Floyd fitou a barriga lisa de sua esposa, seus olhos fixos em um ponto onde, em breve, uma nova vida cresceria.
— Grávida? — A incredulidade em sua voz era quase palpável, como se estivesse tentando assimilar a notícia que acabara de ouvir. Athanasia, porém, sorriu, seu rosto iluminado por uma alegria que emanava de cada parte de seu ser.
— Sim, estou grávida — confirmou ela, sua felicidade transbordando em cada palavra. — Estou com apenas algumas semanas. Senti-me um pouco indisposta, mas achei que não fosse nada sério. O Mago Imperial também ficou surpreso com a descoberta. — Ela começou a rodar os anéis em seus dedos, um hábito que denunciava sua ansiedade.
O silêncio que se seguiu no escritório do imperador era quase sufocante. Athanasia sentiu seu coração apertar, a ansiedade se transformando em medo. Ele não estava feliz com a notícia? A dúvida a assaltou, provocando um pânico crescente em seu peito.
Mas então, num movimento inesperado, Floyd a levantou e a girou no ar, arrancando dela um gritinho de surpresa. Instintivamente, ela se agarrou aos braços dele, seu susto rapidamente substituído por uma risada de alívio.
Floyd gargalhava, sua alegria contagiante enchendo o ambiente.
— Você está grávida! — exclamou ele, radiante. — Grávida, grávida! Vamos ter um filho! — Ele a colocou suavemente no chão e tomou seus lábios em um beijo cheio de doçura e emoção. Quando finalmente se separaram, os olhos de Floyd brilhavam com lágrimas. — Você me fez o homem mais feliz da terra.
Athanasia retribuiu o sorriso, sentindo as lágrimas se acumularem em seus próprios olhos. Eles se beijaram novamente, selando aquele momento com uma promessa silenciosa de amor eterno.
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Enquanto isso, em outro canto do palácio, Claude pressionava uma mão contra a testa, sentindo o peso do cansaço se acumular sobre ele. "Mais uma semana", pensou ele, tentando se convencer de que poderia suportar mais um pouco. Só mais uma semana, e então eles iriam embora. Ele não teria mais que suportar a voz irritante daquela garota que tanto o incomodava.
Ele só precisava aguentar um pouco mais. Apenas um pouco mais, mesmo que seu desejo de acabar com Athanasia fosse tão intenso quanto o fogo que queimava em seu coração.
— Esse fantasma irritante! — Claude gritou, arremessando uma garrafa longe, sua frustração explodindo em um gesto violento.
Do lado de fora, Félix suspirou profundamente, ouvindo a raiva do imperador ecoar pelo corredor. Ele sempre considerara Claude como um amigo, quase como um irmão. Era o confidente do imperador, alguém em quem Claude confiava plenamente. Mas desde a morte de Diana, tudo mudara. Diana, a mulher que havia trazido amor e felicidade para a vida de Claude, o único raio de luz em sua existência sombria. A morte dela havia transformado Claude, deixando-o amargurado e frio. E Athanasia, a pequena que Diana deixara para trás, tornou-se o alvo de sua ira injustificada.
Como Claude podia ser tão cego? Félix se perguntava. Como ele podia odiar aquela menina adorável, que sempre o olhava com tanta admiração? Como podia rejeitar sua própria filha?
Então veio Jannette. No início, uma menina adorável, gentil, alegre. Mas com o tempo, sua personalidade foi se corrompendo, tornando-se tosca, interesseira e gananciosa, tão perversa quanto sua mãe. Agora, a presença dela era um espinho no coração de Félix, um lembrete constante de como as coisas haviam mudado.
O Cavaleiro Carmesim soltou mais um suspiro, afundando ainda mais em seus pensamentos, até que uma voz calma e doce o trouxe de volta à realidade.
— Sor Félix. — A voz familiar o fez erguer a cabeça. Com uma capa longa e um capuz que ocultava seu rosto, Athanasia se aproximou, sorrindo para ele.
— V-Vossa Majestade! — exclamou ele, endireitando-se, mas ela rapidamente levou o dedo indicador aos lábios, pedindo silêncio.
— Não tenho muito tempo — sussurrou ela. — Por isso, vou direto ao ponto. O senhor sabe que uma guerra está prestes a recomeçar. Meu pai e minha irmã não parecem satisfeitos em me ver feliz. Por isso, preciso que seja meu espião.
Os olhos de Félix se arregalaram, a surpresa o deixando momentaneamente sem palavras.
— O quê...? — murmurou ele, ainda tentando processar o que ela acabara de pedir.
— Por favor — continuou Athanasia, a urgência em sua voz inconfundível. — Sei que é difícil, mas preciso que esteja ao meu lado. Continue sendo o guarda de Claude, mas passe todas as informações para mim. — Ela abaixou os olhos, sua voz tremendo levemente. — Tenho que proteger minha família. Não quero perder mais ninguém que amo. Não depois de Lilly.
