Emery Greengrass
Eu estava sentada em frente à piscina - que por um milagre, estava limpa - enquanto lia um guia de tatot tradicional que havia ganhado de presente da minha avó no meu aniversário de 11 anos. Era a quarta vez que eu o lia. Minha mãe dizia que "tenho bastante tempo pra besteiras sem pé e nem cabeça", mas eu poderia reler esse livro quantas vezes fossem necessárias e nunca me cansaria.
"Looks that kill" de Mötley Crüe tocava no meu walkman. Eu gosto de ouvir minhas músicas favoritas quando algo da errado. E nesse momento, eu estou mantendo minha mente cheia após ser completamente ignorada por meu pai, mais uma vez... Tranquei a mandíbula tentando afastar as lembranças daquela ligação tenebrosa que tive com a mais nova namorada dele.
— Pai? — eu perguntei ao ser atendida.
— Ah, Emmy! Como vai? — a voz alegre da minha antiga terapeuta me fez gelar por alguns segundos.
Como ela tem coragem?
— Rosalynn... — murmurei em resposta. — Onde está meu pai?
Eu perguntei sem dar indícios de que queria conversar, porque eu não queria.
— Ele está no banho, querida.
— Entendi. — minha voz saiu falha e eu apertei o telefone com tamanha força, sentindo minha mão arder.
— Quer que eu deixe algum recado? — ela perguntou depois de algum tempo. — Precisa de alguma coisa?
Ele nem sequer havia avisado que eu iria para lá. Estou cansada disso! Eu queria poder soltar toda a raiva que sentia em relação à isso. Rosalynn me ouviu falando sobre meu pai por horas e de repente: se apaixonou por ele. Que piada.
— Não. Boa tarde.
Bati o telefone no gancho com força, sem esperar que Rosalynn respondesse. Pro inferno os dois!
Era por volta das 17:50 da tarde e minha mãe já estava bêbada, muito provavelmente dormindo no chão da sala - ela não soube sobre a ligação justamente por isso. O importante é que estou em completa paz. E pela primeira vez, não me senti triste em relação ao meu pai, senti raiva. Mas que de qualquer forma, seria descontada na música e leitura.
Percebi Freddy descer as escadas e passar por mim quase que correndo. Fazia semanas que eu não o via mais, até pensei ser uma alucinação por um instante, mas LaRusso desceu logo atrás. Ele parou na minha frente, sorrindo e acenou para mim, dizendo algo que eu não escutei por conta da música. Tirei meu walkman e ergui a cabeça para encará-lo.
— Boa tarde — ele sorriu mais uma vez.
— Boa tarde — murmurei.
— Você não apareceu no treino hoje, o Sr. Miyagi disse que: "tem compromisso importante" — forçou uma voz grave, tentando imitar o senhor.
Dei um pequeno sorriso e fechei o livro, marcando-o com o meu dedo.
— Fomos levar minha avó na rodoviária — expliquei, não era uma mentira, mas também não era o real motivo e era humilhante admitir que meu pai me deixou esperando por horas.
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Chuva da Meia-noite; Daniel LaRusso
Fiksi Penggemar❝ 𝙀𝙡𝙚 𝙚𝙧𝙖 𝙤 𝙨𝙤𝙡, 𝙚𝙪 𝙚𝙧𝙖 𝙖 𝙘𝙝𝙪𝙫𝙖 𝙙𝙖 𝙢𝙚𝙞𝙖-𝙣𝙤𝙞𝙩𝙚 ❞ Talvez Daniel LaRusso e Emery Greengrass compartilham os mesmos problemas. Talvez ela seja popular e tenha cabelos encaracolados lindos e fuja da realidade dele. Talvez...