PERSEGUIÇÃO

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Apesar das medidas de segurança e da mudança temporária para a casa de Nathy, Sophie não conseguiu escapar do sentimento constante de ameaça.
Os telefonemas e mensagens continuavam.

Número desconhecido
Sua vagabunda ! Foi pra isso que você veio pra cá?! Pra se prestar a esse papel ridículo!

Número desconhecido
Você é minha ! E isso não vai ficar assim!

A sensação de que Christian estava sempre à espreita fazia com que ela mal conseguisse relaxar.
Nathy, preocupada com o bem-estar de Sophie, decidiu ficar com ela até tudo se resolver.

Já estava de noite , enquanto conversavam no sofá da sala, Sophie ouviu um barulho estranho vindo do quintal. Seu coração disparou, e ela trocou um olhar apreensivo com Nathy.

-Eu vou verificar!- Nathy disse, tentando esconder o medo na voz.

Sophie tentou impedi-la mas ela foi mesmo assim .

Com cautela, foi até a janela e olhou para fora. Não viu ninguém, mas o sentimento de desconforto persistia.

Logo em seguida o celular de Sophie toca era uma ligação inesperada, de um número desconhecido, e, ao atender, uma voz masculina familiar soou do outro lado.

Era Christian, a conversa foi breve e direta, mas cheia de ameaças veladas.

Christian prometeu que encontraria um jeito de ir até ela e acabar com essa palhaçada ,não importava como.

A equipe de segurança estava alertada e prontamente começou a monitorar qualquer atividade suspeita.Mesmo com a polícia envolvida, a sensação de que ele estava por perto era quase insuportável.
Sophie e Nathy passaram os dias se escondendo e evitando qualquer rotina previsível. Elas alteraram seus horários e caminhos, mas o medo persistia. Sophie começou a se perguntar se Christian estava observando cada movimento seu.

E outra vez, enquanto tentavam descansar, o alarme da casa disparou Sophie e Nathy correram para o telefone para ligar para a segurança.
O alarme, aparentemente, tinha sido ativado por uma tentativa de arrombamento. Quando a polícia chegou, encontraram sinais de que alguém havia tentado forçar a entrada pela porta dos fundos.
A tentativa de invasão confirmou os piores medos de Sophie: ele estava se aproximando cada vez mais.

Christian observava a casa em que Sophie estava de longe, escondido em um carro estacionado nas sombras da rua.
A escuridão da noite envolvia o veículo, mas seus olhos estavam fixos esperando a hora certa .
A tentativa frustrada de arrombamento não havia sido suficiente.
Ele precisava mais do que nunca encontrar uma maneira de reverter a situação e trazer Sophie de volta para o controle que acreditava ter sobre ela.

Ele não entendia como as coisas tinham chegado a esse ponto.
O controle, a manipulação e a dor emocional que causara eram apenas formas de demonstrar sua necessidade de poder.
Sophie sempre tivera uma força que ele desprezava e admirava ao mesmo tempo, ele nunca concordou com ela ser atriz ,e a ideia de que ela poderia se libertar dele e ser independente e admirada por outros era insuportável.

Enquanto a noite se arrastava, Christian em silêncio, mergulhava em pensamentos sobre Sophie e o que ela havia se tornado.
Não era apenas o fato de que ela estava fazendo sucesso com a série ,mas seguindo sem ele, isso o perturbava profundamente.

A ironia não escapava a ele: Sophie, a mulher que ele havia tentado dominar e controlar e que era submissa a ele, estava agora sendo independente, admirada e amada por outras pessoas .
O sucesso dela era um espinho em seu lado,ele não podia suportar a ideia de que ela estivesse vivendo uma vida que ele não pudesse controlar.
Cada aparição dela na tv era um lembrete de que a vida dela continuava, enquanto ele estava preso em um ciclo de frustração e ressentimento.

Ele estava obcecado não apenas pela necessidade de ter Sophie de volta, mas também pela necessidade de desmantelar a imagem dela.

Christian sabia que o que estava fazendo era errado, mas isso nunca o havia detido antes.
As regras e os limites não significavam nada para ele. O controle que ele buscava sobre Sophie era um reflexo de sua própria incapacidade de lidar com a mudança e o fracasso.

Enquanto olhava para a casa em que ela estava, um plano começava a se formar em sua mente.
Ele não queria apenas assustá-la. Seu objetivo era destruí-la emocionalmente, fazer com que ela visse o quanto sua vida estava fora de controle, assim como ele sentia que estava.
Christian acreditava que, ao fazer isso, ele poderia retomar o poder que sentia ter perdido e, finalmente, recuperar o domínio que acreditava ser seu por direito.
Ele sabia que precisava ser cuidadoso, que precisava se mover com precisão para evitar ser pego pela polícia. Mas, acima de tudo, precisava ser implacável.
Christian estava determinado a continuar com sua busca obsessiva, independentemente das consequências.

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