capítulo 16

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OBS: As palavras em Latim têm a tradução logo abaixo da fala!

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O sol batia em seus olhos, o incomodando. Xiao Zhan se sentou na cama, esfregando o rosto. A luz solar invadia seu quarto através da fina cortina, e iluminava partes do cômodo.

Antes de levantar, puxou um pedaço de sua blusa, vislumbrando seus ferimentos. Só restavam cicatrizes agora. Linhas longas e rosadas que marcavam sua pele. No antebraço, era a mesma situação.

Achava estranho a velocidade com que estava se curando. Afastado dos céus a tantos anos, deveria levar meses para que suas feridas pelo menos começassem a se fechar.

Depois de tomar um banho frio, Xiao Zhan desceu até a cozinha. Xuan Lu não estava em casa, então procurou um pote de macarrão instantâneo no armário. Se não fosse pela mulher, teria morrido de fome há algum tempo. Não sente mais vontade de se alimentar devidamente.

Enquanto a água esquentava no fogão, seus olhos encontraram o vidrinho de ervas do outro dia. Algo naquilo o incomodava. Parecia familiar, mas não conseguia se lembrar de onde.

Destampou o pote, e jogou algumas sobre a palma de sua mão. Levou-as até suas narinas, deixando o cheiro forte o invadir. Uma mistura de menta com cânfora, e um pouco de carne podre.

Flashes de imagens começaram a piscar me sua mente. Wang Yibo em um manto azul, ele caído no chão, incapaz de se levantar. Estavam na beira de um penhasco, e não havia nada mais em volta. Agarrou um punhado de grama, e lançou na direção do homem.

Ele sabia que não era grama. Raízes profundas e cintilantes, cheiravam exatamente como essas. Erva de demônio.

Deixou o vidro cair no chão, e os estilhaços voaram pelo cômodo. Precisou se apoiar no balcão, para não cair junto com ele. E o chiado da água fervendo contrastava com o caos em sua mente.

Xuan Lu fazia seu chá com aquela planta. É óbvio que estava se curando tão rápido. Erva de demônio é fatal para demônios mas uma poderosíssima fonte de cura para anjos.

Enquanto o choque ainda percorria suas veias, a mulher apareceu na porta da frente. Ela encarava estatelada o irmão e o vidro quebrado.

— Erva de demônio? A-Lu!

— Zhan, eu posso explicar.

Ela se aproximou, tentando tocá-lo, mas ele recuou. Desligou o fogo e guardou o macarrão novamente. Perdera o apetite depois disso.

— Quem te deu isso? Haikuan? Song?

— Não, não foram eles.

— Esse era o plano de vocês? Implantar veneno de demônio no meu corpo e me transformar em uma arma viva contra os sete?

Sua voz era cortante e indignada, e isso machucava o coração de Xuan Lu. Detestava ter que mentir para os outros, mas aceitou fazer isso pelo bem dele.

— Foi o Yibo.

— O quê?

— Ele buscou por todos os cantos contatos de fornecedores de Erva de demônio. Ele me deu um telefone e praticamente me implorou para comprá-las.

— Por que ele faria isso? Ele sabe que vocês estão aqui para cortar a cabeça de cada um deles, por acaso? — gritou, fazendo-a se calar por um momento.

— Por que ele sabe que é o único jeito de te proteger.

— Me proteger? A-Lu, por Deus, eu não preciso de proteção.

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