Capítulo IV

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Vince B.

   "Merda!"

  Eu estava deitado no sofá, eu havia dormido ali naquela noite. Minha cabeça doía como o inferno e eu estava tonto ao ponto de não conseguir levantar do sofá-cama e comer alguma coisa. Apenas consegui esticar meu braço até a mesa de centro e alcançar meu celular.

  Assim que desbloqueei o aparelho me lembrei do motivo da dor de cabeça. Abri um sorriso largo ao ver a ligação que eu havia feito ontem e automaticamente me lembrei de tudo que havia acontecido.

  "Eu beijei o meu Dylan! Ah, ele é tão pequeno e frágil perto de mim!"

   Eu sorri e fiquei agindo como uma adolescente depois que seu crush responde a uma mensagem.

  Ok, agora eu estou de muito bom humor e pouco me importando que sejam quase meio-dia e que tenham centenas de mensagens e ligações dos meus sócios da empresa. Eu beijei o Dylan! Eu toquei naquele corpo delicado e magro e eu definitivamente não quero esquecer a sensação.

   Me levantei e tomei um banho, que obviamente foi demorado, vesti um conjunto social comum e coloquei meu relógio de ouro no pulso.

  Assim que saí do quarto reparei que o apartamento não estava tão bagunçado quanto eu me lembro. Meu Dylan deve ter arrumado, tão carinhoso! Abri um sorriso e finalmente saí de dentro do prédio, indo em direção a empresa.

   Mas assim que pisei lá me lembrei que estava cercado de imbecis incompetentes que não sabem trabalhar sem supervisão. Alguns funcionários andavam de um lado para o outro e os chefes dos setores estavam sentados numa mesa do refeitório vadiando ao invés de trabalhar. Eu senti uma veia saltar no meu pescoço ao ver eles rindo e conversando com se não tivessem nada para fazer.

   Vi Dylan indo em direção a eles.

  "Ah, sim. Dylan vai…"

   Dylan chegou timidamente na mesa e disse alguma coisa para Pietro Manchester, um dos funcionários mais metidos da empresa, e logo depois aquele arrombado se levantou e começou a gritar alguma coisa com o meu Dylan, que abaixou a cabeça e saiu, quase correndo, do local. Aquilo fez com que meu sangue fervesse, o arrombado voltou a rir com aquelas víboras enquanto Dylan subia para a minha sala.

  Cheguei mais perto da mesa deles, Pietro estava de costas para mim mas os outros se calaram instantaneamente ao me ver.

  –Haha! O que aconteceu? Por que vocês estão…—Eu coloquei a mão no ombro dele, apertando o suficiente para doer e ele me olhou aterrorizado.—S-senhor Black…C-como vai?

   –Estava tudo ótimo até eu ver vocês vagabundando aqui…—Eu os encarei de forma mortal, agora com muito mais que uma veia saltando de raiva—O que estão esperando? VÃO TRABALHAR AGORA!—gritei e eles se levantaram e correram para as suas salas, incluindo Pietro, que eu havia soltado a poucos segundos atrás.—Bando de incompetentes inúteis.

  Voltei ao meu trajeto inicial, agora com algumas pessoas me olhando assustadas.

  –Estão olhando o quê? Isso valeu para vocês também, seus imprestáveis!—Entrei no meu elevador e subo até a minha sala com os nervos a flor da pele.

  "O que ele disse para o meu Dylan? Se ele tiver deixado ele chateado eu mando matar esse filho da puta!"

  Abri a porta do escritório mas não vi Dylan, porém ouvi o barulho da torneira do banheiro aberta.

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