My tears ricochet

Cause I loved you, I swear I loved you 'Til my dying day .

Atenção ⚠️

Esse capítulo contém assuntos extremantes delicados como , menção ao suicídio. Se você se sente desconfortável, não leia!

Taylor ficou parada no meio da sala, sentindo-se como se o mundo ao seu redor estivesse desmoronando. A porta que Travis acabara de fechar atrás de si parecia o som final de tudo que ela havia construído, de tudo que ainda restava. Cada palavra dele ecoava em sua mente, cada acusação, cada reprovação. Ele a odiava. Não havia mais dúvida disso. O homem que ela amava com cada fibra de seu ser, que ela sempre quis proteger, agora a via como o pior tipo de vilã.

Ela se sentou no sofá, o peso de tudo finalmente desabando sobre seus ombros. A caixa de madeira que Travis levara parecia conter não apenas as memórias de sua filha perdida, mas também tudo o que ainda restava de sua própria esperança. Agora, sem essa caixa, sem o homem que ela amava, o que restava? As lágrimas começaram a cair, silenciosas e incontroláveis, molhando seu rosto e o tecido de suas roupas. Ela tentou respirar fundo, mas cada inspiração parecia mais pesada que a anterior, como se o ar estivesse se recusando a entrar em seus pulmões.

O apartamento, que sempre fora um refúgio, um lugar onde ela podia ser ela mesma, agora parecia um local estranho, frio e sem vida. As paredes pareciam fechar-se ao seu redor, sufocando-a, deixando-a sem saída. O lugar que um dia foi cheio de risos e amor agora não era nada além de um lembrete do que ela perdeu, do que ela destruiu. Ela começou a andar pelo apartamento, como se procurar algo que pudesse dar sentido àquele vazio, mas cada passo era incerto, como se o chão pudesse desabar a qualquer momento.

Ela entrou no quarto, onde tudo parecia ainda mais doloroso. A cama desarrumada, onde tantas noites haviam sido passadas em companhia de Travis, agora parecia um monumento a tudo o que havia desaparecido. Ela se aproximou da cama e se sentou na beirada, suas mãos tremendo enquanto segurava os lençóis. O cheiro dele ainda estava ali, misturado com o dela, mas em vez de consolo, aquilo apenas fazia com que a dor se tornasse ainda mais insuportável.

Taylor se deixou cair sobre a cama, enterrando o rosto no travesseiro, tentando abafar os soluços que agora vinham em ondas, descontrolados, desesperados. Ela apertou o travesseiro contra o rosto, como se quisesse se esconder do mundo, se esconder de si mesma. As palavras de Travis ecoavam em sua mente, repetindo-se incessantemente, martelando sua psique, cada vez mais fortes. Egoísta. Ela era egoísta. Ela destruiu tudo. Ela o destruiu.

Depois de algum tempo, que pareceu uma eternidade, Taylor finalmente se sentou na cama, com a respiração ainda irregular. Ela olhou ao redor, o olhar perdido, sem saber o que fazer, para onde ir. Mas uma coisa era clara: ela não podia continuar assim. A dor era tão intensa, tão insuportável, que parecia ter se tornado física, apertando seu peito, cortando sua respiração. Era como se o mundo estivesse de luto, mas por ela, por tudo o que ela perdeu e por tudo o que ela nunca mais poderia ter.

E então, lentamente, ela começou a se levantar. Seus movimentos eram automáticos, como se ela estivesse em transe, como se fosse guiada por uma força que não conseguia controlar. Taylor caminhou até o banheiro, o chão frio sob seus pés descalços parecia lhe tirar o pouco calor que ainda restava em seu corpo. Ela parou em frente ao espelho, olhando para o reflexo de alguém que mal reconhecia. Seus olhos estavam vermelhos e inchados, o rosto pálido, os lábios tremendo. Ela parecia um fantasma, uma sombra da mulher que costumava ser.

Seus olhos se desviaram para o armário de remédios ao lado do espelho. Ela sabia exatamente o que estava procurando, e as mãos, ainda trêmulas, abriram o armário, pegando o frasco de ansiolíticos. Taylor olhou para o frasco em suas mãos, o peso dele mais leve do que deveria ser. Aquelas pequenas pílulas, que tantas vezes a ajudaram a lidar com a ansiedade e o estresse, agora pareciam a única solução, a única maneira de acabar com a dor.