1) Nos conte um pouco mais sobre você, autor(a) e sobre sua vida e caminhada como escritor, queremos te conhecer melhor.
Meu nome é Maíra Trezena, uma nordestina de 32 anos, que reside em Recife, Pernambuco. Sou mãe de uma menina autista em tempo integral e escrevo nas minhas horas vagas. Tenho uma rotina desafiadora, não nego porém que me inspira e me incentiva a dar o meu melhor diariamente.
A leitura e a escrita sempre foram meus grandes amores, e embora tenha preferência por romances dramáticos e terror e seus subgêneros, busco me aventurar nos demais gêneros literários, sempre em busca de histórias que me cativem e me façam refletir.
Minha jornada como escritora começou desde muito jovem, em meio a uma mente fértil e cheia de imaginação. Naquela época, passava horas sonhando com finais alternativos para histórias com desfechos em aberto, ou pensando em como poderia continuar um filme, uma série, um anime ou um livro que me cativava.
Durante meus anos na escola, sempre me destaquei em português, literatura e redação. No entanto, foi em 2017 que realmente comecei a dar vida às minhas ideias, ao descobrir a plataforma Spirit Fanfic. Durante um ano e meio, mergulhei em um mundo de criações, experimentando com diversas narrativas e personagens. No entanto, enfrentei um bloqueio criativo que me impediu de seguir em frente. Frustrada, acabei arquivando minhas histórias e desisti de escrever.
Quatro anos depois, no final do ano passado, após assistir ao inspirador filme "O Som da Liberdade", uma chama foi reacendida dentro de mim. Lembrei-me de uma das minhas histórias, "Warmness on the Soul", e com essa lembrança veio uma imensa vontade de voltar a escrever. Foi assim que retomei minha jornada como escritora.
2) Desde quando você escreve a obra vencedora? Encontrou algum obstáculo ou desafio para desenvolvê-la? Qual?
"Warmness On The Soul" é uma história que já possui mais de cinco anos de existência. Inicialmente, eu a idealizei como uma one-shot, mas acabei me apegando tanto aos personagens e à narrativa que decidi expandi-la, renomeando-a para "Always By Your Side". Após um hiato de quatro anos, senti a necessidade de recomeçar a desenvolver aquele roteiro, e escolhi o título de uma das minhas músicas favoritas do Avenged Sevenfold para batizar a história. Assim nasceu "Warmness On The Soul".
Embora o bloqueio criativo tenha sido um dos meus maiores desafios durante o processo de escrita, com o tempo percebi que ele estava intimamente ligado às minhas inseguranças. Questões como: "Eu sou boa o suficiente como escritora?", "A história é realmente cativante?" e "As cenas estão sendo descritas de maneira adequada?" frequentemente me assombravam. Essas dúvidas se tornaram obstáculos por muito tempo.
3) Como buscou superar essas dificuldades? O que te ajudou?
Com a descoberta da maternidade atípica, ao receber o diagnóstico de autismo da minha filha, encontrei-me em uma luta diária contra meus próprios receios, medos e inseguranças. Essa jornada desafiadora me ensinou a enfrentar esses sentimentos, não apenas por mim, mas principalmente por ela. Essa transformação pessoal acabou refletindo positivamente na escritora que sempre habitou em mim.
Mesmo diante do medo e da insegurança, não desisto de escrever. A cada parágrafo, busco dar o meu melhor, utilizando a força que adquiri dessa experiência única como mãe. A luta pela minha filha me inspira a persistir, a explorar novas narrativas e a acreditar no poder das palavras.
4) Teve apoio da família e amigos? As pessoas próximas leram e deram opinião sobre essa obra? Qual foi?
Embora minha família não compartilhe o gosto pela leitura e nunca tenham lido minhas obras, eles sempre me incentivam a não desistir e a continuar acreditando no meu potencial. Esse suporte, mesmo que indireto, é fundamental para minha motivação.
