capítulo 4 - vergonha

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Emery Greengrass

A semana passou como um furacão. Daniel já estava bastante enturmado e Johnny não se aproximou dele por esses dias, até o sábado à noite. Daniel e Ali estão bem próximos. Ali me disse na sexta-feira que Daniel tinha a convidado para um encontro no sábado à tarde e mais tarde naquele mesmo dia, ele me contou.

Tudo estava perfeito para os dois, até que eu o vi, surtando com sua bicicleta e com sua mãe. Eu o perguntei o que tinha acontecido quando o mesmo se acalmou um pouco. Johnny e os outros o perseguiram depois que Daniel deixou Ali em sua casa. Isso está passando dos limites.

Eu não o vi depois disso. Não o vi hoje de manhã e não sei se veio para a aula, mas eu teria duas aulas seguidas com Daniel hoje, então poderia conversar melhor com ele nesses horários.

Abri o meu armário para pegar os meus livros.

— Se aliando ao inimigo? — a voz de Johnny penetrou meus ouvidos e eu revirei os olhos no mesmo instante.

Ele esperou uma semana para me questionar sobre isso? É sério?

— Não estamos em uma guerra, não existe inimigos aqui. — pego meu estojo e guardo minha bolsa.

— Sabe o que o sensei diria sobre jogar contra o próprio time?

— Nada, Johnny. Kreese não diria nada porque não é meu sensei e não pode opinar na minha vida. — me viro para encará-lo. — Eu não quero saber de nenhum de vocês, nada de Kreese ou Cobra Kai. Me deixem em paz! — bati a porta do armário com força.

Tommy me encarava do outro lado do corredor como uma assombração, Dutch e Jimmy estavam ao seu lado. Acho que vou precisar de um banho de sal grosso para me livrar desses caras. Maldita hora que entrei naquele dojô.

Eu tive um passado com Tommy, tive um passado com o Cobra Kai, mas não tenho mais. Aquela não era eu. Kreese é doente.

Entro na sala, já vendo a maioria dos alunos por lá. Nada de Daniel. Me sento na frente, uma das únicas mesas que restaram e abro o livro. Dessa vez minha mente estava em Daniel, estou preocupada com ele. A aula se passou e eu esperei para ver se Daniel chegaria para o próximo horário, mas ele não chegou.

[.☆.]

Chego às pressas no condomínio. Ando na direção do apartamento 20 e bato na porta. Uma mulher atendeu, provavelmente sua mãe. Ela sorriu para mim.

— Olá.

— Boa tarde, Sra. LaRusso. — sorri de volta.

— Oras, por favor, me chame de Lucille!

Ela pediu, um sorriso receptivo em seus lábios. Eu apenas assenti, ainda sorrindo.

— Daniel está?

— Está sim. Ele não estava se sentindo muito bem para ir a aula hoje. Você é da escola? — arqueou as sobrancelhas, esperando por uma resposta.

Nós duas ainda não éramos apresentadas. Estendi minha mão para ela.

— Me chamo Emery, eu sou do apartamento 23 — ela apertou minha mão. — E também divido algumas aulas com seu filho na escola. — ri fraco ela balançou a cabeça.

— Você quer entrar, querida? Ele está no quarto.

Lucille deu espaço para que eu entrasse e assim, eu fiz.

— Aceita alguma coisa? Uma água? Você gosta de torrada?

Ela foi em direção a cozinha e eu apenas pensei em qual pergunta responderia primeiro. Sorri e a segui.

Chuva da Meia-noite; Daniel LaRussoOnde histórias criam vida. Descubra agora