mais... – Ele me encara e eu o olho surpreso. – Acho que ele se sente responsável pelos atos do pai... – Alan suspira de novo. – Não sei se estou fazendo um bom trabalho.

- O que? Por que? – Pergunto confuso.

- Em dois dias já arriscou sua vida duas vezes... – Ele fala sério e eu fico vermelho.

Sob Minha Autoridade (AlanJeff)Onde histórias criam vida. Descubra agora