capítulo 8 - complicações

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"Porque está muito frio para você aqui e agora
Então me deixe segurar
Suas duas mãos nas mangas do meu suéter"
Sweater Weather - The Neighbourhood

[.☆.]

Emery Greengrass

O fim de semana finalmente havia chegado. Daniel e eu estávamos na "casa" do Sr. Miyagi.

Estávamos resolvidos. Tommy não me incomodou depois daquela conversa que tivemos e eu agradeci por isso. E Daniel, naquele mesmo dia, me procurou e conversamos sobre a pequena cena constrangedora de "ciúmes". Tudo estava bem.

— Assim? — eu perguntei, chamando a atenção do senhor para o meu bonsai.

— Isso, isso — o Sr. Miyagi assentiu a cabeça, olhando para o bonsai na minha frente.

— Não sei não — fiz uma careta, olhando para a pequena árvore. — Acho que ela está ficando muito depenada, Sr. Miyagi.

— Árvores tem penas?

Daniel perguntou implicante, ele riu e eu o olhei com um olhar de tédio. Idiota.

— Mente manda fazer assim? — Miyagi pergunta e eu concordo com a cabeça. — Então está certo.

— Mas não sei se concordo com o que minha mente diz, senhor — protestei.

O Sr. Miyagi olhou para Daniel por alguns instantes, ele estava concentrado cortando as folhas, e depois voltou seu olhar para mim.

— Mente gosta de Daniel-San?

Sim, e muito.

— Gosta, quer dizer, eu gosto. LaRusso é meu amigo.

Me recusei a olhar para Daniel, eu sabia que ele estaria dando um sorrisinho convencido sobre isso.

— Então já tem sua resposta, Emmy-San.

Eu o olhei com uma expressão confusa. O que ele quis dizer com isso?

— Continue, continue — indicou a planta. — Mente manda, menino e menina faz.

O Sr. Miyagi repetiu isso duas vezes ao se afastar de nós dois.

— Gosta de mim, não é? — seu tom de voz era malicioso.

Eu me xinguei mentalmente por ter falado isso em voz alta, ainda mais na frente dele. Maldito senhor Miyagi.

— Cala a boca, Daniel-San! — rebati, apenas para que ele escutasse.

Ele soltou uma risada abafada e seguimos cortando os bonsais.

Terminamos depois de um longo período. Daniel já havia terminado a dele e estava quase em cima de mim, olhando e opinando sobre a minha, até eu finalmente terminar.

— Perfeito — disse o Sr. Miyagi sobre o meu bonsai.

— Obrigada, senhor — eu sorri.

O Sr. Miyagi me presenteou com o bonsai. Daniel e eu nos despedimos dele e seguimos para as escadas.

— Ei, quer tomar um chá? — eu pergunto, o olhando.

— Claro, quem vai fazer?

— Eu vou fazer.

Daniel me olhou sorrindo travesso e parou na minha frente, colocando uma mão na sua cintura.

— Espero que não esteja com veneno ou pior: que você não queime.

Revirei os olhos ao ouvir sua piada e o empurrei para o lado com uma mão, já que a outra estava ocupada.

— Ninguém é tão burro ao ponto de queimar um chá, LaRusso — protestei.

Chuva da Meia-noite; Daniel LaRussoOnde histórias criam vida. Descubra agora