RIO DE JANEIRO📍
— Bora meter o pé? — ouvi o Pig chamar e continuei encarando o mar
— Ainda.
Senti alguém sentar do meu lado e abraçar meus ombros. Deitei minha cabeça no ombro do Beltrão, continuando a olhar as ondas.
— Eu não sei como vai ser minha vida agora e talvez isso me assuste um pouco. — confessei baixinho.
— Tudo bem se assustar, é uma mudança e tanto.— ele respondeu no mesmo tom.
— Eu tô assustada pra caralho. Eu sempre trabalhei pra viver, larguei a faculdade pra cuidar do vô, e de repente eu não preciso mais acordar cedo, ficar o dia inteiro em pé ouvindo murmurações, e tudo que eu tenho que fazer é fingir um romance? — ri sem humor. — Mas até aí, tá de boa. A questão, é que eu não sei viver sem ele. Eu não sei como viver sem ele por perto.
— Pô, pensa que é o melhor pra ele, tá ligada? Que ele esta em boas mãos e sendo bem tratado.
Eu sei de tudo isso. Então por que dói tanto? Por que parece que eu mandei ele pra morrer longe de mim?
— Tenta focar em outras coisas, Ana. Eu sei que não é fácil desviar os pensamentos assim, mas procura fazer coisas que te distraiam. Quer ir lá pra casa? — Guilherme me encarou sorrindo.
— Não, Belt, mas obrigada. Preciso do meu tempo sozinha. — sorri fraco. — Amo você.
— Te amo pra caralho. — ele deixou um beijo na minha cabeça e eu funguei.
Nós nos levantamos e seguimos até onde o pessoal estava, obviamente nos encarando.
— Tudo bem? — Chico perguntou, passando a mão no meu cabelo e me abraçando pelos ombros.
— Uhum. — resmunguei, abraçando sua cintura e ele deixou um beijo na minha testa.— Você me deixa em casa? — fiz manha e ele sorriu.
Eu devia ganhar um Oscar, ou ser contratada pela globo. Ou ser contratada pela globo e ganhar um Oscar.
— Deixo, princesa.
— Se esses dois não começarem a namorar, eu mudo meu nome. — Pig resmungou pegando o cooler e eu ri.
Assim não vale, ele sabe do contrato.
— Eu tô muito chocado com tudo isso. — Allan disse, rindo baixo.
— Chocado com o que? A gente só tá ficando, não é nada demais. — dei os ombros e o Moedas me encarou.
— Oi? — observei ele lubrificar os lábios, cruzando os braços.
— O que? Não vem com essa, mano. Já te falei, se você quer exclusividade, me pede em namoro e eu penso se aceito. Caso contrário, vou vivendo minha vida solteira normalmente. Comigo não tem essa porra de ficar sério. Ou é ou não é. — dei os ombros e dei dois tapinhas no peito dele, indo andando até a orla. — Não esquece da minha bolsa, Francisco.
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Pretexto | Chico Moedas
Romance"era inevitável eu não me envolver Ela é inacreditável, você tinha que ver 'Cê liga essas pretinha, toda emperiquitadinha Meio modeletezinha, na pegada France Tem a simplicidade que é difícil se ver E a sagacidade que é difícil se ter É de falar bai...