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CECÍLIA

Começou a tocar Corazon Espinado do Maná, que tem um solo de guitarra incrível do Santana, e eu sempre gostei dessa música. Faz parte da minha playlist de músicas em espanhol.

Eu continuava na pista, sem me importar com o tanto de gente ao redor.

De repente, o homem que eu acabei de conhecer, me chamou para dançar. Olhei para ele desacreditada e ri, ele rio em sequência.

Criei coragem e o acompanhei. No começo eu senti vergonha, mas logo depois, no embalo da melodia que mistura rock e salsa, me deixei levar e quando vi já não havia a timidez inicial.

O jogador rival levou bem a sério a coreografia, olhando para ele jamais diria que ele dançava tão bem.

Quando chegou no refrão, ele aproximou nossos rostos, nossas bocas estavam bem próximas. Eu estava de olho fechado, mas dava para sentir às vezes que o seu famoso e inconfundível bigode encostava em minha bochecha.

Ele tem um perfume bem atraente, um cheiro maravilhoso.

Quando a música acabou, ele me deu um abraço e eu senti um constrangimento tomar conta de mim, rir de nervoso e me afastei.

Ele sorriu para mim e também se afastou, mas para o lado oposto.

Ninguém disse nada, não tinha o que dizer naquele momento.

Ao reencontrar a Lia, ela segurava duas bebidas e fazia uma cara de espanto.

- O Calleri viu tudo. - comenta, me entregando um dos copos.

- E daí? - pergunto sem dar importância para o que ela disse.

- Você não é apaixonada por ele? - pergunta o óbvio.

- Sim. Apaixonada, mas não sou capacho dele. - digo tomando um gole da bebida.

- Ia dizer que era efeito da bebida, mas você começou a beber agora. - minha amiga diz, rindo.

- A noite está só começando. - eu falo animada.

- É sério mesmo que você dançou com o Piquerez?! Tipo, ele é rival. Você dizia que rival não é gente. - pergunta incrédula.

- Ele é rival em campo, fora dele é um ótimo dançarino. - eu falo e ela arregala os olhos.

- Para quem estava sofrendo porque o Calleri voltou com a Manuela, até que você está bem tranquila. - Bia fala e eu dou de ombros.

- Você quer que eu fique a vida toda sofrendo por ele? Porque esperança eu não tenho mais. Ele nunca vai deixar de amar a Celta. - eu falo me virando para ela.

- Mas precisava fazer isso com um rival, que você tanto xingou? - ela pergunta.

- Eu não fiz nada, ainda. E os xingamentos são só nos jogos. - digo com um sorrisinho malicioso.

- Que dizer que se o uruguaio te der mole, você pega?! - ela pergunta.

- E quem não pega? Ele é tão bonito. - eu digo, surpreendendo-a.

- Diz isso para o seu amor pra toda vida, ele está vindo aí. - faz sinal que o Jonathan está se aproximando e sai, me deixando sozinha.

- O que foi isso, Cecília? Você dançando com o Piquerez? - pergunta cheio de direito.

- Isso que você falou. Uma dança. - falo sarcasticamente.

- Você tem noção que estava dançando com o rival? - ele pergunta como se eu tivesse cometido um crime hediondo.

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