The prophecy

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Atenção ⚠️

Esse capítulo pode conter gatilhos sobre compulsão alimentar, se você se sente desconfortável, não leia!

Taylor caminhava de volta para a casa, sentindo cada palavra de Travis como uma faca cravada em seu coração. As lágrimas escorriam por seu rosto, mas ela as enxugava apressadamente, tentando manter a compostura. Quando chegou à casa, percebeu que todos estavam ocupados com o desafio, dando-lhe um momento de privacidade que ela desesperadamente precisava.

Assim que entrou na cozinha, o silêncio da casa parecia amplificar sua dor. Ela se sentia vazia, completamente esgotada emocionalmente. Tentando encontrar alguma forma de preencher aquele vazio, ela se aproximou da geladeira e a abriu, seus olhos varrendo as prateleiras cheias de comida.

Primeiro, ela pegou um pedaço de bolo que estava guardado. As primeiras mordidas foram lentas, quase hesitantes, mas logo ela começou a devorar o bolo com uma voracidade que a surpreendia. As migalhas caíam em sua blusa, mas ela não se importava. Sentia a necessidade de encher aquele buraco dentro dela, de encontrar algum conforto, mesmo que temporário.

Em seguida, ela pegou um saco de batatas fritas, rasgando-o com força e enfiando as mãos dentro. O salgado das batatas misturado ao doce do bolo formava uma combinação estranha, mas ela não conseguia parar. Cada mordida era uma tentativa desesperada de calar a dor, de sufocar os sentimentos que a consumiam.

Taylor continuava a comer, pegando biscoitos, chocolates, qualquer coisa que estivesse ao seu alcance. Seus movimentos eram frenéticos, quase automáticos. Ela mastigava e engolia rapidamente, sem realmente saborear nada. As lágrimas ainda corriam pelo seu rosto.

O ato compulsivo de comer não trazia o alívio que ela esperava. Em vez disso, ela sentia uma crescente onda de culpa e vergonha. Cada pedaço de comida que descia pela sua garganta parecia adicionar mais peso ao fardo que ela já carregava. Ela sabia que estava fora de controle, mas não conseguia parar. Era como se estivesse presa em um ciclo autodestrutivo, incapaz de escapar.

A cozinha, que antes parecia um refúgio, agora se transformava em uma prisão. A comida, que deveria ser um consolo, era agora uma arma que ela usava contra si mesma. Ela se sentia mais sozinha do que nunca, perdida em sua dor e incapaz de encontrar uma saída.

Taylor sentiu seu estômago revirar com cada mordida adicional. A comida, que inicialmente parecia uma solução, transformou-se rapidamente em uma fonte de desconforto insuportável. Ela sabia o que estava por vir, mas não conseguia evitar.

De repente, ela correu para o banheiro, seu corpo agora em rebelião contra o excesso. Ela se ajoelhou em frente ao vaso sanitário, sentindo um desespero crescente enquanto seu estômago se contraía dolorosamente. Sem mais conseguir segurar, ela vomitou violentamente, expulsando toda a comida que havia ingerido compulsivamente.

As lágrimas misturavam-se ao suor em seu rosto, e ela sentia como se estivesse sendo esvaziada não apenas fisicamente, mas emocionalmente também. Cada espasmo era uma lembrança dolorosa de sua falta de controle, de sua incapacidade de lidar com a dor de outra maneira.

Quando finalmente terminou, ela se sentou no chão do banheiro, respirando pesadamente. Seus olhos se fixaram no espelho, onde ela viu seu reflexo: uma figura pálida, exausta e devastada. Ela se sentia horrível, não apenas fisicamente, mas também emocionalmente. A sensação de culpa era esmagadora, e ela se sentia ainda mais perdida do que antes.

"Eu sou fraca," pensou, seu corpo tremendo. "Eu sou gorda. Eu sou patética."

Ela olhou para si mesma no espelho, seus olhos cheios de uma autoaversão profunda. "Nunca mais," ela sussurrou para si mesma. "Eu nunca mais vou comer de novo."

My tears ricochet Onde histórias criam vida. Descubra agora