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CECÍLIA

Mais um jantar e mais um enigma para ser desvendado. Até agora eu estou fazendo login de tudo que o Jonathan fez e falou.

Tentando ligar os pontos para ver se acho algo que mostre o porquê das coisas estarem acontecendo da forma que está.

Bom, o jantar parecia estar muito bom, ao menos o cheiro estava incrível.
Ele abriu um vinho, me serviu uma taça e se alguém entrasse e visse a cena, com toda certeza do mundo pensaria que era um jantar romântico.

Flores no sofá, vinho, ravióli, eu usando a camisa dele... É o cenário perfeito. Perfeito para minha ilusão.

- O molho está muito bom. - elogio.

- Gracias. Lembrei que você gosta de manjericão e coloquei no molho. - ele responde.

- Gosto muito. - digo, tentando disfarçar o constrangimento.

- E o ravióli, está como? - ele perguntou, parando para me encarar.

- Está bom. - respondo prontamente, mas sem mentir.

- Eu gostei dessa massa, é fininha, dá pra sentir bem o gosto do recheio. - Jonathan fala, partindo a massa com a faca.

- Realmente, massa fininha é sempre melhor. - digo, com a cabeça baixa para evitar contato visual.

O resto do jantar seguiu em um silêncio aterrorizante, pelo menos para mim, que estava me sentindo perdida no território inimigo.

Comecei a me perguntar: e o que virá depois do jantar? O que ele fará agora?

Será que finalmente eu vou beijar a boca dele, ou até transar, como eu sempre quis?

Será que eu vou saber o que é sentir prazer com o Jonathan?

Não conseguia controlar esse tipo de pensamento. Talvez fosse efeito das várias taças de vinho que eu já tinha tomado, ou, talvez, fossem só os meus desejos reprimidos, pedindo para serem realizados.

- Está com frio, Ceci? - Jonathan pergunta, vendo eu me aquecer com meus próprios braços.

- Sim, um pouco. - respondo.

- Vamos subir para meu quarto. - ele fala e eu concordo.

Essa brincadeira está ficando cada vez mais perigosa. Parece até que eu não estou raciocinando bem.

Chegamos ao quarto do Jonathan, ele pegou dois cobertores, um para mim e outro para ele.

Me deitei e já me cobri com o cobertor. Ele deitou ao meu lado e me puxou para mais perto.

- Deita aqui para eu te fazer um carinho, você deve está cansada. - ele fala, apontando para o colo dele.

Minha razão dizia: não deita, Cecília. Mas minha emoção falava para eu aproveitar a oportunidade.

E como boa canceriana que sou, acabei deitando.

Jonathan começou a passar os dedos pelos meus cabelos e eu fechei os olhos para sentir o carinho.

Estava completamente embriagada, não pelo vinho, mas pela forma que ele percorria meus fios.

– Ceci, posso te fazer uma pergunta íntima? – Jonathan pergunta e eu acabo me levantando, de susto, pelo que ouvi.

– Faça! – respondi com a curiosidade tomando conta de mim.

– Você já se apaixonou por alguém? – ele pergunta e eu fico sem jeito de responder.

– Acho que todo mundo já se apaixonou por alguém alguma vez na vida. – respondo, sem detalhar minha experiência com a paixão.

– É verdade. Às vezes às coisas estão bem na nossa frente e a gente não enxerga. – ele diz, e pela primeira vez, acho que está se referindo a mim.

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