capítulo 11

473 47 5
                                    

AYSHA BAIKER

LOS ANGELES, CA
02.09.2023
14H10 PM

Hoje o dia está corrido vovó passou mal ontem então estamos todos preocupados, ela diz que está bem mas estamos apreensivos. Ela já está com 72 anos, qualquer coisinha se torna algo grande.

Ela estava com febre hoje pela manhã então decidimos ir ao médico. Estou esperando há uns 20 minutos depois dela ter dito que estava pronta e até agora nada da vovó descer.

- Pronto, meu bem. - Vovó diz descendo as escadas.

Abro a porta me dirigindo até o carro.

- Vem, vovó. - Digo abrindo a porta pra ela entrar. - Não esquece do sinto tá, dona Thabata.

- E quando foi que eu esqueci o cinto? - Ela me olha de soslaio.

Dou a volta e quando me sento disfarço o riso, vovó sempre esquece o cinto mas nunca vai admitir isso.

Assim que chegamos no hospital somos encaminhadas para a Dr May.

- A senhora está comendo direitinho?

- Claro, não fico sem comer nem 2 horas inteiras.

- Vovó comeu de novo um pote todo de ketchup, sozinha.-Vovó me olha como se eu fosse uma traidora. - Não me olha assim não, só estou falando a verdade.

- Não acho que seja pelo molho, até porque esse não é o primeiro e das outras vezes ela não passou por nenhum mal estar. - Vovó me olha como se tivesse beijado Zoë Kravitz . - Mas mesmo assim não acho que a senhora deva exagerar no ketchup de novo Thabata.

Sorrio na direção dela. Sim vovó, eu que beijei a deusa da Zoë Kravitz.

Depois de fazer um exame a doutora sai da sala.

- Vovó, tem certeza de que está bem? - Me levanto preocupada quando ela se deita na maca.

- Só estou cansada, acho que um café resolve. - Olha pra mim e já entendi, hora de pegar café.

Vovó tem esse vício doido com café e ketchup. Tenho medo de algum dia chegar em casa e a ver misturando os dois, imagina se ela faz café com ketchup, tá repreendido. Mas ela nunca o fez, acho que ela também considera um crime.

Encontro a máquina de café perto da recepção. A recepcionista quase esbarra em mim enquanto também caminha até a máquina.

Ela é estranha. Não vim aqui tantas vezes, sempre quem vem é o meu tio ou o meu pai, mas todas as vezes que eu vim ela sempre me olhou como se estivesse me vigiando, não é flerte, parece que ela não gosta de mim mesmo.

Espero ela sair e pego uma xícara de café sem açúcar para a vovó.

Assim que entro na sala a Dr May entra também.

- Como imaginei, não é nada para vocês se preocuparem. Só foi um mal estar, possivelmente causada por alguma comida fora da validade. - Ela se vira pra mim. - Fica de olho nela, pelo menos 3 horas de descanso sem comer. Nunca pensei que estaria falando para um paciente não comer. - Ela diz sorrindo.

- Eu estou aqui ainda. - Ela diz mau humorada. - Vou comer enquanto ainda posso, quando eu morrer me preocupo com isso, mocinha.

- Vovó!

Dr May ri e libera a gente.


(...)


Assim que chegamos em casa meu primo sobe em direção as escadas para tomar banho, na volta passamos para buscar ele na escola.

AA: Meus Olhos Verdes Só Enxergam Laranja Onde histórias criam vida. Descubra agora