1

3.1K 289 173
                                    

RIO DE JANEIRO📍

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

RIO DE JANEIRO📍

Corri o mais rápido que pude pela rua, o sol de 40° do Rio de janeiro, me fazendo suar e implorar por uma praia. Vi meu ônibus virar a esquina e corri mais ainda, em direção ao ponto. Uma moça deu sinal e eu respirei ofegante.

Coloquei a mão no peito entrando no ônibus e passei pela roleta, após passar meu cartão. Me sentei e encostei minha cabeça no banco, tentando controlar minha respiração.

Preciso aprender a dirigir.

Mas do que adianta? Se eu comprar a habilitação, que ao todo, com detran, exame de vista, e a auto escola, deve sair uns 2 mil reais. Eu não tenho 2 mil reais. E mesmo se conseguisse, como iria comprar um carro? Até que eu conseguisse o dinheiro pra comprar um carro, já teria passado 10 anos, minha carteira ia vencer, e o dinheiro do carro, eu ia ter que fazer outra habilitação. É foda, mas é a minha vida.

Desci do ônibus quando chegou no meu ponto e ali mesmo eu fiquei, esperando o próximo.

Faz dois meses que eu comecei a trabalhar numa loja de roupa. É uma loja bem grande, tem várias outras lojas dessa espelhadas pelo Brasil. Mas é uma escravidão. E olha que eu ainda estou na experiência. Já faz umas semanas que a gerente tá só me marcando, aquela loira falsificada. Estou sentindo que ela vai me mandar embora, então continuo procurando outra fonte de renda.

Eu não posso parar. Ele depende de mim.

Desci outra vez do ônibus, e caminhei uns 5 minutos até a loja. Hoje era sexta, a loja estava com um movimento terrível. Passei direito do térreo, indo pro primeiro andar, ignorando os clientes reclamando que não tinha ninguém para atende-los.

— Bom dia, Ana. — meu supervisor geral me cumprimentou, quando passou por mim, já no corredor da área dos funcionários.

— Bom dia. — resmunguei e parei em frente o quadro de escalas, vendo que eu ia almoçar 17:00.

Filha da puta.

— Bom dia, bebezinha. — Thamires, a única faxineira da loja sorriu pra mim e me abraçou.

— Bom dia.

— Vai almoçar que horas hoje?

— As cinco. — encarei seu rosto e a vi abrir a boca, surpresa.

— Café da tarde?

— Janta.— resmunguei e segui até a cozinha pequena.

— Bom dia, gatinha. — Yuri sorriu pra mim.

Tá, a gente já tinha se pegado. Umas duas vezes. Mas ninguém sabia disso e ia continuar assim, pelo menos até eu sair dessa bosta de experiência.

— Bom dia. — sorri fraco e peguei sua água, tomando.

— Vai entrar que horas hoje? — ele me perguntou e eu me sentei.

— 12:30.

— E eu?

Pretexto | Chico MoedasOnde histórias criam vida. Descubra agora