Essas palavras foram o suficiente para quebrar a resistência de Félix Robane. Seu coração, já dividido, finalmente cedeu.
Por Lilly. Por Diana. Por Athanasia.
Ele trairia seu império, tudo por aquelas a quem havia amado e a quem ainda jurava proteger.
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𝐍𝐨𝐭𝐚 𝐝𝐨 𝐚𝐮𝐭𝐨𝐫:
𝐌𝐞𝐮𝐬 𝐬𝐞𝐧𝐭𝐢𝐦𝐞𝐧𝐭𝐨𝐬 𝐞𝐦 𝐫𝐞𝐥𝐚𝐜̧𝐚̃𝐨 𝐚 𝐂𝐥𝐚𝐮𝐝𝐞 𝐬𝐚̃𝐨, 𝐧𝐨 𝐦𝐢́𝐧𝐢𝐦𝐨, 𝐜𝐨𝐧𝐭𝐫𝐚𝐝𝐢𝐭𝐨́𝐫𝐢𝐨𝐬. 𝐄𝐦 𝐖𝐡𝐨 𝐌𝐚𝐝𝐞 𝐌𝐞 𝐚 𝐏𝐫𝐢𝐧𝐜𝐞𝐬𝐬, 𝐞𝐥𝐞 𝐬𝐞 𝐭𝐫𝐚𝐧𝐬𝐟𝐨𝐫𝐦𝐚 𝐞𝐦 𝐮𝐦 "𝐛𝐨𝐦 𝐩𝐚𝐢", 𝐞 𝐀𝐭𝐡𝐚𝐧𝐚𝐬𝐢𝐚 𝐨 𝐩𝐞𝐫𝐝𝐨𝐚 𝐩𝐨𝐫 𝐭𝐮𝐝𝐨 𝐪𝐮𝐞 𝐚𝐜𝐨𝐧𝐭𝐞𝐜𝐞𝐮. 𝐌𝐚𝐬, 𝐞 𝐪𝐮𝐚𝐧𝐭𝐨 𝐚̀ 𝐯𝐞𝐫𝐬𝐚̃𝐨 𝐝𝐞 𝐋𝐨𝐯𝐞𝐥𝐲 𝐏𝐫𝐢𝐧𝐜𝐞𝐬𝐬?
𝐄́ 𝐢𝐧𝐚𝐝𝐦𝐢𝐬𝐬𝐢́𝐯𝐞𝐥 𝐪𝐮𝐞 𝐞𝐥𝐞 𝐭𝐞𝐧𝐡𝐚 𝐚𝐛𝐚𝐧𝐝𝐨𝐧𝐚𝐝𝐨, 𝐧𝐞𝐠𝐥𝐢𝐠𝐞𝐧𝐜𝐢𝐚𝐝𝐨, 𝐡𝐮𝐦𝐢𝐥𝐡𝐚𝐝𝐨 𝐞 𝐚𝐭𝐞́ 𝐚𝐬𝐬𝐚𝐬𝐬𝐢𝐧𝐚𝐝𝐨 𝐬𝐮𝐚 𝐩𝐫𝐨́𝐩𝐫𝐢𝐚 𝐟𝐢𝐥𝐡𝐚, 𝐬𝐢𝐦𝐩𝐥𝐞𝐬𝐦𝐞𝐧𝐭𝐞 𝐩𝐨𝐫𝐪𝐮𝐞 𝐚 𝐦𝐚̃𝐞 𝐝𝐞𝐥𝐚 𝐦𝐨𝐫𝐫𝐞𝐮 𝐚𝐨 𝐝𝐚𝐫 𝐚̀ 𝐥𝐮𝐳. 𝐄𝐧𝐭𝐞𝐧𝐝𝐨 𝐪𝐮𝐞 𝐂𝐥𝐚𝐮𝐝𝐞 𝐚𝐦𝐚𝐯𝐚 𝐩𝐫𝐨𝐟𝐮𝐧𝐝𝐚𝐦𝐞𝐧𝐭𝐞 𝐃𝐢𝐚𝐧𝐚, 𝐦𝐚𝐬 𝐞𝐥𝐞 𝐝𝐞𝐯𝐞𝐫𝐢𝐚 𝐭𝐞𝐫 𝐝𝐞𝐦𝐨𝐧𝐬𝐭𝐫𝐚𝐝𝐨 𝐞𝐬𝐬𝐞 𝐚𝐦𝐨𝐫 𝐜𝐮𝐢𝐝𝐚𝐧𝐝𝐨, 𝐚𝐦𝐚𝐧𝐝𝐨 𝐞 𝐩𝐫𝐨𝐭𝐞𝐠𝐞𝐧𝐝𝐨 𝐀𝐭𝐡𝐚𝐧𝐚𝐬𝐢𝐚, 𝐜𝐨𝐦𝐨 𝐪𝐮𝐚𝐥𝐪𝐮𝐞𝐫 𝐩𝐚𝐢 𝐝𝐢𝐠𝐧𝐨 𝐟𝐚𝐫𝐢𝐚.
