Vinte: Devastação silenciosa

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Sentindo o gosto do desprezo na garganta
Bebo mais uma taça de vinho sob a luz doentia esverdeada
Mentindo novamente, toda essa bagunça na minha cabeça
Tatuagem nas mãos, um delírio no coração
Sinto a devastação silenciosa se aproximar
Atingindo o ponto mais profundo do magma volátil da alma
Sou uma verdadeira vergonha, uma cobra silenciosa
Um raio partindo ao meio,
a destruição,
o desespero

Me afogo nas próprias lágrimas
E encharco o meu vazio de hipocrisia
Sou pele, sou apenas casca, também sou geada
Adormecendo a verdade absoluta
Sentado no trono do inimigo
Me tornei tudo aquilo que eu mais temia
E senti vergonha do meu próprio reflexo no espelho
Revelando toda a podridão entre a neblina
Cru e sem saída
Visto mais de uma máscara destruída

Vomitando toda essa raiva melancólica
Diluindo todos os dias da semana
Em um copo de whisky barato envelhecido
Sou um fracasso, estou derrotado
Preso, condenado, amaldiçoado
A viver até a última gota de suor ensanguentado
Comigo mesmo, lado a lado
Embriagado e desolado
Tenho tatuado em mim
Todos os meus erros do passado

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