AA: Meus Olhos Verdes Só Enxergam Laranja

capítulo 39

ALLISON CONTI

LOS ANGELES, CA
DEATH PATH
11.10.2023
22H09PM

39 chamadas perdidas

Guardo o celular no bolso do meu moletom quando me sento no bar.

São 22 horas de uma quinta feira qualquer e eu preciso beber alguma bebida alcoólica se não eu vou acabar bebendo álcool.

A lanchonete fechou mais cedo hoje.

Samantha olha em minha direção finalmente me notando ali.

- Quanto tempo que eu não te vejo.

- Oi.

- O que cê vai querer?

- Tequila.

Ela olha em direção ao relógio e se vira enchendo um copo de água e o colocando na minha frente.

Olho pra ela e ela sorri da minha cara.

- Está brincando, tequila? Você nem bebe.

- Estou dizendo que fiquei em pé o dia inteirinho e a sua tequila é a única coisa que pode me ajudar.

Ela sorri enquanto nega com a cabeça desacreditada.

Depois da quarta dose Samantha volta até mim.

- Não devia beber tanto.

- As pessoas fazem o que não deviam o tempo todo. - Viro mais uma dose. - Eu por exemplo, amei alguém a quem não deveria ter amado e cá estou eu muito bem.

- Muito bem? - Ela sorri desacreditada.

- Só está sorrindo agora porque não me viu antes... - Ela limpa a bancada enquanto me escuta babosear. - Eu a amava e ela não me amava de volta, pelo menos não do jeito que eu merecia.

Samantha finge que não está prestando atenção em mim, como se eu fosse mais uma pessoa bêbada em sua lista do dia, mas eu sei que está ouvindo, prestando atenção em cada pequena palavra que sai da minha boca.

- E sabe o que era o mais grave que eu não devia ter feito mas fiz? É que eu a amava mais do que amava a mim mesma e ela só amava ela. - Viro mais uma dose.

Olho na direção da garrafa, pela metade. Sinto como se tivesse bebido 3 dessas mas só bebi meia.

Meu organismo é fraco pra álcool assim como é fraco para o amor, não posso tomar uma dose que já me dá vontade de vomitar.

- E sabe o que mais? Depois de tudo o que aconteceu, depois de tudo que eu senti, decidi que não me arrependo de ter a conhecido, porque aprendi a nunca ser como ela.

Não quero nunca fazer alguém se sentir como eu me senti. Então prefiro não tentar o contrário também.

Até porque sem riscos não há possibilidade de perder.

- Estou aqui. - Me assusto quando a ruiva se senta ao meu lado.

Olho na direção da Samantha que sorri pra mim.