You had to kill me, but it killed you just the same

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Travis estava sentado no banco de trás do carro de Patrick, com os olhos fixos na estrada que passava em um borrão. Seus dedos estavam entrelaçados em um aperto tão firme que seus nós dos dedos estavam brancos. O silêncio dentro do carro era sufocante. Cada segundo que passava parecia uma eternidade. Seus pensamentos eram um caos, um turbilhão de emoções que ele não conseguia controlar. O medo, a culpa, o desespero... tudo se misturava em um nó inquebrável que apertava seu peito.

Ele sentia como se estivesse preso em um pesadelo, um daqueles dos quais você tenta acordar, mas nunca consegue. As palavras de Brittany ecoavam na sua mente, repetidas como um mantra cruel: "Ela tentou se matar... Ela achou que você a odiava... Lutando pela vida..." Cada frase era como uma lâmina cortando mais fundo. Ele não podia acreditar no que tinha ouvido. Taylor, sua Taylor, sua alma gêmea, estava naquele estado por causa dele. Por causa de sua própria cegueira e egoísmo.

"Como eu pude ser tão cego?", ele se perguntava repetidamente. Ele sentia um nó crescente de arrependimento na garganta. Por que ele não percebeu o quanto ela estava sofrendo? Por que ele a deixou sozinha quando ela mais precisava dele? Ele estava tão preso em sua própria raiva e dor que se recusou a ver a dor nos olhos dela. As memórias de suas últimas interações rodavam em sua mente como um filme sem fim—cada palavra áspera, cada olhar de desdém, cada porta fechada. Ele se lembrou de como ela parecia tão frágil, tão quebrada, quando ele pegou a caixa de fotos. Ele deveria ter percebido. Deveria ter ficado.

O carro virou uma esquina, e o hospital apareceu à distância. O coração de Travis martelou dolorosamente em seu peito, um ritmo frenético que ecoava sua ansiedade. Ele pensou em como Taylor deve ter se sentido quando ele a deixou sozinha, com aquelas palavras duras e cheias de ressentimento. Como ele poderia ter sido tão cruel? Ele se lembrou de seu olhar quebrado, suas mãos trêmulas, como se todo o seu mundo estivesse desmoronando diante dela. Agora, ele entendia que estava. E ele era o responsável por isso.

O som da respiração entrecortada de Brittany à frente o trouxe de volta ao presente. Ela estava encostada no banco do passageiro, as mãos cobrindo o rosto enquanto chorava baixinho. Patrick, dirigindo, mantinha os olhos firmemente na estrada, embora Travis pudesse ver a tensão em seus ombros. Ninguém sabia o que esperar quando chegassem ao hospital. O medo no carro era palpável, como uma presença física, enchendo o espaço de uma maneira sufocante.

Cada fibra do ser de Travis queria correr, alcançar o hospital o mais rápido possível. O tempo parecia se arrastar cruelmente, e ele se sentia impotente, como se estivesse à beira de um precipício sem saber se o salto o levaria à salvação ou à destruição total. O pânico apertou seu peito quando ele pensou na possibilidade de perdê-la. A dor era tão intensa que o fez fechar os olhos, como se assim pudesse afastar os pensamentos terríveis que o assombravam.

Ele se lembrou de todas as vezes que ela o fez sorrir, de todas as vezes que ela o acalmou com um simples toque ou com uma palavra gentil. Ela era sua luz, sua razão, o amor de sua vida. E agora, por sua própria estupidez e egoísmo, ele podia ter perdido a única pessoa que realmente importava.

A dor que ele sentia era insuportável, mas ele sabia que era uma fração do que Taylor devia ter sentido. A dor dela devia ter sido um abismo, um poço sem fundo de solidão e desespero. Ele deveria estar lá para ela. Deveria ter sido o porto seguro dela, não a tempestade que a devastou. Ele falhou com ela de todas as maneiras possíveis. E a única coisa que podia fazer agora era rezar para ter a chance de consertar seu erro.

O carro parou abruptamente na frente do hospital, e Travis saiu quase tropeçando, a adrenalina tomando conta de seu corpo. O ar frio da noite o atingiu, mas ele mal sentiu. Tudo o que importava agora era Taylor. Seus pés mal tocavam o chão enquanto ele corria para a entrada, seguido de perto por Patrick e Brittany. Ele podia ouvir o som dos próprios batimentos cardíacos em seus ouvidos, mais alto do que qualquer outra coisa. Ele empurrou as portas do hospital, seus olhos vasculhando freneticamente o saguão.

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