Athanasia olhou pela janela da carruagem. O tempo corria como água, e quando menos percebeu, Claude já a havia mandado embora para Hofewg.
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Brincando com os anéis em seus dedos, a loira pensou em uma única coisa durante toda a viagem: como seria Floyd Van Hofewg? Seria realmente tão bonito quanto diziam, ou seriam apenas rumores? Um arrepio percorreu sua espinha ao imaginar um homem gordo, feio e pervertido.
Se seu futuro marido fosse assim, ela fugiria. Athanasia só não havia fugido ainda porque apreciava a vida de conforto que levava.
Era bom ter algum luxo.
A carruagem parou em frente ao castelo. Athanasia prendeu a respiração. O castelo era magnífico, enorme. Aquilo sim era uma recepção digna de uma princesa!
A loira observou os empregados e senhores reunidos à sua frente. Ninguém correspondia à descrição de seu noivo. Onde estaria aquele canalha?
Um senhor de aparência gentil abriu a porta da carruagem e se curvou.
— Saudações, Vossa Alteza. Sou o mordomo do palácio e secretário de Sua Majestade. Ele está ocupado no momento, por isso não veio - disse o homem, aparentando irritação ao mencionar o imperador. — Por isso...
Athanasia o interrompeu.
— Eu exijo a presença do meu noivo aqui — declarou firmemente. O senhor ficou boquiaberto. — Isso não é maneira de tratar sua futura esposa. Por favor, meu Lorde, busque meu noivo — e fechou a porta da carruagem.
Gustav Flowers, o secretário do imperador, piscou surpreso. Então, um sorriso surgiu em seus lábios.
— Finalmente, alguém vai colocar juízo na cabeça daquele bárbaro — quase saltou de alegria.
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— Ela fez o quê? — Floyd falou, surpreso.
— Ela exigiu sua presença. O que esperava? Ela é uma princesa honrada! Você tem que ir buscá-la! — Annabeth Flowers, esposa de Gustav, repreendeu o imperador.
Ela e seu marido haviam criado Floyd como um filho. A imperatriz morrera no parto, e o imperador, apesar de ser um bom pai, era muito ocupado e morreu cedo. Assim, o casal de confiança dos monarcas cuidou do pequeno Floyd.
Floyd estalou a língua. Aquela obeliana estava exigindo algo dele? Ele era o imperador de Hofewg. Isso era... interessante.
— Você está me ouvindo? — A senhora Flowers puxou a orelha do jovem, fazendo-o reclamar de dor.
— Certo, certo! — cedeu o homem. Ele ouviu Gustav rir. A senhora Flowers tinha um pulso de ferro.
Floyd se levantou da cadeira, coçando a nuca.
— Leve-me até minha adorável noiva.
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Ela definitivamente enlouqueceu. Athanasia começava a se arrepender de sua decisão.
— Por que você teve que ser tão burra?! — murmurou para si mesma. — Estou ferrada — continuou, encolhendo-se e tampando o rosto com as mãos.
Athanasia começou uma oração silenciosa. Não sabia se os Deuses ouviriam uma bruxa, mas tentou. Sua lamentação foi interrompida pelo som da porta se abrindo.
Athanasia paralisou. Uma sombra bloqueou a luz do sol. Deus, aquilo era uma muralha. Quando ela virou o rosto, esperava ver um homem louco, sério e assustador, mas diante dela estava algo mais próximo de um anjo.
Seu queixo afiado e cílios longos conferiam-lhe uma delicadeza quase angelical, em contraste gritante com o olhar de sangue quente de seus olhos vermelhos escarlates.
Seu rosto brilhava, e com seus dois metros de altura, ele parecia um demônio recém-saído dos poços do inferno.
Esse homem... Ele era lindo!
O rosto de Athanasia queimou. Ela gaguejou sem jeito, mas foi interrompida por seu noivo, que a pegou nos braços.
Athanasia abraçou o pescoço dele e olhou em seus olhos rubi. Este era seu noivo sangrento. Este era o homem com quem ela passaria o resto de sua vida.
