Dezessete: FM

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Sou movido pelos trilhos da noite
Sou dono das pistas de dança, adrenalina no sangue
Doce alívio, dilúvio delirante
Em silêncio, bêbado no nitro
Ouço o som metálico das rodas me chamando
Para uma última corrida nas ruas sujas da cidade
Vendo o por-do-sol através de uma miragem
Conheço muito bem suas cartas
E sempre levo vantagem

Eu cometi alguns erros, acho que estamos ultrapassando o limite
Como num fogareiro mortal
Sinto meu corpo derreter no inferno
E do magma podre da minha pele já morta
Renasci e fui forjado novamente
Como um cavaleiro abraçando a lua cheia
Sou provocativo, simpatizante das discotecas
Adrenalina fervendo no sangue
Encontre-me nos rachas da cidade e nas festas

Sentindo o inferno queimar sob os meus pés
Quem pode nos culpar?
Sinto o cheiro da sua pele e sou hipnotizado
Mexo meu corpo, como num abalo sísmico
Derretendo nessa floresta incandescente
Flutuo entre as cinzas, em sintonia
Preso em uma maré sombria
Vejo o fogo se alastrar até minha pele; carne exposta e viva

Bebendo gasolina, dirijo pela estrada em chamas
E avisto a minha casa de infância
Destruída, minha verdadeira inimiga
Inundo seus cômodos com fogo
Queimando a dor, as memórias, os jogos
Déjà vu decifrado em códigos
De um passado que hoje não é mais notório

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