Quatorze: GALENNA

14 2 0
                                    

O sol se projetando inteiro em mim
Banhando o meu corpo com uma luz divina etérea
Galenna, enxugue minhas lágrimas
E limpe as dores mais profundas do meu coração
Porque todo esse sangue rubro que cobre o meu corpo
Já apodreceu
E dentro de mim só sobrou as cinzas sagradas

Como uma mímica nebulosa
Galenna, carregue os meus gritos ensurdecedores
Dentro de uma pochete de vidro temperado
Lapidado no âmago da minha alma
Galenna, cace-me à meia-noite na floresta
Exorcize minhas mãos, queime minhas costas
Me emancipe — de mim mesmo, dos meus mais
Profundos desejos

Estações vêm e vão e os céus continuam num tom melancólico azul
Galenna, entrego o meu corpo para ti
Molda-me com fogo divino, luxúria e sexo
Impotente como as chuvas intensas de inverno
Frio como as geadas do Alaska
Contamine-me com as desilusões da esperança
Que já se tornou uma dor latente no meu coração

As ruas já não são mais as mesmas
E o meu suor se tornou amargo
Dilacerado, estripado e alagado
Galenna, seja minha armadura
Seja minha espada, minha fúria
Derrame lava incandescente na minha garganta
E me liberte das mentiras mais sujas
Que se espalham como vírus pela minha língua

Longe da cidade, encontrei o meu caminho na escuridão
E o meu guia tinha o meu próprio rosto costurado
Despido da culpa, do ego e do poder
Sinto-me parte daqui, sinto-me forjado por ti
Galenna, minha doce Galenna
Tratei-te como tratei a mim
E me vi em ti
Refletido no seu próprio reflexo
Galenna, sou teu por completo

LOVE ME LAND Onde histórias criam vida. Descubra agora