SAN FRANCISCO 5:30am
O sol estava impiedoso naquele dia quente de verão em San Francisco. O calor irradiava do chão de concreto da quadra de tênis, criando uma leve ondulação no ar. Eu, Hinata Hyuga, estava no meu elemento, focada em cada movimento, cada batida da raquete contra a bola. A adrenalina do jogo era a minha fuga perfeita, e hoje, como todos os dias, minha treinadora Anko estava ali para me desafiar e aprimorar minhas habilidades.
Anko era uma força da natureza. Seu cabelo roxo preso em um rabo de cavalo balançava conforme ela se movia, suas instruções afiadas como as raquetadas que ela desferia.
— Vamos, Hinata! Não abaixe a guarda! — ela gritava do outro lado da quadra.
Minha respiração estava pesada, o suor escorria pelo meu rosto, mas eu não podia deixar Anko perceber qualquer sinal de fraqueza. Ela sempre dizia que a força mental era tão importante quanto a força física. Lancei a bola ao ar e, com um golpe certeiro, enviei-a para o canto oposto da quadra.
Anko devolveu com facilidade, mas eu estava pronta. Meus pés se moviam instintivamente, e em um piscar de olhos, eu estava na posição perfeita para rebater. A bola voou de volta para o lado de Anko, e desta vez, ela não conseguiu alcançá-la.
— Bom trabalho! — ela disse, com um sorriso satisfeito. — É assim que se faz.
Eu sorri de volta, sentindo o orgulho crescer dentro de mim. Esses momentos na quadra eram preciosos, onde o mundo exterior parecia desaparecer. Depois de um último saque, Anko sinalizou o fim do treino.
— Isso é tudo por hoje, Hinata. — disse ela, pegando uma toalha para enxugar o suor. — Não se esqueça de se hidratar.
Peguei minha garrafa de água e tomei um longo gole, sentindo a refrescante sensação da água gelada descendo pela minha garganta. Enquanto guardávamos nosso equipamento, Anko olhou para mim com um olhar que eu conhecia bem — algo estava prestes a acontecer.
— Hinata, seus pais mencionaram que teriam um jantar especial hoje . — disse ela casualmente.
Eu assenti, tentando não dar muita importância. Jantares especiais não eram incomuns na minha família. — Espero que seja algo bom. — respondi, tentando parecer despreocupada.
Enquanto caminhávamos em direção ao carro, Anko me perguntou:— Você veio dirigindo hoje?
Eu balançei a cabeça e respondi: — De jeito nenhum. Eu odeio dirigir.
Anko franziu a testa, um pouco surpresa.— Você tem que perder esse medo, Hinata. Dirigir não é tão complicado quanto parece.
Eu sorri, meio envergonhada.— Dirigir me dá trabalho demais. Eu prefiro guardar meus esforços para jogar e me exercitar. É onde eu realmente encontro prazer.
Anko soltou uma risada leve enquanto entrávamos no carro.— Certo, então. Vamos te levar para casa e você pode relaxar um pouco. Mas, um dia, você vai ter que enfrentar esse medo.
Concordei com um sorriso e nos acomodamos no carro. O calor ainda estava presente, mas o pensamento de um momento tranquilo em casa era um alívio bem-vindo.
꧁༺Hinata Hyuga ༻꧂O carro de Anko parou em frente à minha casa, uma elegante residência em um dos bairros mais tranquilos de San Francisco. A brisa quente do verão me recebeu quando saí do veículo e segui para a entrada principal. Sentia o cansaço das atividades físicas pesando sobre mim, mas o pensamento de uma noite tranquila em casa era reconfortante.
Assim que entrei na casa, fui imediatamente recebida pelos empregados. O som de passos rápidos e conversas discretas ecoava pelos corredores. A governanta Kurenai, que foi minha babá desde a infância e ainda cuidava de mim com a mesma dedicação de sempre, estava no hall de entrada. Ela me cumprimentou com um sorriso caloroso, mas com uma expressão ligeiramente preocupada.
— Hinata, você chegou bem a tempo. Seus pais estão com uma visita importante hoje e pediram para você se apressar. — disse Kurenai, olhando para o relógio com um toque de urgência.
