Izuku era um ômega de dezenove anos, idade considerada muito velha para se casar. Por conta disso, muitos alfas não se interessam mais por ele e por saberem de seu passado. Muitas pessoas do vilarejo falavam mal e inventavam histórias sobre o esverd...
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Semanas haviam se passado e Izuku não retornou a ver Katsuki, pensou até mesmo que ele havia ido embora, pois os alfas das alcateias vizinhas começavam a voltar para suas vilas natais. Porém, Izuku soube por Denki que o alfa ainda estava no vilarejo.
Aquelas três semanas que passaram foram uma enorme tortura tanto para Izuku quanto para Katsuki. Na noite em que o alfa o pediu em casamento, Izuku teve um sonho: ele estava numa cozinha de uma casa estranha e segurava um nenê de uns cinco meses no colo enquanto o alimentava.
Depois de um tempo, ele via Katsuki aparecer e abraçar os dois, dando um beijo rápido nos lábios rosados de Izuku. O ômega se lembrou de como se sentiu feliz com aquele sonho e ao acordar, ele desejou continuar dormindo.
Era apenas um sonho, então não era realidade. Izuku não tinha um filhote e não estava casado com Katsuki. Os dias de passaram e ele não conseguia superar as sensações boas que ele havia sentido com aquele sonho.
Izuku tentou esquecer daquela angústia em seu peito, mas quanto mais os dias passavam, mais Izuku sentia falta do alfa. Era um sensação horrível que deixava seu lobo triste e agitado por dentro. Tinha saudades dos lábios de Katsuki e como ele tocava a cintura com propriedade. Se pegava constantemente segurando o colar que ele havia lhe dado.
Estava sendo insuportável, de uma maneira que o deixava triste.
– Izuku... – Uraraka o chamou. O garoto havia ido visitá-la aquela manhã e a amiga sentia como ele estava triste.
Uraraka também sabia de tudo que tinha acontecido e de como Izuku praticamente negou a se casar com Katsuki. Ela não conhecia o loiro, mas se o visse saberia como ele era.
– Izuku, por que não vai atrás dele? Na verdade... por que você negou se casar? Pelo que você me disse, ele é um ótimo alfa e te quer.
– Eu não neguei ele, tá bom? Eu só disse que precisava pensar... – Izuku respondeu com a voz fraquinha. Uraraka suspirou.
– Isso é praticamente negar, Izuku. – Respondeu. – Ele te deu esse colar lindo e estava sempre te cortejando. O que mais falta?
– Eu já te disse que não irei me casar. – Respondeu ácido. – Eu não vou desperdiçar a minha vida lavando cueca de homem e nem colocando comida na mesa dele! Eu não sou como esses omegas idiotas e submissos que sonham em se casar!
Izuku percebeu que havia falado besteira ao perceber que Uraraka estava em silêncio e o encarava chateada.
– Não é porque nossos sonhos sejam diferentes que sejamos idiotas, Izuku.
– Me desculpa... você não é idiota. – Izuku respondeu. – É só que... Katsuki é só mais um.
– Ele não é e você sabe disso no fundo. Finalmente aparece um alfa que te corteja e não liga para os rumores mentirosos sobre você, e você diz que "vai pensar" quando ele te pede em casamento? Izuku, pra quem chama os ômegas de burros, você está pior que eles!
– E-Eu tenho medo de ser magoado de novo, ok? Eu não quero isso! – Gritou com a amiga e seus olhos estavam cheios de lágrimas. – Pro Katsuki fazer igual ou pior que o Monoma pouco custa!
Uraraka entendia Izuku, mas naquele momento ele não estava pensando direito.
– Olha, Izu... eu conversei com o Denki ontem e você sabe que um alfa de cabelos vermelhos está cortejando ele... esse alfa é melhor amigo de Katsuki e disse que ele está péssimo, se saindo mal nos treinos e não comendo direito. Quando o alfa pergunta para o amigo, ele responde que o lobo dele está em negação e sente muita necessidade em te ver.
Uraraka revelou aquilo e os olhos esmeraldas se arregalaram. Nem Uraraka e nem Denki mentiria sobre aquilo, então Izuku sabia que era verdade.
– Ele está sofrendo por sua causa e aparentemente o lobo dele te escolheu. Os lúpus sofrem muito mais com a rejeição de um ômega. Isso não é o bastante para te fazer crer que ele realmente te quer para sempre?
– N-Não pode ser... – Izuku falou em pé e suas mãos tremiam.
– Pode, como é. Supere esse seu trauma que o idiota do Monoma te colocou e vá ser feliz, Izuku! Vá atrás do seu alfa! – Uraraka o incentivava e ele engoliu a seco, concordando com a cabeça.
– Eu vou atrás do meu alfa! – Ele respondeu saindo da casa da amiga.
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O ômega não sabia por quanto tempo estava correndo pelas ruas da vila, só sabia que precisava encontrar Katsuki Bakugou o mais rápido possível e aceitar ser seu omega e seu marido para a eternidade.
Quem olhasse para Izuku, pensaria que ele estava louco correndo daquele jeito, mas não importava. O garoto olhava para todos os lados e tentava reconhecer o cheiro de seu alfa, mas não estava conseguindo achar e ele não sabia onde ficava os dormitórios onde ele ficava.
– Izuku! Você está bem?! – Izuku escutou Denki gritar preocupado. O ômega loirinho correu até o amigo animado para contar sua novidade.
O ômega estava ao lado de um alfa de cabelos vermelhos, provavelmente o alfa que o cortejava.
– Izuku, estou noivo! – O loirinho disse animado, mostrando sua enorme aliança no dedo. Ele parecia extremamente feliz, assim como o alfa ao seu lado também.
Midoriya se sentiu feliz pelo amigo, mas logo se lembrou que precisava encontrar Katsuki.
– Que você seja muito feliz, Denki! – O garoto disse honesto. – Você, sabe onde está Katsuki? Eu preciso encontrá-lo.
– Da última vez que o vi, ele estava na taberna Saloon. – Kirishima o respondeu.
Izuku sabia onde onde era o lugar e correu como um desesperado até lá. Assim que viu a porta do lugar, seu coração disparou. Ele entrou às pressas no lugar, fazendo a porta praticamente ser escancarada.
– Katsuki, eu aceito ser o seu ome–
Porém, antes que Izuku pudesse completar sua frase, ele pode ver o seu alfa em pé e abraçando fortemente uma garota... ômega. Eles pareciam muito íntimos pela forma que ele a abraçava.
Um bolo se formou na garganta do esverdeado e ele sentiu uma vontade gigantesca de chorar vir a tona. Katsuki o olhou assustado e então se afastou da menina que deveria ter uns quinze anos.
Foi então que Izuku percebeu que mais uma vez, havia sido trocado. Tudo que ele conseguiu fazer foi correr dali, escutando os gritos de Katsuki logo o chamando.
Seu coração estava partido e certamente não iria se curar dessa vez. Izuku nunca mais se casaria e provavelmente passaria dias longe da vila, apenas trancado em seu próprio quarto.
Agora não há como voltar atrás, pois eu já caí nas profundezas da escuridão. É tão emocionante que quero fechar meus olhos, mas acho que depois de hoje não poderei voltar mais atrás. Estou fora de controle. —
