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CECÍLIA CAVALCANTI


Eu sou a Cecília, canceriana, engenheira química e são paulina. Como boa canceriana, sou emotiva, sensível, sonhadora e romântica.

Amo ficar perto das pessoas que amo, e isso inclui meus pais, meus amigos e o Calleri. O jogador camisa nove do São Paulo, que encanta milhares de torcedores.

Jonathan e eu somos amigos há muito tempo. Eu morei muitos anos na Argentina, e foi lá que nossa amizade teve início.

Me mudei para o outro país quando tinha 9 anos, e há dois voltei para o Brasil de vez. Coincidentemente, o Jonathan foi contratado pelo São Paulo Futebol Clube.

Essas coincidências da vida que a gente não consegue explicar.

Nós sempre fizemos tudo juntos, estivemos presentes em vários momentos marcantes da vida um do outro, formatura, aniversário, enfim...

Eu fiz amizade com a Lupe, a irmã mais nova dele, e graças a isso, acabei me tornando amiga da Tefi e dele.

Eu vi o Jonathan se apaixonar perdidamente pela Manuela, a menina popular do colégio. Eu ouvia as declarações dele, as lamúrias, lamentações...

"Manuela é linda. Espero que um dia ela me enxergue". - ele dizia isso e eu pensava a mesma coisa. Queria muito que o Jonathan me enxergasse além de amiga, mas isso nunca aconteceu e nunca vai acontecer.

Recentemente, ele e a Manuela terminaram o relacionamento, ele veio desabafar comigo e eu fiz o que todo amigo faz: dei colo, ouvi seu desabafo e disse a típica frase clichê: vocês vão voltar.

Eu dizia isso e meu coração se partia ao meio. No fim, eu torcia para que ele finalmente colocasse um ponto final e se libertasse do sentimento que não estava mais fazendo bem a ele, só ele que não percebia. E me desse uma oportunidade, uma chance.

Eu sempre fui apaixonada por ele, mas a única coisa que ele sabia me dizer era: você é a minha melhor amiga.
E eu aceitei ser somente a melhor amiga, pois tinha medo de falar qualquer coisa, de me declarar, e ele se afastar de mim.

Me calei, reprimi meus sentimentos só para poder ficar perto dele. Me contentava com isso, com as migalhas que ele me dava quando estava bem com a Manuela.

Agora, eu tenho feito companhia para ele, pois vejo que ele está bem mal. Cheguei até a pensar que estava depressivo. Chamei o teimoso para ir ao psicólogo, mas ele recusou.

Quanto ele não está no CT ou então viajando com o time, e eu não estou na empresa que trabalho, nós ficamos juntos no meu apartamento ou na casa dele. Tenho medo dele fazer alguma besteira.

Hoje mesmo é um desses dias. Estou aqui deitada ao lado do Jonathan vendo um filme água com açúcar na TV.

- Eu não aguento mais esse filme, Jonathan. Vamos ver outra coisa? - reclamo.

- Você quer ver o que? - ele pergunta.

- Coloca um documentário criminal. - digo.

- Eu não aguento mais documentário criminal, Cecília. - é a vez dele reclamar.

- Mas eu amo. Se você não colocar eu vou embora. - ameaço.

- Chantagista. - ele diz rindo.

- Negociadora, eu diria. - falo e ele discorda com a cabeça.

- Qual doc você quer? - ele pergunta.

- Qualquer um. - respondo.

- Também você já assistiu todos. - ele diz e eu reviro os olhos.

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