capítulo 3

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Bozinas irritantes misturadas ao som desagradável das conversas de homens bêbados na boate do outro lado da rua chegavam aos ouvidos dos sete pecados.

Vestidos de forma elegante e descontraída, todos estavam reunidos na frente do restaurante mais famoso da cidade.

Depois de Wang Yibo ter convencido os outros a se juntarem a ele em uma noite de bebidas e jogos no bar do restaurante.

Eles entraram e se direcionaram diretamente até o bar, não deixando de serem notados pelo caminho.

Homens e mulheres se viravam em suas mesas para verem os sete irmãos se movimentando pelo salão.

Ao se acomodarem no balcão, acabaram ocupando todos os bancos que o rodeavam. Yibo foi o primeiro a pedir, assim que avistou Xiao Zhan vindo em sua direção.

- Xiao! Trouxe meus irmãos, como prometido.

- oh, é um prazer. - sorriu envergonhado.

Seis pares de olhos ardentes o fuzilaram de cima a baixo, o fazendo ficar sem jeito. Os sete se entre-olharam, parecendo se comunicarem em pensamento, uma conversa que apenas eles entendiam.

- Desce uma rodada de Whisky geladinho pros sete! - Zhoucheng comentou rindo que nem bêbado, mesmo ainda estando sóbrio.

Xiao Zhan acompanhou a risada e se retirou, indo buscar os copos e a bebida.

Entre sorrisos e olhares indecifráveis trocados pelos irmãos, mais cinco jovens adentraram a área do bar quase vazia. Yibo os reconheceu como os mesmos da outra noite.

Os olhares dos demônios se concentraram nos cinco, vibrando e refletindo o puro ódio assim que reconhecendo-os por arcanjos.

Arcanjos eram reconhecidos mais facilmente do que os próprios anjos. Era fácil para um demônio desvendar os olhos de fundo avermelhados, impuros com o sangue dos pecadores, inabitado por sentimentos frívolos.

- aqui está.

Xiao Zhan voltara, com sete copos, três pedras de gelo em cada, e uma garrafa da bebida alaranjada. Ele os serviu de uma vez, com rapidez, deslizando de um copo a outro sem desperdiçar uma gota.

Com um empurrão leve, ele os entregou a seus clientes.

Yibo não desgrudou os olhos das mãos de Xiao nem por um instante, enquanto Zhoucheng e Yubin disputavam quem bebia tudo de uma vez.

Zi Yi brincava com a borda de seu copo enquanto comentava algo com Haoxuan.

Ji Li mal viu seu copo, tendo dormido com a cabeça apoiada no balcão. Zhoucheng acabou com o líquido em dois goles e Cao Yuchen puxou conversa com Xiao Zhan.

- Então, Xiao?

- Sim?

- Quer dizer que você mora na casa ao lado?

Zhan apenas acenou com a cabeça.

- Aí, Zhan, na moral, revela umas parada pra mim aí. - Zi Yi ouviu a conversa alheia e se intrometeu.

Xiao Zhan voltou sua atenção a mulher de vestido vermelho e seu rosto revelava interrogação.

- Qual perfume tua irmã usa? Senti um cheirinho de canela durante todo o encontro e ainda ficou grudado no meu carro. Muito bom. - sorriu se lembrando da companhia da garota.

Rindo, Zhan comentou; acho que é um perfume natural, tem canela, chocolate, maçã e cereja. Ela não usa muito.

- Legal. Vou comprar.

- Pra dar de presente pra ela? - Yu bin perguntou.

- Não. Pra mim ter o cheiro dela no meu travesseiro.

Todos riram. Xiao Zhan estava gostando da conversa, porém devido a uma súbita sensação, sua risada parou com um corte seco.

- com licença. - pediu educadamente.

Todos pararam de rir, prestando atenção no moreno que se retirava apressado. Desviaram o olhar para o outro lado, vendo a única mulher dos cinco arcanjos se levantar e seguir na mesma direção.

Seus olhos arderam e seus espíritos se atiçaram. A paz entre anjos e demônios é algo que pode existir, já os arcanjos, eles não faziam questão de lutar pela paz.

Algo que sempre incomodou os sete é isso; se eles podem ser tão impetuosos e covardes e ainda assim são chamados de anjos, por que os como eles deveriam viver em desespero?

A jovem que também atendera Yibo aquela noite, veio na direção deles. Sorrindo simpática da mesma maneira, tímida educada, porém...

- Com Licença, senhores - suas mãos apertando o bloquinho de notas em sua mão denunciava nervosismo. - Eu vou atendê-los, sim?

Yibo já estava irritado, vendo a garota assim, ele se levantou e seguiu até a mesma porta pela qual a outra passara.

- Uma taça de vinho tinto, por favor. - Zi Yi falou calmamente, fazendo com que todos prestassem atenção em si.

- Do Branco para mim, por favor. - Haoxuan acompanhou a irmã.

- Eu vou recarregar no Whisky. - Zhoucheng acenou com o copo vazio e foi seguido por Yubin, Ji Li, e Cao Yuchen.

- vodka. - Yuchen completou simples.

A mocinha se acalmou com as vozes tranquilas, e seguiu para pegar novas taças e as bebidas.

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Wang Yibo descobrira que a porta daria no estacionamento interno do restaurante. Havia pouca iluminação no local, um cheiro de carniça invadiu suas narinas, aumentando sua irritação.

Um vulto o chamou atenção atrás de um carro preto, seguiu-o.

Em uma perseguição muda e veloz no meio daquele mar de veículos, Yibo e o que acreditava ser a garota de antes, brincavam de cão e gato.

- Ahh...

Ao ouvir a voz de Xiao Zhan em um lamento fraco, Wang Yibo parou de correr. E se concentrou no novo aroma presente no local.

As fracas luzes piscavam lentamente em cima de sua cabeça, e o odor de carniça foi substituído pelo de sangue fresco.

Uma trilha vermelha no chão de concreto o guiou direto ao corpo do Bartender escorado em um carro branco.

- Zhan!

Xiao Zhan estava consciente, segurando seu estômago firmemente.

Yibo se aproximou e viu uma adaga de prata cravada em seu abdômen. Seu cérebro estava dividido, escolhendo entre raciocinar o motivo de a arma ser feita de prata ou ajudá-lo.

Porém, os olhos azuis brilhavam em dor e de sua boca escapavam fracos gemidos. O moreno mordeu os próprios lábios com força, deixando escorrer um filete de sangue por eles, retirou de uma vez a arma prateada, surpreendendo o castanho.

- Saia daqui... - Xiao Zhan disse em um susurro.

- Me obrigue. - Talvez não fosse hora para isso, mas a natureza desafiadora do Wang se mostrou.

Ele ajudou Xiao Zhan a se levantar, o moreno apoiou uma mão no carro e a outra ainda em seu ferimento. Yibo passou seus braços por sua cintura e axilas, o erguendo.

Saíram do local em passos tropeçados, e deixando a marca de uma mão sangrenta no veículo branco.

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