17.

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G o j o

     Minha mente dá voltas e voltas pensando em Any. A boca dela, os olhos, as mãos, a cintura. Mano, que corpo. Suspiro desapontado e ajeito a postura, evitando não pensar nela.
     Tamada Hideko se senta do meu lado no banco do pátio da Escola Jujutsu. Merda, o que ela quer?
     ─ O que foi? ─ Pergunto, encarando a paisagem na minha frente.
     ─ Como estão seus relacionamentos pessoais? ─ Pergunta enquanto me oferece uma lata de Coca-Cola. Ela sabe que é o meu refrigerante preferido.
     Arqueio uma sobrancelha em dúvida.
     ─ Como é? ─ Pergunto.
     ─ Estou apenas puxando assunto. ─ Ela dá de ombros.
     ─ Você não costuma jogar conversa fora. Ainda mais comigo. ─ Pego a latinha ─ O que quer saber?
     Tamada me olha.
     ─ Você e a Any... ─ Reviro os olhos ─ Apenas quero saber o que acontece entre vocês dois. Estou preocupada com ela.
     ─ Absolutamente nada. ─ Suspiro impaciente.
     ─ Você pediu o número dela.
     ─ Para estudar.
     ─ Um garoto como você não quer apenas estudar com uma mulher como ela.
     ─ Onde você quer chegar? ─ Me irrito percebendo como ela gosta de me esnobar com suas frases passivas-agressivas.
     ─ Any é admirada pelo seu psicológico inatingível. Com apenas 17 anos faz coisas que nem os feiticeiros veteranos já sequer pensaram em fazer. Não quero que ela desperdice talento por um garoto.
     Aperto os olhos, reprimindo os lábios.
     ─ Ela sabe se cuidar.
     ─ Controle seus sentimentos, Satoru. Minha aluna não é qualquer uma.
     ─ Fala sério ─ Reviro os olhos ─ Tenta não fazer ela ser a sua marionete por um segundo.
     ─ Se ela ficasse com todos os homens do mundo ao mesmo tempo  eu estaria mais tranquila do que ficando apenas com você. ─ Essa doeu.
     Meu olhar se volta para meu celular quando ouço uma notificação.

any
gostaria de tirar sua máscara hoje

     Olho para a mulher ao meu lado e minha boca se curva em um sorriso.
     ─ É. As coisas estão ficando interessantes entre eu e ela. ─ Coloco o refrigerante, ainda lacrado, no banco e me levanto ─ Mas você não tem nada a ver com isso, Tamadinha.
     Se olhares pudessem matar, Tamada ficaria feliz no meu velório.

Meu Colega de Sala - Satoru Gojo. Onde histórias criam vida. Descubra agora