Costumo ser uma pessoa com poucos amigos, mas tenho uma amiga especial que tem sido essencial nessa jornada como escritora: Lydia Tavares. Ela não apenas é minha coautora em "Warmness On The Soul", mas também é a talentosa designer por trás da estética das minhas histórias, com suas mãos de fada que trazem vida às minhas narrativas. Lydia é uma presença constante em minha vida, mesmo à distância, e tenho aprendido muito com ela. Sua amizade e apoio são inestimáveis, tornando essa caminhada ainda mais significativa.
5) Como foi o projeto e construção da sua história?
Escrever "Warmness On The Soul" tem sido um processo desafiador de diversas formas, a cada parágrafo que construo. A criação dessa história, embora tenha seus momentos tortuosos em que por vezes questiono minha capacidade de prosseguir, tem sido extremamente gratificante trabalhar na construção da minha narrativa e dos meus personagens.
Cada cena escrita, cada diálogo criado, cada emoção transmitida exige de mim um esforço renovado. Há momentos em que as palavras parecem fugir, em que duvido se serei capaz de levar a história adiante. Mas é nesses instantes de incerteza que encontro a força para seguir em frente, impulsionada pelo amor que tenho por essa obra
6) Como foi compor seus personagens? Tem algum favorito?
Meus personagens, com exceção daqueles que desempenham papéis com tendência vilanesca, são como minhas crianças literárias. Assim como uma mãe amorosa, não tenho preferência por nenhum deles. Amo-os de igual para igual, independentemente de serem protagonistas ou coadjuvantes. Cada um deles é especial à sua maneira, contribuindo com sua própria essência para a riqueza da minha narrativa.
Alguns deles me surpreendem, tomando decisões inesperadas que me desafiam a repensar meus planos iniciais. Outros me encantam com sua força de caráter ou sua vulnerabilidade. Mas todos eles são igualmente importantes, pois juntos formam o tapete narrativo que sustenta minha história
7) Pode nos dizer qual é o clímax da história? O ponto mais importante dela?
Como "Warmness On The Soul" ainda está em andamento, e estou considerando diversas possibilidades até chegar ao seu desfecho final. Porém, acredito que os momentos mais importantes serão quando meus personagens, um a um, superarem as dificuldades e conflitos impostos ao longo de suas jornadas.
Cada obstáculo vencido, cada crescimento pessoal conquistado, será uma vitória não apenas para eles, mas também para mim. Acompanhar sua evolução, vê-los enfrentar seus medos e inseguranças, e finalmente alcançarem a linha de chegada será uma experiência gratificante.
8) Você aprendeu alguma lição com a sua história? Se sim, qual foi?
Não importa quão escuro seja o túnel ou quão distante pareça a luz, mantenha-se firme e siga em frente. Persevere, e você certamente encontrará a luz que iluminará seu caminho.
9) Onde você se inspirou para criar a sua obra?
A novela "Salve Jorge", os filmes "Doce Vingança 2", "Tráfico Humano" e "O Som da Liberdade", todos que exploram questões de resiliência e a busca por justiça em meio a situações adversas.
Além disso, não posso deixar de mencionar a combinação de filmes e livros que me inspiram, como "Como Eu Era Antes de Você", "Um Amor Para Recordar" e "A Culpa É das Estrelas".
10) Se você tivesse que fazer uma breve propaganda de sua obra, como seria?
Vamos embarcar em uma jornada emocionante de resiliência e superação, onde cada desafio se transforma em uma oportunidade de crescimento. Ao longo do caminho, enfrentaremos obstáculos que testarão nossa força interior, mas também descobriremos a beleza da esperança e a importância de lutar por nossos objetivos.
11) Você imaginou que poderia ser vencedor(a) no concurso?
Quando inscrevi minha obra este ano, fiz isso com as mesmas intenções do ano passado: sem criar expectativas. Acredito que, dessa forma consigo apreciar o processo criativo sem a pressão de resultados imediatos.
12) Há quanto tempo você está no D&T?
Acredito que, há aproximadamente nove meses.
Agradecemos a sua participação e te parabenizamos por sua vitória, sua obra é mesmo excelente!
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Entrevista Com os Vencedores
De TodoEntrevistas com os Vencedores da Sexta Edição do Concurso D&T - Mistério dos Celtas