G o j o
─ Você só pode estar brincando, mano. ─ Geto indigna-se e os seus olhos estreitam.
─ Não consigo dormir há três dias. Meu pau fica durinho, igual pedra. ─ Ele dá uma risada torta ─ É sério.
─ Cala boca. ─ Ele sorri direcionando a bola de basquete à cesta. Quase acerta.
─ Parece que alguém tá em crise. ─ Shoko insinua brincando com o pirulito em sua boca enquanto vai buscar a bola lentamente até o fim da quadra. Já disse para ela não comer enquanto pratica esportes.
─ Claro que não! ─ Me defendo perfurando-a com o olhar. Shokozinha tenta acertar a bola na cesta, mas não passa nem perto.
Tô em crise. Não consigo pensar em mais nada que não seja passar minhas mãos pelo corpo inteiro da Grazi. Depois daquilo, vi ela no dia seguinte. Achei que ela tinha entrado na minha, mas adivinha? Me olhou com mais desgosto do que normalmente faz. Durante esses três dias, mandei mensagem uma vez para a Grazi. Ela respondeu? Não. E eu não mandei mais, porque seria humilhação, e eu não iria tão longe por ela.
─ Se você quer ficar com a garota, conta pra ela. Isso nunca foi uma dificuldade para você. ─ Shoko coloca as mãos no quadril irritada assistindo Suguru fingir que irá roubar seu pirulito.
─ Ele tem vergonha. ─ Meu falso-amigo zomba. Mordo meus lábios segurando o fôlego. Não é vergonha. Ela só me odeia.
O professor de educação física aparece na porta, nos indicando que é hora de irmos.
─ Ela me odeia. ─ Murmuro repetindo meu pensamento do lado de fora da quadra ─ Olha só, Shokozinha, você é amiga dela, podia me dar uma ajuda, né?
─ Eu jamais prejudicaria uma amiga desta forma. Vocês se resolvam. ─ Ela responde. Merda. Há momentos que o feminismo precisa ser deixado de lado.
─ Quem diria que Satoru Gojo tem sentimentos. ─ Suguru na minha frente ironiza.
Arqueio uma sobrancelha.
─ Quis dizer que será mais fácil convencê-la que a melhor experiência da vida dela vai ser uma noite comigo. ─ Completo minha argumentação dando um peteleco na testa da menina Shoko. Ela fica tão irritada.
─ Se precisa convencer, não é uma verdade absoluta. ─ Geto se intromete fazendo meus músculos endurecerem.
A n y
Gojo
tá livre pra me ensinar de novo? :)
Sábado à noite, sentada na minha cama após meu banho Premium, releio sem parar a mensagem de três dias atrás do Sr. Pau no Cu. Não consigo encará-lo desde o dia supostamente dedicado as estudos. Mas não porque eu me senti incomodada por ele ter feito aquilo, mas sim porque eu gostei. Merda, não preciso de um homem como problema. Tá, vamos equilibrar os prós e contras. Gojo é esperto para algumas coisas. Por exemplo... Er... Ahn... Porra! Não sei nada bom sobre ele. Os músculos e as mãos grandes. Não! Sem cogitação incluir pensamentos intrusivos nesta conversa. Espera, por que estou fazendo prós e contras? Ele nem disse que quer algo comigo. Não que eu fosse aceitar. Claro.
Ouço um plim de notificação, e é Shoko Ieiri, minha colega.
shokinha
bora sairrrr
Olho para o relógio digital na cômoda ao meu lado. 18:25. Tombo a cabeça para trás pensando. Penso, penso, e penso. Outra notificação.
shokinha
pf, voce nunca sai :((
Meu rosto suaviza. É verdade. Sempre digo que gostaria de curtir mais, mas nunca quero sair de casa. Bom, minhas ideias de rolê são mais caseiras. Por exemplo, eu adoro uma noite só de garotas. Mas ninguém nunca sequer topa. As garotas que eu conheço dizem que é chato.
any
taaaa, qual lugar? que horas? te encontro aonde?
shokinha
te amo
uma festinha de uns colegas, agora, na minha casa
any
vou me arrumar