𝐒𝐢𝐦, 𝐞𝐮 𝐫𝐞𝐜𝐨𝐧𝐡𝐞𝐜̧𝐨 𝐪𝐮𝐞 𝐞𝐥𝐞 𝐬𝐨𝐟𝐫𝐞𝐮 𝐧𝐚 𝐢𝐧𝐟𝐚̂𝐧𝐜𝐢𝐚, 𝐦𝐚𝐬 𝐢𝐬𝐬𝐨 𝐧𝐚̃𝐨 𝐣𝐮𝐬𝐭𝐢𝐟𝐢𝐜𝐚 𝐪𝐮𝐞 𝐞𝐥𝐞 𝐭𝐞𝐧𝐡𝐚 𝐫𝐞𝐩𝐞𝐭𝐢𝐝𝐨 𝐨 𝐦𝐞𝐬𝐦𝐨 𝐩𝐚𝐝𝐫𝐚̃𝐨 𝐝𝐞 𝐬𝐨𝐟𝐫𝐢𝐦𝐞𝐧𝐭𝐨 𝐜𝐨𝐦 𝐀𝐭𝐡𝐚𝐧𝐚𝐬𝐢𝐚. 𝐏𝐞𝐬𝐬𝐨𝐚𝐬 𝐟𝐞𝐫𝐢𝐝𝐚𝐬, 𝐝𝐞 𝐟𝐚𝐭𝐨, 𝐭𝐞𝐧𝐝𝐞𝐦 𝐚 𝐟𝐞𝐫𝐢𝐫 𝐨𝐮𝐭𝐫𝐚𝐬.
𝐍𝐨 𝐞𝐧𝐭𝐚𝐧𝐭𝐨, 𝐩𝐞𝐫𝐝𝐨𝐚́-𝐥𝐨 𝐧𝐚̃𝐨 𝐞́ 𝐮𝐦𝐚 𝐭𝐚𝐫𝐞𝐟𝐚 𝐬𝐢𝐦𝐩𝐥𝐞𝐬. 𝐄 𝐞𝐮 𝐧𝐚̃𝐨 𝐯𝐨𝐮 𝐟𝐞𝐜𝐡𝐚𝐫 𝐨𝐬 𝐨𝐥𝐡𝐨𝐬 𝐩𝐚𝐫𝐚 𝐢𝐬𝐬𝐨.
𝐏𝐨𝐫 𝐟𝐚𝐯𝐨𝐫, 𝐯𝐨𝐭𝐞𝐦 𝐧𝐚 𝐡𝐢𝐬𝐭𝐨́𝐫𝐢𝐚. ⭐
𝐎𝐛𝐫𝐢𝐠𝐚𝐝𝐚 𝐩𝐨𝐫 𝐞𝐬𝐭𝐚𝐫𝐞𝐦 𝐥𝐞𝐧𝐝𝐨.
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𝐁𝐀𝐃 𝐃𝐑𝐄𝐀𝐌𝐒 (𝐇𝐈𝐀𝐓𝐔𝐒 𝐈𝐍𝐃𝐄𝐓𝐄𝐑𝐌𝐈𝐍𝐀𝐃𝐎)
Fanfiction✾𝐁𝐀𝐃 𝐃𝐑𝐄𝐀𝐌𝐒✾ 𝐄𝐌 𝐇𝐈𝐀𝐓𝐔𝐒! ⚠️ "𝐓𝐨𝐝𝐚𝐬 𝐚𝐬 𝐦𝐞𝐥𝐡𝐨𝐫𝐞𝐬 𝐩𝐞𝐬𝐬𝐨𝐚𝐬 𝐬𝐚̃𝐨 𝐥𝐨𝐮𝐜𝐚𝐬." - 𝐌𝐞𝐥𝐚𝐧𝐢𝐞 𝐌𝐚𝐫𝐭𝐢𝐧𝐞𝐳, 𝐌𝐚𝐝 𝐇𝐚𝐭𝐭𝐞𝐫. 𝐉𝐨𝐬𝐞𝐩𝐡𝐢𝐧𝐞, 𝐮𝐦𝐚 𝐩𝐨𝐝𝐞𝐫𝐨𝐬𝐚 𝐛𝐫𝐮𝐱𝐚, 𝐟𝐨𝐢 𝐭𝐫𝐚𝐢́𝐝𝐚...