Eu tirei os tênis e limpei o suor do rosto com uma toalha que ainda carregava.
— Oi, Kurenai. — respondi, tentando manter a calma. — O que está acontecendo?
Kurenai me olhou com um misto de simpatia e compreensão. — Não sei muitos detalhes, mas parece ser algo especial. Seus pais estão bastante ocupados com a preparação para o jantar. É melhor você se arrumar logo para não fazer esperar.
Eu acenei com a cabeça e me dirigi rapidamente para o meu quarto, ansiosa para mudar de roupa e me preparar para a ocasião. O calor ainda estava presente, e a perspectiva de um banho refrescante me fazia sentir um pouco mais tranquila.Enquanto subia as escadas apressada, o peso da expectativa pairava sobre mim. Ao abrir a porta do meu quarto, fui recebida por uma visão inesperada: um luxuoso vestido da Louis Vuitton estava estendido na minha cama, como se estivesse esperando por mim. O tecido brilhava sob a luz suave do quarto, e a opulência do vestido imediatamente me chamou a atenção.
Com o coração acelerado, me aproximei lentamente, tentando processar o que estava diante de mim. Perto do vestido, havia um bilhete em um papel elegante. Puxei o bilhete e li a mensagem escrita em uma caligrafia fluida:
"Presente para você, com carinho, Família Uchiha."
Meu coração deu um salto. A Família Uchiha? O que estava acontecendo? Eu mal consegui digerir a informação antes de notar os outros itens ao lado do vestido.
Sobre a mesa ao lado, um delicado colar de ouro com um pequeno diamante repousava, e ao lado dele, uma pulseira incrustada com vários diamantes. O conjunto era deslumbrante e, ao mesmo tempo, desconcertante. A última peça era uma caixa pequena que continha um anel delicadíssimo com uma pedra garnet azul, brilhando com um tom profundo e sedutor.
Eu estava completamente confusa. A ideia de receber presentes tão luxuosos de uma família com a qual eu mal tinha contato me deixou sem palavras. O que isso significava?
Nesse momento, Kurenai entrou no quarto, o olhar determinado e um pouco ansioso.
— Hinata, você precisa se apressar. — disse ela, aproximando-se e olhando para os presentes. — Fui eu quem arrumou tudo isso para você. Não faça desfeita com os presentes dos nossos convidados.
Eu a olhei com uma expressão de perplexidade.— Kurenai, eu... não entendo. O que está acontecendo? Por que esses presentes?
Kurenai deu um suspiro profundo, seu tom era gentil, mas com um toque de urgência.
— Seus pais estão tentando fazer uma boa impressão. Eles querem garantir que a visita da Família Uchiha seja perfeita. É importante que você use esses presentes e se apresente bem. Lembre-se, é um gesto de respeito e de boa vontade.
— Kurenai, por que os Uchihas estão aqui? Será que vão fechar o The Imperial Hyuga para um casamento novamente, igual fizeram no ano passado? — perguntei, citando o nome do nosso hotel de forma sarcástica, meu tom misturando uma leve irritação com um humor amargo.
Kurenai me olhou com uma expressão que misturava preocupação e um pouco de irritação.
— Não sei os detalhes, Hinata, mas é importante que você esteja atenta. A Família Uchiha é uma das mais influentes do país e, normalmente, suas visitas são para tratar de assuntos significativos.
Eu resmunguei, desviando a atenção para os presentes no quarto, e decidi debochar um pouco mais.
— Blá, blá, blá, dinheiro, poder, luxo, blá, blá, blá. É sobre isso que eles vão falar durante o jantar, Kurenai. Se ele trouxer a esposa, pior ainda. Ela e a mamãe vão ficar o tempo todo falando sobre viagens, luxo, "Ai, meu marido é rico, e eu vou para Paris toda semana e só visto Chanel". Isso é tão chato, Kurenai. Eu odeio esses jantares.
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Entre Teias e Tronos
Hayran KurguHinata Hyuga, uma jovem de 20 anos apaixonada por esportes e com uma vida tranquila dedicada ao tênis, vê sua rotina despreocupada ser virada de cabeça para baixo quando seus pais, Hiashi e Miyuki Hyuga, anunciam um jantar especial com a poderosa fa...