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RIO DE JANEIRO📍

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RIO DE JANEIRO📍

Senti alguém me catucar e acordei assustada, suspirando ao ver quem era.

— Que susto. — me levantei do chão, limpando minha calça.

— Ta fazendo o que aí? Ta maluca dormir na rua assim? — Chico me perguntou.— Deve tá doida pra ser assaltada.

— Já fui, na verdade. — ri fraco. — Levaram minha mochila.

— Papo reto? — ele me encarou e eu assenti. — Caralho, cê tá legal?

— Não. Se importa se eu molhar seu carro com minhas lágrimas? — olhei pra ele que negou, abrindo a porta pra mim.

— Não, fica a vontade. — Moedas deu a volta no carro, se sentando no banco do motorista e ligando o motor.

— Não. Eu não posso sair daqui. — segurei seu braço, e logo soltei. — Eu não posso.— sussurrei chorosa.

Enfiei meus dedos por dentro do meu cabelo e suspirei, deixando as lágrimas caírem.

— Cê tá chorando mesmo? Puta que pariu. — Chico me encarou. — Quer falar sobre isso aí?

— Não, tô bem.

— Ta bem porra nenhuma, mas se não quiser falar tá tu- — interrompi ele.

— Depois que eu saí do restaurante, fui trabalhar, na loja de roupa que tem em frente. Vieram até mim, me cobraram resultados, e me deixaram trabalhar igual uma filha da puta. Pra chegar na hora da saída, com a luz apagada e na frente de todo mundo, me demitir. — contei, encarando minhas mãos, enquanto ele me encarava.

— Caralho, sacanagem.

— É. Aí eu chego em casa duas horas da manhã e meu avô com Alzheimer não me reconhece, me expulsa de casa ameaçando chamar a polícia pra mim. — disse baixo.

— Pô, sinto muito. Papo reto. Essa doença é uma parada muito filha da puta. Da nem pra explicar. — Chico negou com a cabeça.

— Quando eu saí de casa, me sentei aqui na frente. Fui assaltada.

— Com todo respeito — ele começou a falar e eu o encarei. — cê é azarada pra caralho, princesa.

— Princesa? — fiz uma careta.

— É. Cê não tem nome de princesa? Então pô. — Moedas deu os ombros.

— Vamos direto ao assunto principal. Eu sou muito boa em tudo que eu faço, Francisco. Isso não vai passar de um trabalho pra mim. — deixei claro, enquanto ele me olhava com um sorrisinho de canto. — Eu vou dizer as minhas condições e vai caber a você, aceitar ou não. Mas você vai, tá necessitado demais.

— Cê não cansa de me humilhar não? Vai ser assim sempre?

— Não tô te humilhando propositalmente, mano, só quero que fique ciente que não eu vou ficar puxando seu saco igual todo mundo. — dei os ombros.

Pretexto | Chico MoedasOnde histórias criam vida. Descubra agora