capítulo 12 - passado

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Emery Greengrass


Passei pelos portões do jardim do Senhor Miyagi. Soltei um suspiro ao ver Daniel em uma das cercas. O que ele fazendo? Bom, de qualquer forma, não me importo. Dei de ombros e parei em frente a porta da casa.

— Ei, Sr. Miyagi, estou aqui! — chamei, meu tom de voz era um pouco alto para que ele pudesse ouvir.

Senti o olhar de Daniel nas minhas costas e olhei por cima dos ombros, ele sorriu para mim. E eu não retribui, apenas voltei meu olhar para a porta, esperando algum sinal do Senhor Miyagi.

— Oh, Emmy-San!

O senhor saiu de sua casa com um enorme sorriso e parou na minha frente.

— Tudo bem, Sr. Miyagi? — sorri fraco e ele assentiu.

— Que bom que veio — sorriu. — Hoje não vamos à praia, clima não muito bom.

Ele apontou para cima, indicando o céu nublado. Assenti e dei um pequeno sorriso, eu queria ir embora, mas não seria algo muito educado a se fazer.

— Emmy-San, poderia ajudar?

— É claro. — assenti, esperando que ele continuasse e me falasse do que precisava.

Então, o Sr. Miyagi me entregou um pincel e uma pequena lata de tinta, me indicou o local e eu fui para o outro lado da cerca, sem olhar para Daniel.

Eu não entendi muito bem o porquê disso tudo. Por mais que eu saiba que o Sr. Miyagi não aguentaria mais fazer tanto esforço como LaRusso e eu... Parecia que ele só estava se aproveitando da nossa boa vontade para arrumar sua casa. Sei lá, o velho é bom no karatê, isso é meio suspeito.

Coloquei a lata no chão, próximo aos meus pés, mergulhei a ponta do pincel na tinta e comecei a pintar.

— Ei, Emmy — a voz de Daniel chamou minha atenção.

— O que foi, LaRusso? — perguntei sem olhá-lo.

— Não pode pintar assim, está fazendo errado.

Franzi o cenho e virei minha cabeça para encará-lo. Pelo amor de Deus.

— Só estamos pintando, LaRusso, não tem um jeito certo ou errado se o acabamento ficar bom. — dei de ombros.

— Não — ele largou seu pincel e se aproximou. — Você realmente está fazendo errado.

Respirei fundo, me controlando. A minha vontade era de dar um soco na cara dele, mas me controlei.

Daniel não falou comigo ontem, nada além de um "bom dia, Emmy", e também não me procurou hoje de manhã. Talvez essa seja a minha resposta. Minha avó sempre dizia que "quem cala consente", então, talvez ele não tenha me procurado para dizer nada sobre isso porque concorda com o que disse no jantar. Somos amigos e é isso .

— E qual seria o jeito certo? — perguntei, parando o que eu estava fazendo.

— Assim.

Daniel se posicionou quase atrás de mim e segurou meu pulso, começando a guiá-lo do jeito "certo". Pude sentir minha pele ficar quente pela aproximidade de seu corpo com o meu. Mordi a parte interna da minha bochecha com tamanha força em uma tentativa de afastar esses pensamentos sem que ele percebesse.

Não, Daniel LaRusso não tem nenhum tipo de efeito sobre você. Concentre-se Emery!

Daniel soltou minha mão e eu continuei levando o meu pulso para cima e para baixo, como ele me explicou.

Chuva da Meia-noite; Daniel LaRussoOnde histórias criam vida. Descubra agora